Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
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sábado, 16 de outubro de 2010

Papa e Santa Sé


BENTO XVI RECEBE, NO VATICANO, PRESIDENTE DA POLÔNIA

◊ Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - Bento XVI iniciou as suas atividades recebendo em audiência na manhã deste sábado, no Vaticano – no 32º aniversário da eleição de João Paulo II à Cátedra de Pedro – o Presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, acompanhado de sua consorte e comitiva. O encontro teve lugar na vigília da canonização do Beato polonês Stanislaw Kazimierczyk.

No encontro entre Bento XVI e o Presidente polonês "foi recordada, em primeiro lugar, a feliz coincidência da visita com o 32º aniversário da eleição de Karol Wojtyla" – informa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Em seguida, se detiveram sobre "a importância do diálogo entre Igreja e Estado, segundo as respectivas competências, para a promoção do bem comum".

Além disso, "foi reiterada a vontade recíproca" da Polônia e Santa Sé de "continuarem cooperando de modo eficaz nos âmbitos de comum interesse, como, por exemplo, na educação e na promoção dos valores fundamentais da sociedade, e foi ressaltada a importância de tutelar a vida humana em todas as suas fases".

Por fim, houve "uma troca de opiniões sobre a situação atual na Europa" – conclui a nota. (RL)


PAPA CANONIZARÁ SEIS BEATOS

◊ Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - Bento XVI presidirá amanhã, domingo, na Praça São Pedro, a celebração eucarística de canonização de 6 beatos.

Estão sendo esperados 50 mil fiéis provenientes da Polônia, Canadá, Espanha, Austrália e Itália. Os seis beatos que serão canonizados são:

- Beata Mary MacKillop, australiana, fundadora da Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração. Lutou de maneira incansável para oferecer educação a todas as crianças pobres.

- o Beato polonês Stanislao Kazimierczyk, sacerdote da Ordem dos Cónegos Regulares Lateranenses que viveu no século XV, em Cracóvia. Humilde, paciente e cheio de zelo, foi educador dos jovens religiosos.

- o Beato canadense André Alfred Bessette, religioso. A ele foi confiado o cargo de porteiro do Colégio Nossa Senhora das Neves, próximo a Montreal. Nessa função, ele acolheu e consolou os pobres, aflitos e doentes.

- a Beata espanhola Candida Maria de Jesus, que se empenhou na formação cristã das crianças e fundou a Congregação das Filhas de Jesus.

- a religiosa italiana Beata Giulia Salzano, fundadora das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração.

- e a Beata italiana Battista Camilla da Varano, monja clarissa que escreveu vários textos de literatura mística que foram apreciados por pessoas como São Felipe Neri. (MJ)


APRESENTADO ESBOÇO DA MENSAGEM FINAL DO SÍNODO DOS BISPOS PARA O ORIENTE MÉDIO

◊ Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - Um apelo em favor da paz e um convite ao diálogo inter-religioso: em síntese, essas são as linhas-mestras do esboço final, apresentado na manhã deste sábado no Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, em andamento no Vaticano com o tema "comunhão e testemunho".

O documento, ainda provisório, foi lido na assembleia pelos Presidente e vice-Presidente da Comissão sinodal para a Mensagem final, respectivamente, Dom Cyrille Bustros, e Dom William Shomali. O esboço do documento será depois examinado, revisto e submetido, na próxima sexta-feira, ao voto da assembleia sinodal.

O esboço da Mensagem final apresentada pelo Sínodo é um longo apelo: um apelo aos fiéis a que perseverem nas dificuldades e se empenhem no testemunho do amor a Deus; um apelo a prosseguirem na senda do caminho ecumênico; um apelo aos judeus, em favor do diálogo, e aos muçulmanos, a trabalharem juntos para que os direitos humanos e a dignidade da pessoa sejam assegurados.

O esboço da Mensagem lança também um convite aos políticos do Oriente Médio a que se esforcem para favorecer a segurança social, a estabilidade política, e o fim da corrida armamentista.

Também a comunidade internacional é chamada em causa, a fim de que trabalhe pela justiça e a paz na região do Oriente Médio, para que se ponha fim à guerra no Iraque e ao conflito palestino-israelense, e se promova o respeito pela liberdade de culto e de consciência.

O esboço dirige também um pensamento aos cristãos imigrantes, a fim de que levem ao mundo a sua fé e a sua cultura, olhando para o futuro com confiança e alegria. Por fim, o esboço da Mensagem final confia a Maria, Rainha da Paz, o caminho do Sínodo.

Ontem à tarde, por sua vez, os padres sinodais refletiram sobre a importância de uma educação baseada na liberdade. Numa sociedade composta por uma pluralidade de religiões, esse tipo de educação é uma questão capital para que se alcance uma convivência harmoniosa.

Que a formação das futuras gerações seja centralizada no respeito pela fé e pela consciência, porque somente assim o diálogo será construtivo e eficaz.

Em seguida, foi reiterada a importância das instituições culturais católicas, abertas também a estudantes de outras religiões, porque a Igreja é uma asseguradora da liberdade.

As religiões podem viver juntas, não obstante as feridas, afirma o Sínodo. As igrejas e as mesquitas sejam abertas a todos e sejam um espaço de reconciliação e de perdão.

Os padres sinodais indicaram, ainda, a questão das vocações, que deve ser examinada com atenção, olhando mais para a qualidade do que para a quantidade, e sem desencorajar-se, porque muitas vezes o chamado do Senhor chega mais numeroso aonde os fiéis vivem as situações mais duras, como no caso do Seminário patriarcal caldeu de Bagdá.

E, justamente de um país atormentado como o Iraque, chegam sinais encorajadores: de fato, a Sala sinodal ressaltou como os caldeus católicos da Mesopotâmia vivem pacificamente com os muçulmanos da área, num contexto de respeito e estima pelas instituições e pelas obras eclesiásticas, apesar das situações políticas e da emigração.

Por fim, os padres sinodais fizeram algumas sugestões: convocar um Congresso geral pan-árabe dedicado à formação dos jovens; fundar centros especializados na orientação das famílias e viver a emigração como expansão missionária. (RL)


Igreja na América Latina


MÉXICO: MORRE CO-FUNDADOR DOS PADRES MISSIONÁRIOS DA CARIDADE

◊ Tijuana, 16 out (RV) - Faleceu nesta sexta-feira, em Tijuana, no México, o co-fundador dos Padres Missionários da Caridade, Pe. Joseph Michael Langford.

Pe. Langford nasceu em Ohio, nos Estados Unidos. Estudou Filosofia e Teologia em Roma, e foi ordenado sacerdote em 25 de março de 1978.

Em 1963, Madre Teresa de Calcutá fundou os Irmãos Missionários da Caridade, ramo masculino das Missionárias da Caridade. O então seminarista Langford trabalhava como voluntário na casa das Missionárias da Caridade situada perto do Coliseu, em Roma. Em 1983, Pe. Langford e Madre Teresa fundaram o ramo sacerdotal dos Missionários da Caridade.

Pe. Langford chegou a Tijuana, pela primeira vez, em 1988. De 1996 a 1998 foi superior-geral dos Padres Missionários da Caridade e, de 1998 a 1999, foi vigário pastoral nessa arquidiocese.

Suas exéquias serão celebradas na próxima quarta-feira, em Tijuana. (MJ)


IGREJA NA ARGENTINA: 2011, ANO DA VIDA

◊ Buenos Aires, 16 out (RV) - A Conferência Episcopal Argentina proclamou 2011, "O ano da vida".

Bento XVI convocou uma vigília de oração pela vida do nascituro que terá início em 28 de novembro próximo, Primeiro Domingo do Advento, para agradecer ao Senhor que, com o dom total de si mesmo, deu sentido e valor a toda vida humana e para invocar a proteção sobre cada ser humano chamado à existência.

No documento intitulado "Por um Bicentenário na Justiça e Solidariedade" os bispos reiteram que a pessoa humana, portadora de vida, é fundamento, causa e fim de todas as instituições sociais e neste sentido a Igreja sempre buscou promover a dignidade da pessoa humana e seus direitos como sustento imprescindível e constitutivo de toda ordem social.

Os bispos argentinos frisam que como pastores e cidadãos desejam reafirmar neste caminho do Bicentenário e especialmente em 2011, a necessidade de priorizar na Argentina o direito à vida dos nascituros e dos irmãos que vivem na pobreza e na exclusão.

A Conferência Episcopal convida todos os argentinos a fazerem uma opção sincera e comprometida pela vida a fim de edificar o país que desejam. (MJ)


MÉXICO: ONU RECOMENDA SÉRIAS MUDANÇAS EM SEU SISTEMA JUDICIAL

◊ México, 16 out (RV) - A Onu recomendou ao México, nesta sexta-feira, que promova profundas mudanças em seu sistema judicial, sobretudo em matéria de combate ao crime organizado, à proteção da independência do poder Judiciário, à reforma do foro militar e ao acesso dos cidadãos.

O aumento exponencial da violência no país tem feito com que os magistrados e outros profissionais da Justiça não possam "em numerosos ocasiões, agir com liberdade" – disse, ontem, a relatora especial da Onu sobre a independência dos magistrados e advogados, Gabriela Knaul.

Eles se encontram sujeitos a "ameaças, intimidações, instigações e outras pressões indevidas", explicou ela aos meios de comunicações, falando sobre os 15 dias de visita que fez ao México, durante os quais entrou em contato com instituições do governo, e com representantes civis e profissionais.

"O crime, em particular o crime organizado – argumentou Gabriela – busca infiltrar-se e interferir de modo crescente nas instituições da Justiça, por meio de corrupção e ameaças." (AF)


COLÔMBIA: ENCONTRO NACIONAL DE SACERDOTES INDÍGENAS

◊ Bogotá, 16 out (RV) - A Conferência Episcopal da Colômbia promove um encontro nacional de sacerdotes, religiosos e leigos indígenas que se realizará de 18 a 20 deste mês, em Bogotá.

Numa nota os bispos ressaltam que o objetivo do encontro é oferecer a sacerdotes, religiosos, seminaristas, leigos e líderes indígenas do país, a possibilidade de serem agentes de evangelização indígena e coordenadores do trabalho pastoral nas comunidades a partir da espiritualidade indígena.

Em vários países da América Latina são organizados encontros desse tipo, graças às recomendações provenientes da experiência missionária encontradas também em documentos pontifícios antigos, como a Carta Apostólica Maximum Illud, de novembro de 1919, de Bento XV, na qual se lê: "quem preside a missão deve dirigir suas principais atenções à boa formação do clero indígena, no qual estão especialmente depositadas as melhores esperanças das novas cristandades".

O sacerdote indígena, por ter em comum com seus compatriotas a origem, a índole, a mentalidade e as aspirações é adequado para introduzir a fé nos corações dos fiéis indígenas, pois conhece caminhos de persuasão. "Por isso, acontece frequentemente que ele chegue facilidade onde talvez não possa chegar um missionário estrangeiro" – conclui a nota. (MJ)


PERU: IGREJA PROMOVE SEMANA SOCIAL

◊ Lima, 16 out (RV) - A Igreja no Peru promove, de 25 a 29 deste mês, a 11ª Semana Social sobre o tema "Desenvolvimento humano integral a partir da Encíclica Caritas in veritate", do Papa Bento XVI.

Numa nota, a Conferência Episcopal do Peru ressalta que "a evangelização na América Latina e no Caribe recebeu um novo impulso missionário com o Documento de Aparecida".

"A caridade vivida na verdade que é Jesus Cristo, renova o compromisso na Missão Continental e o desenvolvimento integral das pessoas, famílias e comunidades às quais servimos, seguindo a nossa fé" – conclui a mensagem dos bispos peruanos. (MJ)

Igreja no Mundo


FRANÇA: UMA IGREJA ORTODOXA AO LADO DA TORRE EIFFEL

◊ Paris, 16 out (RV) - Uma igreja ortodoxa russa no "coração" de Paris, a dois passos da Torre Eiffel: as autoridades de Moscou lançaram um concurso de arquitetura, nesta sexta-feira, para projetar a construção religiosa que será erigida às margens do rio Sena, e compreenderá também um centro cultural.

A igreja será construída onde está – atualmente – a sede do Météo France (o serviço francês de meteorologia) construída em 1948, e que será parcialmente demolida.

Uma área de 4.245 metros quadrados, que a França vendeu à Rússia, em março passado, pela cifra de 50 milhões de euros. O projeto já obtivera o aval do presidente francês, Nicolas Sarkozy, no outono de 2007, quando o então patriarca ortodoxo de Moscou e de todas as Rússias, Aleksej II, em visita à França, manifestara seu desejo de construir outra igreja ortodoxa em Paris, além da existente na Rue Daru, erigida no século XIX.

A nova igreja não poderá superar os 25-27m de altura, compreendidas as cruzes colocadas em suas cúpulas, por disposição das normas de urbanização da Cidade Luz. Será circundada por um jardim, e terá capacidade para acolher de 500 a 600 fiéis, segundo informações de Alexandre Orlov, embaixador russo na França, apresentando o projeto aos jornalistas, nesta sexta-feira.

O centro cultural será sediado numa construção adjacente, em estilo moderno, construída em aço, pedra e vidro. O custo da nova igreja ortodoxa poderá chegar a 20-30 milhões de euros.

O arquiteto que vencer o concurso terá seu nome anunciado no dia 6 de março de 2011 e as obras de construção não deverão ter início antes de janeiro de 2012. (AF)


ADVOGADO SÍRIO NÃO PÔDE RETIRAR PRÊMIO DE DIREITOS HUMANOS

◊ Genebra, 16 out (RV) - O advogado sírio, Muhammad Al-Hassani, que se encontra preso em seu país, acusado de "enfraquecer o sentimento nacional", não pôde retirar, nesta sexta-feira, o maior prêmio anual do mundo, de defesa dos direitos humanos, o "Martin Ennals".

Durante a cerimônia de entrega do prestigioso reconhecimento, presidida pela Alta Comissária de Direitos Humanos, da Onu, Navi Pillay, foi exibido um vídeo sobre o premiado, feito na prisão onde ele se encontra, na Síria.

"O governo sírio deve entender que seus esforços para conquistar o respeito da comunidade internacional perdem credibilidade, enquanto mantiver encarcerados aqueles que defendem os direitos humanos" – disse o presidente da fundação que outorga o "Martin Ennals", Hans Thoolen.

No dia 23 de junho passado, o Tribunal Penal de Damasco condenou Al-Hassani a três anos de reclusão, pela imputação de "enfraquecer o sentimento nacional" e por "transmitir falsas notícias, capazes de enfraquecer o moral da nação".

O advogado sírio, presidente da Organização Síria de Defesa dos Direitos Humanos (Swasiya), foi detido em julho do ano passado e, desde então, se encontra preso no cárcere de Adhra, "em condições precárias – diz a fundação que lhe outorgou o prêmio – visto que divide a cela com outros 70 presos; uma cela tão pequena que os presos fazem turnos para poderem se deitar" – ressalta Hans Thoolen, em sua motivação para a atribuição do reconhecimento.

Entre os membros do júri do "Martin Ennals" encontram-se a Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT), a Human Rights Watch, a Anistia Internacional, a Federação Internacional de Direitos Humanos, e a Comissão Internacional de Juristas.

O "Martin Ennals" é também chamado "Nobel dos Direitos Humanos" e foi criado em 1993, para premiar aqueles que, em todo o mundo, demonstram excepcional coragem na defesa e promoção dos direitos humanos. É intitulado a Martin Ennals, que foi secretário-geral da Anistia Internacional.

O prêmio consta de uma dotação de 20 mil francos suíços que devem ser usados pelos premiados para dar suporte a seu trrabalho de defesa dos direitos humanos.

A cerimônia de entrega do reconhecimento realiza-se em Genebra, Suíça. (AF)


BAN KI-MOON PREOCUPADO COM A SITUAÇÃO DE AUNG SAN SUU KYI

◊ Nova York, 16 out (RV) - O secretário-geral da Onu, Ban Ki-moon, manifestou, nesta sexta-feira, sua profunda preocupação com a situação da líder oposicionista birmanesa, Aung San Suu Kyi, há anos em regime de prisão domiciliar, e de outros presos políticos em Mianmar (ex-Birmânia).

Num informe sobre a situação dos direitos humanos nesse país, Ban Ki-moon exortou o governo de Yangun a superar as consequências do conflito armado e a estagnação política. Ban afirma que "ainda subsistem numerosos desafios na área de direitos humanos, assim como a reconciliação nacional e o processo de democratização" – assinalou o porta-voz da Onu, Martin Nesirky.

Referindo-se às eleições gerais que serão realizadas em Mianmar, no dia 7 de novembro próximo, Ban pediu que as autoridades birmanesas cumprissem o compromisso de realizar eleições "com a participação de todos, livres e justas". Para o secretário-geral da Onu, estas eleições representam "uma prova de amplo alcance sobre as perspectivas de paz, democracia e prosperidade para o país".

No início de outubro passado, os líderes de cerca de 50 países da Europa, Ásia e Oceania pediram ao regime militar no poder em Yangun, a libertação dos opositores detidos, em vista da realização destas eleições – a primeiras que se realizarão em Mianmar após mais de duas décadas de férrea ditadura militar.

A principal líder da oposição – Aung San Suu Kyi, prêmio Nobel da Paz-1991 – vive em regime de prisão domiciliar desde 2003 e, ainda que, no dia 13 de novembro próximo, termine a condenação que lhe foi imposta, até o momento a Junta Militar no poder não deu a conhecer se a deixará livre ou não. (AF)

EDITORIAL: A VITÓRIA DA DETERMINAÇÃO

◊ Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - Santo Inácio de Loyola, em seus Exercícios Espirituais, nos propõe uma pergunta que deveremos nos fazer e que determinará o êxito ou o fracasso dos dias passados em oração. A pergunta é: “O que quero?” Apartir do conhecimento do que desejo, todas as minhas energias, afetos, inteligência, liberdade, enfim tudo deve estar voltado para o objetivo do meu querer e assim conseguir a coisa desejada.

Quando há quase dois meses tornou-se público o acidente que aprisionou, a 700 metros da superfície, 33 mineiros chilenos, soubemos pela mídia que tanto as famílias, como as autoridades e o Estado chileno se dispuzeram a fazer tudo para libertar seus concidadãos. E fizeram!

De fato, ninguém mediu esforços para que isso acontecesse e, após 69 dias de pesadelo, nesta terça-feira o mundo teve a imensa alegria de ver o início da retirada de cada um desses mineiros. Quarta-feira, com grande júbilo, todo o mundo comemorava a vitória da vida, da união, da perseverança e da determinação.

Todos os envolvidos haviam se colocado, conscientes ou não, a famosa pergunta: “O que quero?” e tudo o que era necessário foi requisitado e empregado para que os 33 mineiros chilenos fossem resgatados. Desde a oração a Deus, a atitude fundamental que demonstra nossa pequenez e, ao mesmo tempo nossa força, até a engenharia da NASA, tudo foi colocado à serviço desse objetivo comum. Todos os meios foram empregados!

Através da mídia, o mundo inteiro voltou sua atenção para o Chile, formando uma corrente de solidariedade também com a oração.

A Humanidade mostrou que foi criada à imagem de Deus. O ser humano não está perdido como podem crer. Ele precisa receber orientação para canalizar sua inteligência, energia e afeto para aquilo que ele quer, para aquilo que vale a pena. Cremos que o homem quer o bem, cremos que a vocação do homem é triunfar sobre os limites que o envolvem. O que ele precisa é conhecer que a satisfação, a felicidade que busca, está exatamente na união de todos e na disponibilização de todo o potencial que possui e, é claro, na determinação da vontade, de seu querer.

Parafraseando Santa Teresa de Ávila poderemos dizer: o homem sem a graça de Deus é uma pobre criatura, com a graça de Deus, uma força; com a graça de Deus e determinação, uma potência.

Para concluir, o testemunho de Greg Hall dono da empresa responsável pela perfuração que permitiu o resgate dos 33 mineiros. Este engenheiro norte-americano, que se confessa um católico devoto, assegura que a fé para superar os obstáculos e a oração cotidiana foram as chaves do êxito de sua missão. (CA)


EDITORIAL DE PE. LOMBARDI: UMA FESTA PELA VIDA... UMA FESTA QUE DEVE CONTINUAR


◊ Cidade do Vaticano, 16 out (RV) – Dias atrás, um jovem chileno, ao término de uma audiência, havia dado ao papa uma bandeira do Chile contendo as assinaturas autênticas dos 33 mineiros. O Santo Padre a manteve exposta em seu apartamento, recordando, a cada dia, em suas orações, aqueles homens, até o momento de sua libertação, que finalmente foi coroada de êxito.

Diz-se que mais de um bilhão de pessoas tenham acompanhado com grande interesse e participação, as fases de libertação, depois de terem participado, ao longo de dois meses, das preocupações e esperanças dos mineiros, de suas famílias, dos socorristas e de todo o Chile.

A libertação é, portanto, uma grande festa. É maravilhoso que, em todo o mundo, as pessoas tenham se interessado de modo tão intenso à extraordinária iniciativa colocada em ação, para salvar algumas vidas humanas. Isso traz à luz a consciência do valor da vida, e o poder dos meios de comunicação que permitiram que a humanidade pudesse participar desse grande esforço em favor da vida.

Muito bem! Ao mesmo tempo em que nos alegramos pelo novo horizonte de vida desses 33 homens, permanece como cenário dessa alegria a nossa recordação dos numerosos outros mineiros que, em diversas partes do mundo, tiveram ou terão um destino diverso, em consequência de acidentes e de condições de trabalho inseguras. Permanece a recordação e a preocupação pelas tantas vidas humanas que desaparecem em meio ao silêncio ou sem o devido apreço por seu valor.

O empenho maravilhoso de inteligência e de paixão, para salvar essas 33 vidas não deveria ser multiplicado para salvar tantas outras vidas? E os meios de comunicação... não devem continuar fazendo com que o mundo participe no empenho em favor da vida? (FL/AF)

80 ANOS DO MONUMENTO AO CRISTO REDENTOR

◊ Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - No último dia 12 de Outubro lançamos diante do Monumento ao Cristo Redentor e no final da Missa festiva na Quinta da Boa Vista o projeto de comemorações dos 80 anos da inauguração do monumento ao Cristo Redentor. Este símbolo que divulgado pelo Brasil e o mundo tem sido um símbolo do Rio de Janeiro e do Brasil. As comemorações se estenderão durante um ano para comemorarmos a existência do Santuário do Cristo Redentor, dedicado à Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

O Imperador Pedro I, no ano de 1824, foi a primeira pessoa que empreendeu uma excursão até o topo do Morro do Corcovado. D. Pedro sentiu-se atraído pelo local após conversas com o célebre pintor Debret e com o arquiteto Grandjean de Montigny, responsável por grandes obras realizadas na capital do Império, como o prédio da alfândega (atual Casa França-Brasil). Seu filho, D. Pedro II, dando continuação ao interesse manifestado pelo pai, reformou e ampliou o belvedere, alcunhado pela população de “Chapéu do Sol”. Foi durante o seu reinado que primeiro se aventou a possibilidade de construir um monumento religioso no alto do Corcovado, idéia essa concebida pelo padre francês Pierre Marie Bos e repassada à Princesa Isabel, filha de D. Pedro II. Contudo, nada foi construído na época e o padre morreu sem que fosse concretizada a sua idéia.

Coube ao Imperador D. Pedro II, no ano de 1882, outorgar aos engenheiros Pereira Passos (que, posteriormente, se tornou prefeito da cidade do Rio de Janeiro) e João Teixeira Soares o direito de exploração de uma linha férrea até o cume do Corcovado, bem como de um hotel de turismo, que ficou conhecido como “Hotel das Paineiras”, na forma de uma concessão de uso pelo prazo de 50 (cinqüenta) anos. A primeira metade da obra (Cosme Velho- Paineiras) foi concluída em outubro de 1884, sendo a ferrovia definitivamente concluída apenas em 1885. Em 1903, a estrada de ferro foi transferida para Rodrigo Otávio Langard e, posteriormente, comprada pela Light and Power (companhia que até hoje fornece energia elétrica à cidade do Rio de Janeiro), que substituiu as antigas locomotivas a vapor por trens elétricos, transformando a Estrada de Ferro Corcovado na primeira linha férrea eletrificada da América do Sul.

São muitas, controversas e disputadas as versões atuais e recentes da história e das pessoas envolvidas na construção e conservação desse ícone. Segundo uma das tradições da história, que abaixo resumo, vamos encontrar que somente em 1918 é retomada a idéia de construção de um monumento religioso no cume do Corcovado, desta vez pelo Círculo Católico do Rio de Janeiro, como parte das comemorações do centenário da independência do Brasil (que ocorreriam no ano de 1922). Entretanto, as tratativas para a sua construção somente se iniciariam em 20 de março de 1921, quando foi realizada no Círculo Católico a primeira assembléia destinada a estudar o projeto, cuja construção foi aprovada pelo Cardeal Joaquim Arcoverde, então Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro. O Corcovado foi o lugar escolhido para a edificação, após descartados o Morro de Santo Antônio (considerado muito baixo) e o Pão de Açúcar, sendo que, ainda em 1921, é constituída pela Igreja Católica uma Comissão Executiva para gerenciar a construção do monumento, a qual passou a ser presidida pelo Cardeal Dom Sebastião Leme, novo Cardeal Arcebispo da cidade.

Foi, então, realizado um concurso público para escolher qual engenheiro/arquiteto ficaria responsável pela construção do monumento, sendo que, após avaliados os projetos, foi escolhido o projeto de Heitor da Silva Costa, o qual posteriomente assinou contrato de empreitada com a sociedade civil Comissão do Monumento ao “Christo” Redentor para administrar o projeto e construção da obra, documento este devidamente arquivado no 2º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, no Livro nº 711, fls. 062 v. Neste primeiro projeto de Heitor, o Cristo era retratado com os atributos da redenção, quais sejam, a cruz e o globo terrestre. Contudo, a primeira maquete do monumento, feita pelo escultor Lorenzo Petrucci, foi rejeitada pelo próprio Heitor e sofreu violenta oposição dos membros da Escola Nacional de Belas Artes. Tal oposição se explica pelo fato de que um dos principais professoras daquela instituição era o arquiteto Adolfo Morales de los Ríos, que fora derrotado por Heitor da Silva Costa no concurso para a construção do Monumento ao Cristo Redentor e passou a atacar o projeto de Heitor pela imprensa, escrevendo cartas sob o pseudônimo de Jacintho. É neste momento que o pintor ítalo-brasileiro Carlos Oswald é convidado pelo Cardeal Leme e por Heitor da Silva Costa para integrar o projeto.

Assim é que Heitor da Silva Costa e Carlos Oswald passariam os anos de 1922 e 1923 buscando a melhor concepção para o Cristo. Para tanto, Heitor da Silva Costa começou a observar a montanha do Corcovado de diversos pontos da cidade, de modo a verificar como a montanha era avistada desde os bairros mais próximos até aqueles mais afastados, para que o monumento ao Cristo Redentor fosse construído em uma escala que o tornasse visível em toda a cidade. Paralelamente, Carlos Oswald elaborava pinturas com vistas do monumento nos mais diversos ângulos, condições de luminosidade e estações do ano. Estes estudos preparados por Carlos Oswald tinham por objetivo analisar o impacto da obra e culminaram com o esboço do Cristo Redentor de braços abertos, abandonando a concepção inicialmente realista do primeiro desenho de Heitor da Silva Costa e adotando uma concepção simbolista. Enquanto Heitor e Carlos Oswald trabalhavam no projeto, a pedra fundamental do monumento foi lançada em 1922, mas as obras no Corcovado somente começariam, de fato, em 1926. Em 02 de setembro de 1923, a Arquidiocese do Rio de Janeiro iniciou uma intensa campanha para arrecadação de doações para a construção da imagem, angariando óbolos de católicos de todo o país.

Em 1924, Heitor da Silva Costa partiu para a Europa, já com suas convicções pessoais sobre a escala do monumento, sua posição e sua orientação no cimo da rocha, bem como o material que seria utilizado na construção (concreto armado). Seu objetivo no continente europeu era encontrar um escultor que pudesse, a partir de seus esboços e das pinturas de Carlos Oswald, preparar a maquete final do projeto. Ademais, Heitor buscava solucionar os problemas impostos pela escolha do concreto armado, pois sua utilização era relativamente recente e nenhum monumento da escala do Cristo Redentor havia sido construído naquele material até aquele momento. Assim, na França, Heitor da Silva Costa contratou o engenheiro francês Albert Caquot para executar os cálculos estruturais e o escultor franco-polonês Paul Landowski para realizar as maquetes finais do projeto e a parte de escultura da obra, tendo o trabalho por base os desenhos e projetos de Carlos Oswald e Heitor da Silva Costa, sendo que a Heitor coube supervisionar e coordenar os trabalhos de ambos.

Landowski principiou seu trabalho fazendo pequenos modelos em gesso e imprimindo ao monumento feições art déco, estilo em voga na época. Sempre em conjunto com Heitor da Silva Costa, com quem assinou a maquete final do projeto, Landowski passou a trabalhar em um modelo de quatro metros para estudos de ampliação. Estes estudos de ampliação foram coordenados por Heitor da Silva Costa e executados por cinco turmas de dois desenhistas e, segundo relato do engenheiro brasileiro, resultaram bastante complexos, na medida em que a escultura deveria ter estabilidade, ao mesmo tempo que a estrutura de estabilidade não poderia ser tão rígida que não pudesse atender a uma conveniência de forma. Assim, enquanto Paul Landowski ocupava-se de esculpir a cabeça e as mãos do monumento (que seriam depois trasladadas ao Brasil), Albert Caquot e sua equipe ocupavam-se do estudo definitivo da estrutura, com todos os detalhes necessários. Flávio Castellotti reporta que o escultor italiano Lelio Landucci, colaborador próximo de Paul Landowski, também tomou parte no processo de elaboração do projeto definitivo.

A solução encontrada por Albert Caquot e sua equipe para fazer com que o monumento suportasse os ventos da Baía de Guanabara foi dotar o Cristo de um esqueleto formado por quatro pilares unidos por vigas que, a cada 2,60 metros, sustentam doze lajes retangulares, ligadas por escadas, conforme minuciosamente descrito por Heitor à Revista “O Cruzeiro”, sendo possível caminhar por dentro do monumento. A armação dos braços foi constituída com vigas em treliça, concreto armado e aço, sendo que todo o cálculo estrutural foi feito tendo por base a circular ministerial francesa de 1906.

Por escolha feita por Heitor da Silva Costa, a estátua do Cristo Redentor foi revestida de pedra-sabão, material que já se provara bastante resistente e que já fora empregado nas esculturas dos profetas de Aleijadinho. Assim, foram recortados pequenos triângulos de pedra-sabão, que foram cuidadosamente colados sobre papel como um mosaico pelas senhoras do Círculo Católico do Rio de Janeiro. Nesta restauração do monumento, talvez a maior realizada ate hoje, um dos trabalhos foi justamente repor esse revestimento feitos do mesmo material.

As obras no cume do Corcovado iniciaram-se em 1926, sendo finalizadas em 1931. Concluído o monumento, foi agendada a inauguração para o dia 12/10/1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. O topo do Corcovado foi entregue aos cuidados da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, responsável pela idéia, construção e conservação desse monumento assim como os direitos autorais dos vários projetos dessa construção.

Todo este histórico eu peço licença aos ilustres advogados Dr. Gabriel F. Leonardos e Dra. Aline Ferreira de C. da Silva para tomar de conhecimento público de seu magnífico parecer em que demonstra que o direito de imagem do Cristo Redentor é da nossa Arquidiocese, sendo ela a única responsável pela sua idealização e de seu uso público (que por sinal nunca são cobrados). Estes esclarecimentos históricos são fundamentais e devem ser precisos neste quadra de 12 de outubro em que comemoramos os 79 anos da inauguração do Monumento ao Cristo Redentor, que se confunde como ícone da imagem brasileira pelo mundo, como uma de suas sete maravilhas modernas, para assinalarmos o início das comemorações dos 80 anos de inauguração do monumento, neste ano amplamente reformado e entregue à nossa Arquidiocese e ao Brasil.

O Papa João Paulo II, o saudoso João de Deus que encantou os cariocas, no alto do Corcovado, diante da imagem magnífica do Cristo Redentor de braços abertos para o Rio, nos ensinou: “Sim, no cume destes montes não há quem não possa contemplar a sua imagem, em atitude de acolher e abraçar, e imaginá-lo como é, sempre disposto ao encontro com o homem, desejoso de que o homem venha ao seu encontro. Ora, esta é a única finalidade que a Igreja – e com ela o Papa neste momento – tem diante dos olhos e no coração: que cada homem possa encontrar Cristo, a fim de que Cristo possa percorrer com cada homem os caminhos da vida (Redemptor Hominis, n. 13). Símbolo do amor, apelo à reconciliação e convite à fraternidade, Cristo Redentor aqui proclama continuamente a força da verdade sobre o homem e sobre o mundo, da verdade contida no mistério da sua Encarnação e Redenção (cf. Ibid, n. 13 Discurso, 2 de julho de 1980).

João Paulo II, ao se referir do alto do Corcovado, que o Papa com Cristo, “gostaria de confortar, infundir esperança e animar a todos, sem esquecer ninguém: crianças, jovens, pais e mães de família, anciãos, doentes, detentos, desalentados e angustiados. Para todos desejaria ser portador de confiança, de amor e de paz. É esse o sentido e a intenção da bênção sobre a cidade e sobre todos os seus habitantes, que darei a seguir, em nome de Cristo Redentor, Redentor do homem na plenitude da verdade”.

Realmente o Cristo Redentor, de braços abertos ao Rio de Janeiro, reforça a vocação desta cidade e de nossa Igreja: sempre de braços abertos acolher a todos, crianças, jovens, famílias, idosos, e dizer que somente teremos paz e tranquilidade nesta cidade maravilhosa quando o abraço de Jesus Cristo, o Cristo Redentor, encantar os corações de nosso querido povo carioca, para seguirmos a Jesus Cristo que é caminho, verdade e vida.

Que o Cristo Redentor continue nos convidando sempre à solidariedade, à fraternidade e à reconciliação. Este é o espírito, dentro do espírito de discípulos-missionários que a Igreja nos convoca, a celebrar os 80 anos do Cristo que abre seus braços ao Brasil e ao mundo, relembrando a nossa identidade cristã, que nos ilumina no dia a dia a buscar a redenção de Cristo na vida cotidiana.

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


MARIA E AS MISSÕES

◊ Cidade do Vaticano, 15 out (RV) - O mês do rosário e das missões, outubro, nos encontra com várias comemorações marianas: Nossa Senhora do Rosário, de Nazaré, de Fátima, Aparecida, da Penha. A estrela da evangelização é para nós uma inspiração de nossa disponibilidade para levar Cristo ao mundo através do nosso “sim” ao Plano de Deus.

A Igreja, na sua essência missionária, tem na figura de Maria o seu protótipo, o modelo de como ser evangelizadora, de como levar a Boa Nova a todos, tendo em vista que Maria é grande missionária. Trouxe em seu ventre o Redentor da humanidade! Com sua intercessão, leva as pessoas a Jesus e O traz às pessoas, ou seja, por ela vamos até Jesus e Jesus vem até nós.

O mandato que a Igreja recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo para evangelizar consiste no anúncio do Evangelho, em primeiro lugar aos pobres, visando à salvação e à libertação total de toda pessoa humana. A incumbência da Igreja é o anúncio explícito do evangelho. Maria Santíssima foi aquela que, ao longo de toda sua existência, nada mais fez do que estar disponível a Deus. Sua vida foi pautada na obediência e fidelidade a Deus, numa atitude de total desprendimento e serviço a favor do Reino. Ela, portanto, é, sem dúvida, a figura na qual devemos espelhar em nossas orações, em nossas relações com Deus e em nossos trabalhos missionários.

O mês de outubro ajuda-nos a recordar o fundamental convite missionário de Cristo e da Igreja em cada comunidade e apoiar o trabalho de quantos sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos trabalham nas fronteiras da missão da Igreja. O anúncio do Evangelho permanece o primeiro serviço que a Igreja deve à humanidade para oferecer a salvação de Cristo ao homem do nosso tempo, de tantas maneiras humilhado e oprimido, e para orientar em sentido cristão as transformações culturais, sociais e éticas que estão em ação no mundo.

O Papa Bento XVI, por ocasião do mês missionário, nos anima a sairmos do imobilismo e colocar a mão no arado do anúncio do Evangelho: “Caríssimos, neste Dia Missionário Mundial no qual o olhar do coração se dilata sobre os imensos espaços da missão, sintamo-nos todos protagonistas do compromisso da Igreja de anunciar o Evangelho. O estímulo missionário foi sempre sinal de vitalidade para as nossas Igrejas e a sua cooperação é testemunho singular de unidade, de fraternidade e de solidariedade, que nos torna críveis anunciadores do Amor que salva!”

“Como o "sim" de Maria, cada resposta generosa da Comunidade eclesial ao convite divino ao amor dos irmãos suscitará uma nova maternidade apostólica e eclesial (cf. Gl 4, 4.19.26), que, se deixando surpreender pelo mistério de Deus amor, o qual "ao chegar a plenitude dos tempos, enviou o Seu Filho, nascido de mulher" (Gl 4, 4), dará confiança e audácia a novos apóstolos. Esta resposta tornará todos os crentes capazes de ser "jubilosos na esperança" (Rm 12, 12) ao realizar o projeto de Deus, que deseja "que todo o gênero humano constitua um só Povo de Deus, se congregue num só Corpo de Cristo, e se edifique num só templo do Espírito Santo" (Ad gentes, 7)”.

A Igreja, seus ministros, suas lideranças, os batizados, todos somos convocados e chamados a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais. Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários. Isso não depende tanto de grandes programas e estruturas, mas de homens e mulheres novos que encarnem essa tradição e novidade, como discípulos de Jesus Cristo e missionários de seu Reino, protagonistas de uma vida nova para uma América Latina que deseja reconhecer-se com a luz e a força do Espírito. Por isso, o estado permanente de missão, que é uma convocação de toda a Igreja na América Latina, à luz de Aparecida, tem por objetivo principal despertar e fomentar o ardor missionário em nossas comunidades. Como devotos de Maria, a Senhora dos mil nomes, em cada um dos títulos em que é venerada pelo nosso povo santo, nada mais justo e salutar do que não só imitá-la, mas colocá-la como patrona que nos ilumina no estado permanente de missão, a essência do discipulado e da missão da Igreja e de seus filhos.

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ


Atualidades


NOBEL DA PAZ: ESPOSA DE LIU XIAOBO TEME DEPORTAÇÃO

◊ Pequim, 16 out (RV) - A mulher do prêmio Nobel da Paz-2010, o dissidente chinês Liu Xiaobo, teme ser obrigada a deixar Pequim. Foi o que disse ela mesma – Liu Xia – em mensagem divulgada via Twitter, a rede social de curtas mensagens na web.

A possibilidade de que Liu Xia seja afastada da capital chinesa foi levantada também por um de seus advogados, Shang Baojun, que declarou à emissora de rádio RTHK, de Hong Kong, que na próxima segunda-feira, ele se reunirá com os demais advogados do Nobel da Paz, para decidir as próximas medidas a serem adotadas.

Segundo o advogado, o governo de Oslo deveria convocar o embaixador chinês na Noruega e pedir-lhe que o governo de Pequim liberte o casal.

Liu Xia encontra-se sob estreita vigilância da polícia desde o dia 8 de outubro, quando foi anunciado que o Nobel da Paz fora atribuído a seu marido. A polícia a impede de receber visitas e ontem – diz ela no Twitter – impediu a entrada em sua casa, de amigos que ela convidara para um jantar.

Para a polícia política chinesa, a prática de obrigar dissidentes e críticos do regime a se afastarem de Pequim, nos momentos "quentes", é habitual. A prisão domiciliar de Liu Xia, que não é acusada de nenhum crime, foi definida "ilegal" por seus advogados.

A libertação do Nobel da Paz e sua mulher foi solicitada por numerosos governos estrangeiros, entre os quais Estados Unidos, Alemanha e França. (AF)


PAQUISTÃO: NOBEL DA PAZ A XIAOBO DESPRESTIGIA O GALARDÃO

◊ Islamabad, 16 out (RV) - O governo do Paquistão manifestou-se "surpreso" e "perturbado" pela atribuição do Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo, uma decisão que segundo Islamabad não condiz com o prestígio do reconhecimento, informaram hoje os meios de comunicação paquistaneses.

Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão sublinha que "a politização do prêmio Nobel da Paz com o intuito de interferir nos assuntos internos dos Estados é uma negação do espírito concebido pelo criador do galardão, Alfred Nobel".

"Liu Xiaobo foi condenado pelo sistema judicial chinês e não fez nada que pudesse qualificá-lo para receber o Nobel da Paz. O Paquistão está surpreso e profundamente perturbado com essa decisão que pode ser analisada apenas como um distanciamento do prestígio associado ao prêmio" – diz o Ministério em sua nota.

O texto acrescenta que a China tem dado passos concretos para "respeitar os princípios e normas internacionais", em âmbito legal e humanitário.

A China é o principal aliado do Paquistão na região e ambos os países mantêm boas relações diplomáticas há décadas. No contexto da atual crise humanitária resultante das inundações no Paquistão, o governo de Pequim prometeu uma assistência econômica a Islamabad, no valor de 50 milhões e 700 mil dólares, situando-se como o sexto maior doador de ajudas. (AF)

© Rádio Vaticano 2010

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