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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Arcebispo Montenegro sobre visita do Papa a Lampedusa: sinal de esperança para quem sofre


Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja em Agrigento – sul da Itália – acolhe com imensa alegria a notícia da visita do Papa Francisco à comunidade de Lampedusa e a considera um "dom de graça extraordinário". Assim se expressou à imprensa o Arcebispo de Agrigento, Dom Francesco Montenegro, após o anúncio da visita. Para Dom Montenegro, o fato de o Santo Padre ter escolhido Lampedusa como primeira viagem constitui uma mensagem forte que "ajuda a ler a história com os olhos de Deus". Imigração, acolhimento e caridade serão as palavras-chave, explicou o prelado em entrevista à Rádio Vaticano.

Dom Francesco Montenegro:- "Quando soube que viria nos visitar experimentei um sentimento de grande comoção. É verdade que havia falado com o Santo Padre durante a visita "ad Limina" e inclusive havia ressaltado a importância de Lampedusa para os nossos irmãos que chegam da África e para nós fiéis, Igreja que deve acolher também na pobreza. Vi o Papa muito atento às notícias que lhe dava e disse-lhe que seria belo se ele viesse nos visitar. Porém, essa surpresa me impressionou porque vi que realmente tem o coração de um pastor que sente que tem um irmão que sofre, e, portanto, o sofrimento é dúplice. Há o sofrimento dos imigrados, mas há também o sofrimento de uma população que ao acolhê-los procurou dar tudo. Por que não falar sobre eles e pensar neles mesmo quando no momento não houver imigrados?"

RV: Olhando o programa consta que o Santo Padre quer ter também um contato com o mar, que para muitos, durante as travessias, se torna um túmulo...

Dom Francesco Montenegro:- "Sim, o número dos mortos parece não interessar porque têm a pele escura, há muita indiferença. O meu desejo – sempre disse isso – é que o problema da imigração se torne realmente problema de todas as Igrejas, e de nós Igrejas, que estamos na linha de frente."

RV: Quais são as expectativas e também as questões que apresentará ao Papa?

Dom Francesco Montenegro:- "Apresentarei ao Papa tudo isto: os muitos sofrimentos que batem às nossas portas e o acolhimento do meu povo, que quando se encontrava com a ilha repleta de estrangeiros esvaziou os armários, disponibilizou banheiros, ofereceu refeições, objetos e vestimentas. Entenderão que o empenho, esforço e generosidade deles são reconhecidos pelo Papa. Precisamos ouvir de sua voz o que o Papa, pastor, quer nos dizer. Quem poderia dar-nos palavras de esperança, dizer-nos que quem tem o coração grande pode lançar o olhar para longe? Lampedusa, Agrigento, são uma ponte com aquele continente africano o qual não podemos fazer finta de não existir."

RV: São certamente grandes a alegria e emoção, mas, para além disso, os senhores têm somente poucos dias para preparar a visita. Já estabeleceram prioridades, já pensaram como preparar também a comunidade?

Dom Francesco Montenegro:- "Hoje estamos dando a notícia oficial, mas o belo é também que o Papa nos disse querer que seja uma visita privada, a qual não deve ter nada de exorbitante. Poder-se-ia dizer que vem de ponta de pé! Mas quando se está com os pobres é sempre de ponta de pé que se chega, justamente com essa delicadeza e atenção para com essa gente que sofre. Creio que seja um grande ensinamento o fato de ele querer vir com a simplicidade de um bispo que olha para a sua gente e a olha com os olhos do coração. Digo: mesmo se o Papa viesse aqui e não dissesse nada, a sua própria vinda seria uma mensagem no contexto de uma realidade como essa." (RL)

Texto proveniente da página
do site da Rádio Vaticano 

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