Roma, 16 jan (Rádio Vaticano) "Todos aspiramos à paz, mas a paz verdadeira não é simples conquista do homem ou fruto de acordos políticos e militares: ela é, em primeiro lugar, um dom divino a ser implorado; é, ao mesmo tempo, um compromisso constante, humilde e generoso, a ser portado avante com paciência." Foi o que ressaltou o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, ao presidir, neste último domingo, a celebração pelo Dia da Paz, organizado também este ano em Roma pelo Ordinariato militar da Itália.Pela primeira vez, o rito na igreja de Santa Catarina de Sena, no centro da capital, foi presidido pelo Cardeal Bertone, que entregou idealmente a mensagem de Bento XVI pelo Dia Mundial da Paz, e rendeu uma homenagem pessoal àqueles que _ disse ele _ "pagaram com o preço da vida" seu serviço à paz, assegurando "uma oração por suas almas e renovando a proximidade espiritual a suas famílias"."No vasto canteiro da paz mundial, as Forças armadas _ observou o purpurado _ têm um específico papel: elas estão a serviço da paz, como se percebe cada vez mais por parte da opinião pública, e como demonstram as muitas missões humanitárias" conduzidas pelos soldados italianos "com generosa dedicação em lugares da terra atormentados e em situação de risco."Em particular, o cardeal secretário de Estado ressaltou que "a paz que nós desejamos para a humanidade" é "a paz que não nos cansamos de invocar com a oração e de construir com um incessante esforço; a paz que nasce, sobretudo, em nós mesmos quando conseguimos apagar em nosso coração o fogo violento do ódio, da inveja, do egoísmo, da indiferença".Junto com o Cardeal Bertone concelebrou, entre outros, o Arcebispo Vincenzo Pelvi, que em outubro de 2006 assumiu o governo pastoral do Ordinariato militar da Itália.Na homilia, o purpurado recordou três importantes aniversários: os 40 anos da instituição do Dia Mundial da Paz, os 60 anos da Declaração universal dos direitos do homem, e os 25 anos da adoção, por parte da Santa Sé, da Carta dos direitos da família.O Cardeal Bertone expressou aos capelães militares e a todos que atuam em nível pastoral num tão importante setor da vida da nação italiana, o seu pareço "pelo entusiasmo, dedicação e zelo" com os quais desempenham a sua "missão apostólica entre os soldados, tornando a Igreja visível e próxima a pessoa", e buscando resplendecer _ segundo a imagem do Arcebispo Pelvi em sua Carta pastoral _ "como astros de esperança".O ministério dos capelães é "ministério de paz", disse o purpurado. Por isso, num mundo sedento de esperança, o secretário de Estado fez votos de "que a paz verdadeira seja Evangelho, boa notícia, mensagem de salvação para todos".Em particular _ acrescentou ele _ "para nós cristãos, Cristo é a nossa Paz: Ele que abateu as barreiras da divisão e da indiferença recíproca, que uniu povos diversos no vínculo do único amor".Em seguida, referindo-se à mensagem do papa, o Cardeal Bertone ressaltou que recordar que na raiz da paz entre as nações está a família significa "que justamente a família modelo pode e deve inspirar as relações de solidariedade e de colaboração a serem construídas incansavelmente dentro da única comunidade humana, constituída pelo conjunto dos povos da terra".O cardeal secretário de Estado acrescentou que "é na família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher que se faz experiência de alguns componentes fundamentais da paz: a justiça e o amor _ mas também a autoridade exercida pelos pais, o serviço e a ajuda a quem precisa, até o acolhimento e o perdão".De resto, há um estreito laço entre família, sociedade e paz. A primeira deve ser protegida com medidas concretas porque constitui um recurso de paz. "Os valores e os direitos da família natural _ concluiu _ são os fundamentos da paz no mundo e somente protegendo decididamente o instituto familiar se consegue tornar mais sólida toda a comunidade internacional." (RL)
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