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domingo, 3 de fevereiro de 2008

UCP quer recorrer à UE para resolver problema de financiamento

A Universidade Católica Portuguesa vai recorrer a instâncias européias para solucionar o problema do corte de financiamento do Estado. A garantia foi dada por Braga da Cruz, Reitor da Universidade Católica Portuguesa.
Braga da Cruz sublinhou que as normas da “livre e leal competição”, que devem acompanhar o processo de europeização da educação, “não estão a acontecer” e “Portugal, pela deslealdade e desigualdade de condições de atuação e competição entre as universidades, tem a mais grave situação de todo o espaço europeu”.
“A paciência com que temos aguardado uma situação justa”, as “sucessivas propostas apresentadas aos governos para correção das discussões, têm vindo a diminuir”. O Reitor da UCP apontou a “possibilidade de apresentar o problema, que é europeu às instâncias da EU que velam pelas regras da concorrência”.
O Desafio da Internacionalização e o desejo de tornar a UCP uma “universidade aberta ao mundo”, foram às tônicas do discurso de Braga da Cruz, na Sessão Acadêmica para celebrar o aniversário da UCP, que se assinala amanhã, dia 3.
A universalidade da universidade encontra “plena adequação na universalidade da fé católica, ambas obrigam à abertura, ao alargamento de horizontes, ao aprofundamento das questões até às respostas últimas”, nomeadamente porque “o conhecimento da verdade tem como finalidade o conhecimento do bem”.
“A educação que nunca foi política”, afirmou o Reitor que evidenciou, no entanto estar a “mobilizar cada vez mais a atenção das autoridades européias, pela importância que assume no desenvolvimento econômico e social, quer no processo e integração política”.
A UCP quer apostar na internacionalização. Braga da Cruz evidenciou a necessidade de, para isso, reforçar a “investigação científica e internacionalizá-la, integrando grupos de investigação transnacional”.
A UCP quer apostar no intercâmbio de alunos e professores e valorizar cada vez mais o intercâmbio europeu do programa Eras mus. Nesse sentido vai construir residências no Campus da Palma de Cima, em Lisboa, e no Campus de Sintra.
A Universidade Católica está também “fortemente empenhada” no intercâmbio com a América do Norte, através da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.
“Cada vez mais formamos para o mundo, não para a realidade próxima”, denunciou Braga da Cruz. “Temos vantagens comparativas de tipo climático e econômico que podemos explorar se soubermos rivalizar em qualidade acadêmica científica e de cultura e identidade institucional”.
O Reitor da UCP afirmou também que, através da lei do mecenato, vão procurar financiamento estrangeiro, “apresentando projetos de relevância internacionais e solicitando ajuda de pessoas e instituições estrangeiras”.
Santa Sé adere ao programa Eras mus
D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa e Magno Chanceler da UCP, deram conta que a Santa Sé vai aderir ao Programa Eras mus. A confirmação foi dada na reunião plenária da Congregação para a Educação Cristã, onde D. José Policarpo esteve na passada semana, e da qual é membro.
Estão a ser criados noutros continentes projetos idênticos ao Programa Eras mus que estão a criar relacionamentos com o referido projeto. “A Santa Sé, dada a sua universalidade, está em todos”.
“A Santa Sé aderiu ao projeto Eras mus e a essas novas realidades que estão a surgir neste âmbito”, referiu o Cardeal Policarpo admitindo que a Santa Sé e a UCP esteja “cada vez mais a ser aceites neste dinamismo”.
“A Igreja oferece uma plataforma de universalidade que todos desejam, mas que não têm capacidade para tal”, evidenciou D. José Policarpo.
Pe. Tolentino Mendonça, professor da Faculdade de Teologia, apontou na oração de sapiência que o perigo do mundo ocidental é que o homem “à vista da grandeza do seu saber e do seu poder, desista da busca da verdade, face à pressão dos interesses e do utilitarismo”.
O professor da UCP lembrou que “a missão da universitária perde o seu fundamental e fecundo sentido se ela se demite de uma vinculação à verdade”.
“O Cristianismo tem muito a dizer a presente hora da UCP”, numa altura de revisão de modelos e discernimento face às novas possibilidades que a mobilidade e a comunicação oferecem.

Portugal Lígia Silveira UCP

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