Cidade do Vaticano, 23 de janeiro (Rádio Vaticano) - O aumento do bem-estar está tornando o ânimo dos eslovenos mais frios para com a religião. É o que afirma o arcebispo metropolitano de Liubliana, Dom Alojzij Uran (na foto com o Papa Bento), que desde segunda-feira, conduz a Conferência Episcopal Eslovena em sua visita 'ad Limina' ao Vaticano. A Eslovênia foi um dos países do Leste Europeu que mais rapidamente se conformou aos padrões comunitários, e agora os desafios pastorais para a Igreja local se tornam mais parecidos aos das Igrejas ocidentais.Uma forte aceleração rumo à integração européia, "premiada" pouco mais de um ano atrás por um recorde: o de primeiro país do ex-bloco do Leste a adotar o euro.A realidade sociopolítica atual da Eslovênia é essa, ulteriormente reforçada nestes dias por um encargo de prestígio: o de deter, a partir de 1º de janeiro deste ano, a presidência de turno da União Européia, além de ter alcançado no dia 21 de dezembro passado também outro objetivo no signo da integração comunitária, ou seja, a entrada no espaço Schengen _ espaço de livre circulação de pessoas.A Eslovênia, país da ex-Iugoslávia, parece estar distante anos-luz. E a Igreja local, que conta duas províncias eclesiásticas e pouco menos de um milhão e meio de católicos, deve afrontar esse transformado cenário interno, num país que conhece o Evangelho há 1800 anos, mas que parece sempre mais precisar de uma sua redescoberta, que se oponham à irrupção do relativismo religioso de marca ocidental e aos condicionamentos de uma riqueza média crescente, que ofusca, porém, os valores de uma fé antiga. Um primeiro _ sinal típico dessa tendência _ é a queda no número de vocações. A Igreja na Eslovênia vive como a Igreja da maior parte dos países católicos europeus", confirma o arcebispo de Liubliana, Dom Uran. "Sofre pressões por parte do mundo, vive a crise de fé interna." O aumento do bem-estar _ prossegue _ "levou a uma frieza na vida de fé, que em alguns casos se manifesta na ausência da prática religiosa.O consumismo é a nova religião, que já está dando os seus efeitos negativos na queda da qualidade de vida. O 'ter' prevalece sobre o 'ser'. Por outro lado _ observa o prelado _ a comunidade católica eslovena "alegra-se com os sinais de esperança, quando os também chamados 'distantes' se aproximam da Igreja e passa a conhecer o cristianismo como valor”. Onze anos atrás, após o despertar que se seguiu ao esfacelamento iugoslavo nos Bálcãs, a Igreja local adotou como slogan "escolha a vida", buscando com isso uma abertura à vida de Deus e à vida humana.Hoje _ afirma Dom Uran _ "a nossa atenção está voltada para a família, para a sua abertura à vida. E aos jovens, que são chamados a preparar-se para a vida, para a vida familiar. O percurso a ser seguido é a nova evangelização". (RL)
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