Papa e Santa Sé
ANGELUS: PAPA CONVIDA A ESPERAR O SENHOR COM CONFIANÇA
◊ Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Bento XVI presidiu a oração mariana do Angelus deste 3° Domingo do Advento, na Praça São Pedro, no Vaticano, onde o aguardavam vários fiéis e peregrinos, e muitas crianças que levaram vários meninos Jesus para que fossem abençoados pelo Papa.
O Papa frisou que este domingo da alegria nos convida a reforçar o vigor interior que nos ajuda a preparar a vinda do Senhor com confiança operosa.
Citando o capítulo 5 da Carta de São Tiago, o Santo Padre convidou a olhar para o agricultor que espera paciente o fruto precioso da terra, até receber a chuva do outono e da primavera. "Sejam pacientes vocês também; fortaleçam os corações, pois a vinda do Senhor está próxima" – disse o Papa.
"O agricultor não é fatalista, mas é um modelo de uma mentalidade que une de forma equilibrada a fé e a razão, porque, por um lado, ele conhece as leis da natureza e faz bem o seu trabalho, e, por outro, confia na Providência, porque algumas coisas fundamentais não estão em suas mãos, mas nas mãos de Deus. A paciência e a constância são uma síntese entre o compromisso humano e a sua entrega a Deus" - acrescentou o Santo Padre.
"Fortaleçam seus corações" – diz a Sagrada Escritura. Quanto a isso, Bento XVI fez a seguinte pergunta: "Como podemos fortalecer o nosso coração fragilizado e que se tornou mais instável por causa da cultura em que vivemos? A ajuda não nos falta: é a Palavra de Deus, frisou ainda Bento XVI.
"De fato, enquanto tudo passa e muda a Palavra de Deus não passa. Se os acontecimentos da vida nos deixam desanimados e toda certeza parece desabar, temos uma bússola que nos orienta, temos uma âncora que nos ampara. E aqui nos é oferecido o modelo dos profetas, ou seja, daquelas pessoas que Deus chamou para que falem em seu nome" - ressaltou o pontífice.
O Santo Padre sublinhou que "o profeta encontra a sua alegria e a sua força na Palavra do Senhor, e enquanto os homens buscam, muitas vezes, a felicidade pelas ruas, o profeta anuncia a verdadeira esperança que não decepciona porque está fundamentada na fidelidade de Deus. Todo cristão, por causa do Batismo, recebeu a dignidade profética: possa cada um redescobri-la, alimentá-la com a assídua escuta da divina Palavra".
Após a oração mariana do Angelus, o Papa saudou em várias línguas os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Saudou as crianças e os jovens de Roma que foram à praça por ocasião da tradicional bênção dos "Bambinelli", ou seja, dos meninos Jesus que depois de abençoados pelo Papa as crianças colocam em seus presépios feitos em casa. "Queridos jovens amigos, quando vocês colocarem o Menino Jesus na gruta ou na cabana, façam uma oração pelo Papa e por suas intenções" – frisou o pontífice.
Depois de saudar as crianças, seus pais, professores e catequistas, o Papa saudou os fiéis de língua portuguesa com as seguintes palavras: "Saúdo com amizade os fiéis das paróquias de Barcarena e Milharado, no Patriarcado de Lisboa, e demais peregrinos de língua portuguesa. Agradecido pela presença orante, desejo que esta romagem confirme a vossa adesão a Cristo: confiai no seu poder, deixai agir a sua graça! Por modelo e protecção, tomai a Virgem Mãe."
(MJ)
BENTO XVI: CONSTRUAM SEMPRE MAIS A IGREJA FEITA DE PEDRAS VIVAS
◊ Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Bento XVI presidiu a santa missa, na manhã deste domingo, na paróquia dedicada a São Maximiliano Maria Kolbe, localizada na periferia romana de Prato Fiorito.
O Papa convidou os fiéis a viverem com compromisso o caminho pessoal e comunitário na seqüela de Cristo. "O Advento é um forte convite a deixar entrar sempre mais Deus em nossas vidas, em nossas casas, em nossos bairros, em nossas comunidades para ter uma luz em meio a tantas sombras e fadigas do dia-a-dia" – frisou o pontífice.
Bento XVI pediu aos fiéis para que construam sempre mais a Igreja feita de pedras vivas. "Conheço as muitas e significativas obras de evangelização que vocês estão atuando. Peço aos fiéis para que dêem sua contribuição na edificação da comunidade, sobretudo no campo da catequese, da liturgia e da caridade – colunas da vida cristã – em comunhão com toda a Diocese de Roma" – ressaltou o Papa.
Bento XVI frisou que "nenhuma comunidade pode viver como uma célula isolada do contexto diocesano, mas deve ser expressão viva da beleza da Igreja que caminha em comunhão ao Reino de Deus".
O Santo Padre pediu às famílias para que vivam a sua vocação ao amor com generosidade e perseverança. Como a Paróquia de São Maximiliano Maria Kolbe é formada por famílias provenientes do centro e do sul da Itália, que buscavam trabalho e melhores condições de vida, e também por pessoas provenientes do leste europeu e outros países, a partir dessa realidade concreta da paróquia, Bento XVI pediu aos fieis para que se esforcem em crescer sempre mais na comunhão, criando ocasiões de diálogo e favorecendo a compreensão recíproca entre pessoas provenientes de culturas, modelos de vida e condições sociais diferentes. "Saibam formar comunidade unidos na escuta da Palavra de Deus e na celebração dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia" – frisou o pontífice.
Que São Maximiliano Maria Kolbe, que se ofereceu para morrer a fim de salvar um pai de família, seja para nós exemplo de amor e doação. (MJ)
Formação
REFLEXÃO PARA O 3º DOMINGO DO ADVENTO
◊ Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Diante de um mundo arrasado, de um ambiente de profunda desolação, de corações sofridos e enlutados, Isaías clama Vida, Alegria, Ressurreição! O texto da primeira leitura de hoje, extraído do livro de Isaías, nos leva à Esperança. O Profeta quebra a rotina desoladora e nos aponta a ação de Deus, a regeneração do mundo, a redenção do ser humano. Mas o Senhor que pode fazer tudo sozinho, quer nossa colaboração, quer fazer-nos partícipes de sua obra salvífica. Nesse próprio ato de pedir nossa colaboração já está a redenção.
O Senhor nos trata como pessoas maduras, capazes, pessoas criadas à Sua imagem e semelhança. Por isso não é próprio do fiel ficar de braços cruzados, desanimado e acomodado. Aquele que crê levanta a cabeça, solta os braços e busca dentro de si a força do Senhor, e imediatamente começa a colaborar com o Criador. O fiel reage contra qualquer ação oriunda da cultura de morte. Ele crê na Vida! Assim aconteceu com a escravidão no Egito, em outras situações onde os protagonistas foram os pobres, os marginalizados, os portadores de deficiência, os pequenos segundo o mundo. Assim fez Jesus Cristo, colocando-se como servo de todos, à disposição do Pai para assegurar a felicidade eterna ao Homem.
No Evangelho de hoje, temos em prmeiro lugar a dificuldade de João Batista em reconhecer em Jesus o Messias prometido. Na pregação de João Batista, como vimos no domingo passado, Jesus deveria tratar os pecadores com bastante dureza, destruí-los até. Mas ele não o faz, ao contrário, provoca mudanças em seus corações, possibilitando a salvação, faz refeições com eles e até se torna amigo deles. Isso desorienta o Batista.
Quando interrogado pelos discípulos de João, Jesus responde citando Isaías, ou seja, dizendo que sua missão é de redenção, por isso os sinais que faz são de salvação. Deus ama a todos, bons e maus. Todos são seus filhos, foram criados por amor.
Em segundo lugar, Jesus elogia a pessoa do Batista dizendo que ele é mais que um Profeta, o maior entre os nascidos de mulher – dirá o Mestre. Ao dizer que “O menor no Reino dos céus é maior do que o Batista”, Jesus afirma que esse menor entendeu que Deus vem ao encontro do Homem para perdoá-lo, acolhê-lo e amá-lo. Menor e maior. Sem depreciar em nada a figura de João Batista Batista, já que os tempos do Reino transcendem inteiramente aqueles que os precederam e prepararam, essas duas palavras opõem duas épocas da obra divina, duas “economias”, conforme nos esclarece a Bíblia de Jerusalém.
Finalmente, na 2ª leitura, São Tiago nos exorta a que fiquemos firmes até e chegada do Senhor. Firme para Tiago significa manter a fé, a esperança e a caridade. Por isso, ele toma como exemplo o agricultor que trabalha e depois fica à espera do fruto prometido e nos aconselha a não nos queixarmos dos irmãos. (CAS)
3º DOMINGO DO ADVENTO, A
◊ Campanha, 12 dez (RV) - “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (cf. Fl 4,4s).
Meus queridos irmãos,
Celebramos o terceiro domingo do advento que é conhecido na história da Igreja em conformidade com a antífona de entrada de hoje: o domingo chamado GAUDETE, ou seja, o domingo alegre, ou ainda, o domingo das alegrias. Este é o espírito que deve permear toda a liturgia hodierna: a alegria. A primeira leitura(cf. Is 35, 1-6a.10), mais uma “utopia” de Isaías que tem seu correspondente no Evangelho – que fala dos cegos e dos coxos curados: a obra do Messias; e o Salmo Responsorial, cantando a bondade de Deus que abre os olhos aos cegos.
O júbilo da natureza, a cura dos enfermos, a volta dos exilados é o que nos anuncia Isaías, pelo sonho da salvação. A vinda salvadora de Deus transforma o deserto em paraíso, cura os enfermos, vence a maldição do pecado de Adão. Liberdade, alegria, felicidade: a gente, hoje em dia, gostaria de vê-las antes de acreditar que existem. Mas Deus dá um novo modo de ver, ouvir e falar. Recebemos novas capacidades para acatar a verdade e a realidade de Deus. E isto é o essencial, em nossa vida.
A alegria, também, permeia a segunda leitura(cf. Tg 5,7-10), dentro de um contexto bem diferente: recordando a espera da primeira vinda de Jesus, preparamo-nos para a segunda vinda de Cristo. São Tiago nos ensina a manter nossa fé preservada até a segunda vinda, com a paciência do lavrador que aguarda a chuva. Grande constância a que somos chamados: temos diante dos olhos a inefável proximidade do Senhor que é a nossa única alegria. Todos nós somos convidados a aguardar sem desistência a vinda do senhor. Depois da pregação escatológica aos ricos(Tg 5,1-6), São Tiago dirige-se aos seus irmãos, os pobres: eles devem viver em firmeza permanente até que venha o Senhor. A fé do pobre é esperança; o rico não pode esperar, porque o medo o oprime. A proximidade da vinda do Senhor provoca uma segunda admoestação: diante do juízo próximo, mútua acusação e rixa são proscritas. Tiago ilustra suas admoestações com exemplos: o agricultor, que firmemente aguarda a colheita; 2) os profetas, que não se cansam em falar a palavra de Deus e 3) a paciência de Jó.
Estimados Irmãos,
Isaias nos ensinou as coisas bonitas que virão com a chegada do Messias: fecundidade, alegria, flores, presença de Deus, coragem, esperança, salvação, libertação e recompensa. Tiago, por seu turno, na segunda leitura, ressalta que devemos ter uma grande paciência na espera da vinda gloriosa de Cristo Jesus, como justo Juiz. Nós somos cristãos, por isso urge estarmos sempre preparados, pois não sabemos nem o dia e nem a hora. É sempre necessário estarmos vigilantes desde a aurora, ansiosos pelo Senhor que vem nos julgar.
Agora entre as coisas bonitas e a vigilância paciente da vinda do Cristo temos que contemplar o que pede o Evangelho: fazer acontecer o Reino de Deus entre nós. Esta é a nossa missão, que deve ser uma missão de alegria.
O Evangelho(cf. Mt 11,2-11) nos ensina que Jesus é mesmo a quem devemos esperar. Jesus cura os enfermos, traz boa-nova para os pobres. Os judeus se defrontam com a pergunta se Jesus é “o que deve vir”, o Messias, em quem a lei e os profetas chegam à plenitude. João Batista depois de O ter anunciado como juiz escatológico, coloca-O, agora, como representante do Antigo Testamento, com a pergunta decisiva: “És tu?”.
João Batista, o precursor, e Maria, a Virgem, são os dois protagonistas da chegada do Salvador. Jesus encarnando-Se no Seio Virginal da Mãe concretiza na humanidade o Reino de Deus. Em vez de olhar para o Menino que vai nascer, a Madre Igreja olha para as razões de seu nascimento. Elogiando João Batista, Jesus elogia a todos quantos perceberam os sinais da chegada do Salvador, a todos que crerem na boa-nova que Ele traz, levarem a sério os seus ensinamentos e facilitarem os seus caminhos. Quem assim fizer participará do Reino dos Céus, como João Batista.
Temos que ter presente o Reino de Deus pela sensibilidade dos olhos, dos ouvidos, da pele, dos ossos, da própria vida e do estado de pobreza do homem. O Reino de Deus acontece aqui e agora, no meio dos homens e das mulheres, no nosso meio, inserido dentro da história humana. O Reino de Deus tem que transformar o mundo e fecundá-lo para o viés da eternidade.
Estimados irmãos,
O NATAL não é somente um acontecimento espiritual. É um evento humano e histórico. Cristo nasceu para salvar o homem: seu espírito e sua carne. O Reino de Deus é para a criatura humana na plenitude de seu ser, do seu viver. Por isso temos que nos preocupar com todos os aspectos do homem da mulher, especialmente dos aspectos humanos que nos interpelam. Assim, todo aquele que melhorar a sorte do homem na terra está construindo o Reino de Deus aqui, está ajudando a acontecer o Natal de Jesus e o natal dos homens.
A Igreja, ao velar pela dignidade da pessoa humana em todos os seus aspectos, alcança a criatura humana na sua origem, envolve-a durante toda a sua peregrinação terrestre e a introduz na eternidade.
A exaltação de João Batista é a confirmação da missão de Jesus e da razão de sua presença na terra; enunciação dos sinais do Reino, previstos pelos profetas e mostrados por Jesus de Nazaré, a não deixar dúvidas em ninguém; descrição do caminho a ser percorrido pelo verdadeiro discípulo, construtor, com Jesus, do Reino de Deus.
Por isso somos, cristãos, povo de espera. Vamos pedir com fé que o Natal seja um dia de alegria, semelhante à alegria de João Batista quando reconheceu em Jesus o Messias. Perdoado o pecado, o Natal como toda eucaristia, apresenta-se como festa escatológica, antecipação do Natal eterno: Emanuel, Deus conosco para sempre.
Que o cristão saiba aguardar o Senhor como o lavrador espera amadurecer os frutos da terra. Todos, assim, somos chamados a ser este mensageiro. O Senhor está chegando. É preciso que vigilantes preparemos a sua chegada.
Pe. Wagner Augusto Portugal
Vigário Judicial da Diocese da Campanha (MG)
ANGELUS: PAPA CONVIDA A ESPERAR O SENHOR COM CONFIANÇA
◊ Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Bento XVI presidiu a oração mariana do Angelus deste 3° Domingo do Advento, na Praça São Pedro, no Vaticano, onde o aguardavam vários fiéis e peregrinos, e muitas crianças que levaram vários meninos Jesus para que fossem abençoados pelo Papa.
O Papa frisou que este domingo da alegria nos convida a reforçar o vigor interior que nos ajuda a preparar a vinda do Senhor com confiança operosa.
Citando o capítulo 5 da Carta de São Tiago, o Santo Padre convidou a olhar para o agricultor que espera paciente o fruto precioso da terra, até receber a chuva do outono e da primavera. "Sejam pacientes vocês também; fortaleçam os corações, pois a vinda do Senhor está próxima" – disse o Papa.
"O agricultor não é fatalista, mas é um modelo de uma mentalidade que une de forma equilibrada a fé e a razão, porque, por um lado, ele conhece as leis da natureza e faz bem o seu trabalho, e, por outro, confia na Providência, porque algumas coisas fundamentais não estão em suas mãos, mas nas mãos de Deus. A paciência e a constância são uma síntese entre o compromisso humano e a sua entrega a Deus" - acrescentou o Santo Padre.
"Fortaleçam seus corações" – diz a Sagrada Escritura. Quanto a isso, Bento XVI fez a seguinte pergunta: "Como podemos fortalecer o nosso coração fragilizado e que se tornou mais instável por causa da cultura em que vivemos? A ajuda não nos falta: é a Palavra de Deus, frisou ainda Bento XVI.
"De fato, enquanto tudo passa e muda a Palavra de Deus não passa. Se os acontecimentos da vida nos deixam desanimados e toda certeza parece desabar, temos uma bússola que nos orienta, temos uma âncora que nos ampara. E aqui nos é oferecido o modelo dos profetas, ou seja, daquelas pessoas que Deus chamou para que falem em seu nome" - ressaltou o pontífice.
O Santo Padre sublinhou que "o profeta encontra a sua alegria e a sua força na Palavra do Senhor, e enquanto os homens buscam, muitas vezes, a felicidade pelas ruas, o profeta anuncia a verdadeira esperança que não decepciona porque está fundamentada na fidelidade de Deus. Todo cristão, por causa do Batismo, recebeu a dignidade profética: possa cada um redescobri-la, alimentá-la com a assídua escuta da divina Palavra".
Após a oração mariana do Angelus, o Papa saudou em várias línguas os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Saudou as crianças e os jovens de Roma que foram à praça por ocasião da tradicional bênção dos "Bambinelli", ou seja, dos meninos Jesus que depois de abençoados pelo Papa as crianças colocam em seus presépios feitos em casa. "Queridos jovens amigos, quando vocês colocarem o Menino Jesus na gruta ou na cabana, façam uma oração pelo Papa e por suas intenções" – frisou o pontífice.
Depois de saudar as crianças, seus pais, professores e catequistas, o Papa saudou os fiéis de língua portuguesa com as seguintes palavras: "Saúdo com amizade os fiéis das paróquias de Barcarena e Milharado, no Patriarcado de Lisboa, e demais peregrinos de língua portuguesa. Agradecido pela presença orante, desejo que esta romagem confirme a vossa adesão a Cristo: confiai no seu poder, deixai agir a sua graça! Por modelo e protecção, tomai a Virgem Mãe."
(MJ)
BENTO XVI: CONSTRUAM SEMPRE MAIS A IGREJA FEITA DE PEDRAS VIVAS
◊ Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Bento XVI presidiu a santa missa, na manhã deste domingo, na paróquia dedicada a São Maximiliano Maria Kolbe, localizada na periferia romana de Prato Fiorito.
O Papa convidou os fiéis a viverem com compromisso o caminho pessoal e comunitário na seqüela de Cristo. "O Advento é um forte convite a deixar entrar sempre mais Deus em nossas vidas, em nossas casas, em nossos bairros, em nossas comunidades para ter uma luz em meio a tantas sombras e fadigas do dia-a-dia" – frisou o pontífice.
Bento XVI pediu aos fiéis para que construam sempre mais a Igreja feita de pedras vivas. "Conheço as muitas e significativas obras de evangelização que vocês estão atuando. Peço aos fiéis para que dêem sua contribuição na edificação da comunidade, sobretudo no campo da catequese, da liturgia e da caridade – colunas da vida cristã – em comunhão com toda a Diocese de Roma" – ressaltou o Papa.
Bento XVI frisou que "nenhuma comunidade pode viver como uma célula isolada do contexto diocesano, mas deve ser expressão viva da beleza da Igreja que caminha em comunhão ao Reino de Deus".
O Santo Padre pediu às famílias para que vivam a sua vocação ao amor com generosidade e perseverança. Como a Paróquia de São Maximiliano Maria Kolbe é formada por famílias provenientes do centro e do sul da Itália, que buscavam trabalho e melhores condições de vida, e também por pessoas provenientes do leste europeu e outros países, a partir dessa realidade concreta da paróquia, Bento XVI pediu aos fieis para que se esforcem em crescer sempre mais na comunhão, criando ocasiões de diálogo e favorecendo a compreensão recíproca entre pessoas provenientes de culturas, modelos de vida e condições sociais diferentes. "Saibam formar comunidade unidos na escuta da Palavra de Deus e na celebração dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia" – frisou o pontífice.
Que São Maximiliano Maria Kolbe, que se ofereceu para morrer a fim de salvar um pai de família, seja para nós exemplo de amor e doação. (MJ)
Formação
REFLEXÃO PARA O 3º DOMINGO DO ADVENTO
◊ Cidade do Vaticano, 12 dez (RV) - Diante de um mundo arrasado, de um ambiente de profunda desolação, de corações sofridos e enlutados, Isaías clama Vida, Alegria, Ressurreição! O texto da primeira leitura de hoje, extraído do livro de Isaías, nos leva à Esperança. O Profeta quebra a rotina desoladora e nos aponta a ação de Deus, a regeneração do mundo, a redenção do ser humano. Mas o Senhor que pode fazer tudo sozinho, quer nossa colaboração, quer fazer-nos partícipes de sua obra salvífica. Nesse próprio ato de pedir nossa colaboração já está a redenção.
O Senhor nos trata como pessoas maduras, capazes, pessoas criadas à Sua imagem e semelhança. Por isso não é próprio do fiel ficar de braços cruzados, desanimado e acomodado. Aquele que crê levanta a cabeça, solta os braços e busca dentro de si a força do Senhor, e imediatamente começa a colaborar com o Criador. O fiel reage contra qualquer ação oriunda da cultura de morte. Ele crê na Vida! Assim aconteceu com a escravidão no Egito, em outras situações onde os protagonistas foram os pobres, os marginalizados, os portadores de deficiência, os pequenos segundo o mundo. Assim fez Jesus Cristo, colocando-se como servo de todos, à disposição do Pai para assegurar a felicidade eterna ao Homem.
No Evangelho de hoje, temos em prmeiro lugar a dificuldade de João Batista em reconhecer em Jesus o Messias prometido. Na pregação de João Batista, como vimos no domingo passado, Jesus deveria tratar os pecadores com bastante dureza, destruí-los até. Mas ele não o faz, ao contrário, provoca mudanças em seus corações, possibilitando a salvação, faz refeições com eles e até se torna amigo deles. Isso desorienta o Batista.
Quando interrogado pelos discípulos de João, Jesus responde citando Isaías, ou seja, dizendo que sua missão é de redenção, por isso os sinais que faz são de salvação. Deus ama a todos, bons e maus. Todos são seus filhos, foram criados por amor.
Em segundo lugar, Jesus elogia a pessoa do Batista dizendo que ele é mais que um Profeta, o maior entre os nascidos de mulher – dirá o Mestre. Ao dizer que “O menor no Reino dos céus é maior do que o Batista”, Jesus afirma que esse menor entendeu que Deus vem ao encontro do Homem para perdoá-lo, acolhê-lo e amá-lo. Menor e maior. Sem depreciar em nada a figura de João Batista Batista, já que os tempos do Reino transcendem inteiramente aqueles que os precederam e prepararam, essas duas palavras opõem duas épocas da obra divina, duas “economias”, conforme nos esclarece a Bíblia de Jerusalém.
Finalmente, na 2ª leitura, São Tiago nos exorta a que fiquemos firmes até e chegada do Senhor. Firme para Tiago significa manter a fé, a esperança e a caridade. Por isso, ele toma como exemplo o agricultor que trabalha e depois fica à espera do fruto prometido e nos aconselha a não nos queixarmos dos irmãos. (CAS)
3º DOMINGO DO ADVENTO, A
◊ Campanha, 12 dez (RV) - “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!” (cf. Fl 4,4s).
Meus queridos irmãos,
Celebramos o terceiro domingo do advento que é conhecido na história da Igreja em conformidade com a antífona de entrada de hoje: o domingo chamado GAUDETE, ou seja, o domingo alegre, ou ainda, o domingo das alegrias. Este é o espírito que deve permear toda a liturgia hodierna: a alegria. A primeira leitura(cf. Is 35, 1-6a.10), mais uma “utopia” de Isaías que tem seu correspondente no Evangelho – que fala dos cegos e dos coxos curados: a obra do Messias; e o Salmo Responsorial, cantando a bondade de Deus que abre os olhos aos cegos.
O júbilo da natureza, a cura dos enfermos, a volta dos exilados é o que nos anuncia Isaías, pelo sonho da salvação. A vinda salvadora de Deus transforma o deserto em paraíso, cura os enfermos, vence a maldição do pecado de Adão. Liberdade, alegria, felicidade: a gente, hoje em dia, gostaria de vê-las antes de acreditar que existem. Mas Deus dá um novo modo de ver, ouvir e falar. Recebemos novas capacidades para acatar a verdade e a realidade de Deus. E isto é o essencial, em nossa vida.
A alegria, também, permeia a segunda leitura(cf. Tg 5,7-10), dentro de um contexto bem diferente: recordando a espera da primeira vinda de Jesus, preparamo-nos para a segunda vinda de Cristo. São Tiago nos ensina a manter nossa fé preservada até a segunda vinda, com a paciência do lavrador que aguarda a chuva. Grande constância a que somos chamados: temos diante dos olhos a inefável proximidade do Senhor que é a nossa única alegria. Todos nós somos convidados a aguardar sem desistência a vinda do senhor. Depois da pregação escatológica aos ricos(Tg 5,1-6), São Tiago dirige-se aos seus irmãos, os pobres: eles devem viver em firmeza permanente até que venha o Senhor. A fé do pobre é esperança; o rico não pode esperar, porque o medo o oprime. A proximidade da vinda do Senhor provoca uma segunda admoestação: diante do juízo próximo, mútua acusação e rixa são proscritas. Tiago ilustra suas admoestações com exemplos: o agricultor, que firmemente aguarda a colheita; 2) os profetas, que não se cansam em falar a palavra de Deus e 3) a paciência de Jó.
Estimados Irmãos,
Isaias nos ensinou as coisas bonitas que virão com a chegada do Messias: fecundidade, alegria, flores, presença de Deus, coragem, esperança, salvação, libertação e recompensa. Tiago, por seu turno, na segunda leitura, ressalta que devemos ter uma grande paciência na espera da vinda gloriosa de Cristo Jesus, como justo Juiz. Nós somos cristãos, por isso urge estarmos sempre preparados, pois não sabemos nem o dia e nem a hora. É sempre necessário estarmos vigilantes desde a aurora, ansiosos pelo Senhor que vem nos julgar.
Agora entre as coisas bonitas e a vigilância paciente da vinda do Cristo temos que contemplar o que pede o Evangelho: fazer acontecer o Reino de Deus entre nós. Esta é a nossa missão, que deve ser uma missão de alegria.
O Evangelho(cf. Mt 11,2-11) nos ensina que Jesus é mesmo a quem devemos esperar. Jesus cura os enfermos, traz boa-nova para os pobres. Os judeus se defrontam com a pergunta se Jesus é “o que deve vir”, o Messias, em quem a lei e os profetas chegam à plenitude. João Batista depois de O ter anunciado como juiz escatológico, coloca-O, agora, como representante do Antigo Testamento, com a pergunta decisiva: “És tu?”.
João Batista, o precursor, e Maria, a Virgem, são os dois protagonistas da chegada do Salvador. Jesus encarnando-Se no Seio Virginal da Mãe concretiza na humanidade o Reino de Deus. Em vez de olhar para o Menino que vai nascer, a Madre Igreja olha para as razões de seu nascimento. Elogiando João Batista, Jesus elogia a todos quantos perceberam os sinais da chegada do Salvador, a todos que crerem na boa-nova que Ele traz, levarem a sério os seus ensinamentos e facilitarem os seus caminhos. Quem assim fizer participará do Reino dos Céus, como João Batista.
Temos que ter presente o Reino de Deus pela sensibilidade dos olhos, dos ouvidos, da pele, dos ossos, da própria vida e do estado de pobreza do homem. O Reino de Deus acontece aqui e agora, no meio dos homens e das mulheres, no nosso meio, inserido dentro da história humana. O Reino de Deus tem que transformar o mundo e fecundá-lo para o viés da eternidade.
Estimados irmãos,
O NATAL não é somente um acontecimento espiritual. É um evento humano e histórico. Cristo nasceu para salvar o homem: seu espírito e sua carne. O Reino de Deus é para a criatura humana na plenitude de seu ser, do seu viver. Por isso temos que nos preocupar com todos os aspectos do homem da mulher, especialmente dos aspectos humanos que nos interpelam. Assim, todo aquele que melhorar a sorte do homem na terra está construindo o Reino de Deus aqui, está ajudando a acontecer o Natal de Jesus e o natal dos homens.
A Igreja, ao velar pela dignidade da pessoa humana em todos os seus aspectos, alcança a criatura humana na sua origem, envolve-a durante toda a sua peregrinação terrestre e a introduz na eternidade.
A exaltação de João Batista é a confirmação da missão de Jesus e da razão de sua presença na terra; enunciação dos sinais do Reino, previstos pelos profetas e mostrados por Jesus de Nazaré, a não deixar dúvidas em ninguém; descrição do caminho a ser percorrido pelo verdadeiro discípulo, construtor, com Jesus, do Reino de Deus.
Por isso somos, cristãos, povo de espera. Vamos pedir com fé que o Natal seja um dia de alegria, semelhante à alegria de João Batista quando reconheceu em Jesus o Messias. Perdoado o pecado, o Natal como toda eucaristia, apresenta-se como festa escatológica, antecipação do Natal eterno: Emanuel, Deus conosco para sempre.
Que o cristão saiba aguardar o Senhor como o lavrador espera amadurecer os frutos da terra. Todos, assim, somos chamados a ser este mensageiro. O Senhor está chegando. É preciso que vigilantes preparemos a sua chegada.
Pe. Wagner Augusto Portugal
Vigário Judicial da Diocese da Campanha (MG)
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