11/12/2011
Papa visita paróquia da periferia de Roma e adverte para risco das seitas
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O Papa deixou o Vaticano esta manhã às 9h e com uma comitiva de colaboradores, se dirigiu à paróquia de Santa Maria das Graças, no bairro de Casal Boccone. Foi a 12ª visita pastoral a uma paróquia de sua diocese desde o início do pontificado.
Esta periferia de Roma é habitada principalmente por famílias jovens, com filhos pequenos. De seus 9 mil moradores, muitos são imigrantes, em maioria romenos, albaneses, norte-africanos e asiáticos.
Ao chegar, Bento XVI saudou o pároco, o Cardeal-vigário Dom Agostino Vallini, e os jovens e crianças que o aguardavam no pátio interno da paróquia.
O Papa disse que o Natal está próximo, e que nos devemos preparar com o coração e não apenas comprando presentes. Lembrou às crianças que é importante manter o contato com Deus, que significa alegria, e desejou a todos um Bom Natal, repleto da presença de Jesus Cristo em seus corações.
Em seguida, Bento XVI celebrou para os fiéis a missa do terceiro Domingo de Advento. Em sua homilia, o Papa pediu aos fiéis que “superem os limites do individualismo, do egoísmo e do fascínio do relativismo”. Disse que é seu dever advertir para o risco da penetração das seitas, alertando sobre “a atração que certas formas de sentimento religioso exercem, explorando os mais carentes e as aspirações mais profundas do homem e propondo perspectivas fáceis, mas ilusórias”.
Em outro trecho da homilia, Bento XVI lembrou as pessoas mais carentes que precisam de ajuda material, e mais ainda, da fé e do testemunho daqueles que creem: “Que a sua comunidade – disse aos moradores de Casal Boccone – seja sempre expressão concreta do amor de Deus, rico de misericórdia”.
Prosseguindo, o Papa responsabilizou os jovens – que são o hoje e o amanhã da história e o futuro da fé – assegurando que “a Igreja espera muito de seu entusiasmo, de sua capacidade de olhar adiante, de ter ideais e de serem firmes em suas escolhas de vida”.
“Hoje, as nossas cidades parecem desertos que devemos iluminar com a luz de Deus, que está sempre conosco mesmo quando parece ausente. Neste mundo de trevas e escuridão, somos chamados a ser testemunhas da luz, e podemos sê-lo somente se tivermos a luz em nós” – acrescentou Bento XVI, falando de improviso ao lembrar a passagem da Bíblia que narra a pregação de São João Batista no deserto.
Concluindo, o Pontífice encorajou os catequistas a prosseguir em seu compromisso educativo e fez votos de que de Casal Boccone tenha em breve um salão paroquial que seja espaço de encontro para o crescimento da fé das jovens gerações.
Depois da missa, Bento XVI teve um rápido encontro, a portas fechadas, com os integrantes do conselho pastoral da paróquia.
Saudando os fiéis da comunidade, antes de retornar ao Vaticano, o Papa disse: “Sei que este é um Natal difícil, mas, todavia, desejo a todos um Feliz Natal. Não pensem apenas nas coisas a comprar, mas vão ao encontro do Senhor”.
(CM)
Papa: "A verdadeira alegria está no encontro com Deus"
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O Papa rezou ao meio dia deste domingo a oração do Angelus com cerca de 40 mil romanos e turistas presentes na Praça São Pedro. De seu balcão, Bento XVI fez antes um breve discurso dedicado à preparação do Natal nestes tempos de crise econômica.
“O mundo exterior propõe as tradicionais mensagens de tipo comercial - mesmo que num tom menor por causa da crise econômica - mas, se formos vigilantes na oração e exultantes no louvor, nossos olhos reconhecerão em Jesus a verdadeira luz do mundo, aquela que ilumina nossas trevas” – disse o Papa.
Explicando que os cristãos devem viver o Advento sem se deixar distrair pelas luzes das ruas e das lojas, mas sabendo dar o justo valor às coisas, Bento XVI prosseguiu:
“A atenção ao coração, que o cristão é chamado a exercer na vida cotidiana é uma característica especial deste tempo, em que nos preparamos com alegria para o mistério do Natal”.
Este é o III Domingo de Advento, o chamado ‘Gaudete’, (alegrai-vos), em que se substitui o roxo pelo rosa nas celebrações do Advento. Assim sendo, Bento XVI convidou os cristãos à alegria, no sentido mais profundo da palavra:
“A verdadeira alegria não é fruto da diversão, entendida no sentido etimológico da palavra 'di-vertere', ou seja, eximir-se dos compromissos da vida e de suas responsabilidades. A verdadeira alegria está ligada a algo mais profundo” – comentou, reafirmando a importância de reservarmos espaços de tempo para o descanso.
“A felicidade verdadeira está vinculada à nossa relação com Deus; não é um estado de espírito passageiro, nem algo que obtemos com nossos esforços, mas é um dom, nasce do encontro com a pessoa viva de Jesus. Quem encontrou Cristo em sua vida, sente no coração uma serenidade e uma alegria que ninguém e nenhuma situação podem tirar”.
Após rezar a oração dominical, o Pontífice fez as suas habituais saudações em várias línguas. Em italiano, dirigiu-se aos representantes europeus de movimentos pró-vida que estão em Roma para a entrega do Prêmio “Madre Teresa di Calcutá”, a título póstumo, a Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares. A propósito do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 10 de dezembro de 1948, recordou que o primeiro dentre todos os direitos é a vida.
E em seguida, um dos momentos mais aguardados deste domingo, quando o Papa abençoa as pequenas estátuas do Menino Jesus levadas à Praça pelas crianças de Roma: “Queridas crianças, quando rezarem diante dos seus presépios, lembrem-se também de mim, como eu me lembro de vocês” – pediu.
(CM)
Igreja e mundo das comunicações lamentam morte do Cardeal Foley
◊ Cidade do Vaticano (RV) - Faleceu na manhã deste domingo em Filadélfia, EUA, o Cardeal John Patrick Foley, aos 76 anos. Há algum tempo, já doente de leucemia, retornou à sua diocese de origem, onde residia em uma casa do clero para idosos.
Ordenado sacerdote em 1962, foi chamado a Roma por João Paulo II em 1984 para ser Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, do Centro Televisivo Vaticano e da Filmoteca Vaticana. Em 2007, Bento XVI o fez cardeal, nomeando-o Grão-mestre da Ordem equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Deixou este cargo em 2010, ao adoecer.
O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, fez à RV um retrato deste ‘servidor da comunicação’:
“Estou muito tocado pessoalmente, mas ao mesmo tempo, em paz. Sua morte não é inesperada. Retornou a seu país porque sabia que esta seria a última etapa de sua vida. O Cardeal Foley era muito conhecido e admirado por sua gentileza e espiritualidade”
A respeito do papel que o cardeal desempenhou no mundo das comunicações na Igreja do pós-Concílio Vaticano II, Pe. Lombardi assim o descreve:
“Dom John Foley foi por muito tempo Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, e, portanto, teve um papel específico no âmbito da Cúria romana e na Igreja universal: a atenção competente para entender e explicar como funciona o mundo das comunicações sociais a todos os seus membros. Ele era muito preparado também do ponto de vista pessoal, pois desde os tempos de jovem sacerdote, se encarregou das publicações e dos meios de comunicação de sua diocese”.
“Com sua competência, ele participou de inúmeros encontros e esteve em várias conferências episcopais, congressos, lugares onde o mundo da comunicação se encontrava e refletia, levando uma palavra de cordialidade e de orientação por parte da Igreja. Ele se sentia colega e amigo de todos os que trabalhavam neste campo. Somos muito ligados e gratos a ele”.
“Tenho aqui na minha frente uma carta que me enviou há poucos dias, agradecendo por ter-lhe enviado os dois volumes da História da Rádio Vaticana, que acabamos de publicar. Ele encorajava nosso trabalho, de todo coração”.
(CM)
No dia 15, o aguardado encontro de Bento XVI com os universitários
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O Vicariato de Roma, através da pastoral universitária, divulgou um comunicado sobre o próximo encontro do Papa com os estudantes das faculdades católicas de Roma.
Será no dia 15 de dezembro, às 17h30, na Basílica de São Pedro, para a oração das Vésperas de Advento. A celebração, que é tradição no calendário de Natal no Vaticano, tem este ano como tema “Procuro teu rosto, Senhor. A questão de Deus hoje”. Será o momento mais importante das comemorações pelos 20 anos da pastoral universitária, criada por João Paulo II em 1991.
Antes da chegada do Papa à Basílica, os universitários animarão o encontro com cantos e reflexões marianas, diante do Ícone da Sedes Sapientiae, imagem que peregrinou nas universidades espanholas antes da Jornada Mundial da Juventude de agosto passado, em Madri. Até junho de 2012, o ícone fará a “Peregrinatio Mariae” nas capelanias universitárias romanas.
O Vicariato informa que o site
http://www.youtube.com/watch?v=nUf4xIJ6tUI
traz um vídeo-convite para o encontro com o Papa.
(CM)
Formação
O Espírito de Natal
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O belíssimo trecho de Isaías escolhido para a liturgia deste domingo nos fala do anúncio da boa nova aos pobres, aos sofridos, aos marginalizados. É Deus quem conduz seu profeta para acarinhar o pequeno com a mensagem de libertação, de alegria, de vida. O profeta diz que Deus o vestiu com as vestes da salvação e o envolveu com o manto da justiça.
Do mesmo modo Isaías tem certeza desse carinho de Deus pelo povo sofrido e canta: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”, como fará Maria, tempos depois:
“ A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador!”
As vestes a que se refere Isaías nos indicam a união definitiva do povo com o Senhor, união que na Bíblia sempre é identificada como um casamento, aliás é o casamento por excelência. Dentro de nossa visão judaico-cristã, o casamento quer simbolizar a entrega e a união de Deus com seu povo.
Para permitir que o noivo, o Senhor venha até nós e nos despose, é necessário que antes O permitamos nos vestir com a justiça e a salvação. O Senhor quer nos redimir, mas respeita nossa liberdade. Nosso comportamento deve demonstrar que ardemos de desejo por sua salvação e por isso nos convertemos mudando nosso modo de viver, de encarar a realidade.
O final do Evangelho nos diz que João Batista preparava as pessoas para o encontro com Deus, do outro lado do Jordão. Isso significa que atravessar o Jordão é assumir uma vida nova como no casamento. Popularmente falamos “casou e mudou”. Quem adere a Jesus, une-se a ele para sempre e muda de vida.
No Evangelho a figura de João Batista, austera e sisuda, prega a conversão e mais que qualquer outro profeta, revela, mostra o Messias presente em meio ao povo.
Maria nos deu Jesus, João Batista o aponta.
Ao mesmo tempo, João Batista nos dá uma lição de humildade, de honestidade, não aceitando nenhum título, por honroso que seja, que falseie sua identidade. Ele não é o Messias, não é Elias e nem um dos grandes profetas. Ele se auto-denomina “a voz”, “a voz que clama no deserto”.
Se pensarmos bem, a voz tem uma missão ao mesmo tempo passageira e permanente. Passageira porque assim que leva a mensagem, ela desaparece. Tem missão permanente enquanto a mensagem que porta permanece para sempre na memória e no coração de quem a recebeu.
Por isso João Batista se intitula a voz. Ele anuncia Jesus Cristo, a luz, e este assume o protagonismo, enquanto o outro desaparece. João nos traz a luz e, cumprida a missão, desaparece.
Também temos a missão de levar Cristo, levar a luz a todos. Essa missão a recebemos de modo scramental quando, no batismo, o padre nos colocou uma vela acesa em nossas mãos e nos incumbiu de levarmos sempre conosco essa luz, a luz de Cristo e de a mantermos acesa até a vida eterna.
Tanto Maria, como Isaías, como João Batista foram anunciadores da chegada do Messias, dos novos tempos. Somos convidados também a essa missão. Para executá-la, deveremos estar revestidos de justiça e com a perspectiva da salvação. Juntamente com essas vestes, tenhamos consciência de que somos apenas um veículo para o Messias, de que ele é o protagonista, ele deverá aparecer e brilhar, ele é a luz!
Essa missão não é um arrogar-se sobre si uma tarefa sublime, mas ela nos foi imposta no dia de nosso batismo, ao recebermos a vela acesa no círio pascal.
Essa luz deverá brilhar sempre, seja em momentos harmoniosos, seja em momentos de conflitos. Ela é a luz que deve sempre imperar porque é a luz da Vida. Essa luz ilumina sempre e aquece porque é a Luz de Deus.
O denominado espírito de Natal é um clima de alegria, harmonia e paz, não porque as pessoas resolveram esquecer problemas e conflitos, mas porque estão mais sensíveis ao sentido da proximidade do Senhor, do Emanuel, Deus – Conosco.
Esse clima, esse espírito deveria estar sempre presente em meio aos cristãos e em qualquer situação. Exatamente aí onde as coisas não estão claras, onde a dúvida e dor se fazem presentes, exatamente aí se precisa da Luz de Cristo, desse espírito de harmonia, de paz, de lucidez.
Preparemo-nos para essa união profunda e radical com o nosso Deus, simbolizada pelo casamento, permitindo ao Senhor que nos vista com as vestes da salvação e nos envolva com o manto da justiça e que em nossa vida resplandeça a Luz de Cristo.
Vem Senhor Jesus, Vem!
(CAS)
Atualidades
Livro com entrevista ao Papa é lançado em árabe
◊ Beirute (RV) – “Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo”, livro-entrevista com Bento XVI de autoria do jornalista alemão Peter Seewald, foi apresentado sábado na Feira Árabe do Livro de Beirute.
A obra foi publicada há pouco mais de um ano em cinco idiomas e hoje já tem versões em 28.
Na tradução árabe, o livro tem 254 páginas e será distribuído em vários países de língua árabe: do Marrocos ao Iraque, passando por todos os países do Golfo Pérsico.
Na apresentação, no Centro Católico Informativo da capital libanesa, o diretor da Editoria Vaticana concedeu uma coletiva à imprensa oferecendo detalhes sobre a origem do livro, sua publicação e difusão, e destacando o acolhimento cada vez maior por parte do público.
Segundo informa o jornal “L’Osservatore Romano”, as traduções dos livros do Pontífice em línguas menos conhecidas têm se multiplicado.
(CM)
Durban: maratona de negociações termina com aprovação de pacote para reduzir emissões
◊ Durban (RV) - Após duas noites praticamente em branco, nas quais as diferenças entre UE, EUA, Índia e China estiveram a ponto de fazer a negociação fracassar, a 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), aprovou a extensão do Protocolo de Kyoto e um “Mapa de Caminho”, que prevê a criação de um novo instrumento internacional para que os países reduzam suas emissões de carbono. Atualmente, o Protocolo de Kyoto é o único acordo legalmente vinculante de redução de gases causadores de efeito estufa em vigor.
O pacote também inclui a criação do Fundo Verde para o Clima estipulado em Cancún (México) que prevê ajudas de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 aos países em desenvolvimento a enfrentar os estragos das mudanças climáticas.
O acordo global para reduzir os gases do efeito estufa, que deve ser adotado em 2015 e entrar em vigor em 2020, era a condição imposta pela União Europeia (UE) para se somar a um segundo período do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Rússia, Japão e Canadá decidiram não fazer parte deste segundo período de compromisso para a redução de emissões, que vincula até pelo menos 2017, apenas as nações industrializadas, exceto os Estados Unidos.
Embora os acordos alcançados tenham sido criticados por muitos países em desenvolvimento por sua falta de ambição na hora de aprovar novas reduções de emissões, seu objetivo é manter a alta de temperaturas a menos de 2 graus em relação à era pré-industrial até o final deste século.
O acordo foi discutido durante duas semanas. A conferência terminaria nesta sexta-feira, mas impasses nas negociações fizeram com que demorasse um dia a mais. A aprovação veio na madrugada do sábado, ministros e delegados já exaustos, vários deles cochilando no plenário.
Boa parte das negociações se realizaram em “indabas”, reuniões que a presidência sul-africana da conferência convocou nos moldes das tradicionais reuniões de anciãos zulus. A metodologia sul-africana preza pela transparência para evitar que o processo se corroesse por haver conversas paralelas, deixando algumas partes de fora - o que prejudicou, por exemplo, a conferência do Clima de Copenhague, em 2009.
(CM)
Entregue Nobel da Paz a três mulheres
◊ Estocolmo (RV) - A cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2011 se transformou neste sábado em uma homenagem à luta das mulheres de todo o mundo e aos movimentos populares da chamada Primavera Árabe. O prêmio foi entregue à presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, à sua compatriota Leymah Gbowee e à iemenita Tawakkul Karman. É a primeira vez na história que o prêmio é atribuído a três mulheres.
As três foram agraciadas pelo comitê “por sua luta não-violenta pela segurança das mulheres e seus direitos a uma participação plena no trabalho de construção da paz”. As mulheres foram um dos temas principais dos discursos das vencedoras do prêmio, incluindo aquelas que, “com sua luta privada e silenciosa, ajudaram a formar nosso mundo”.
“Vocês representam uma das forças motrizes mais importantes das mudanças no mundo de hoje: a luta pelos direitos humanos em geral e a luta das mulheres pela igualdade e pela paz, em particular” - disse a presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, ao prêmio. “Vocês dão sentido ao provérbio chinês, que diz que as mulheres sustentam metade do céu” - acrescentou.
Vestidas com trajes tradicionais - as liberianas com vestidos africanos coloridos, enquanto Tawakkul Karman usou um hijab colorido - as vencedoras receberam o Nobel sob os aplausos dos presentes, incluindo a família real da Noruega.
Ellen Johnson, de 73 anos, foi a primeira mulher eleita democraticamente chefe de Estado de um país africano, a Libéria, que sofreu 14 anos de guerras civis que fizeram 250 mil mortos.
Leymah Gbowee, de 39 anos, é uma assistente social liberiana que organizou o movimento pacífico de mulheres que contribuiu para por fim à segunda guerra civil na Libéria, em 2003.
A jornalista iemenita Tawakkul Karman, de 32 anos, é a primeira mulher árabe a receber o Prêmio Nobel da Paz. Distinguiu-se por ter sido uma das figuras de proa da Primavera Árabe no seu país, um movimento que levou ao período de transição para que o presidente Ali Abdullah Saleh abandone em fevereiro próximo o poder que ocupa há 33 anos.
O Prêmio Nobel é constituído por uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 1 milhão de euros) repartido em três partes iguais pelas vencedoras.
(G1-CM)
© Rádio Vaticano 2011
Papa visita paróquia da periferia de Roma e adverte para risco das seitas
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O Papa deixou o Vaticano esta manhã às 9h e com uma comitiva de colaboradores, se dirigiu à paróquia de Santa Maria das Graças, no bairro de Casal Boccone. Foi a 12ª visita pastoral a uma paróquia de sua diocese desde o início do pontificado.
Esta periferia de Roma é habitada principalmente por famílias jovens, com filhos pequenos. De seus 9 mil moradores, muitos são imigrantes, em maioria romenos, albaneses, norte-africanos e asiáticos.
Ao chegar, Bento XVI saudou o pároco, o Cardeal-vigário Dom Agostino Vallini, e os jovens e crianças que o aguardavam no pátio interno da paróquia.
O Papa disse que o Natal está próximo, e que nos devemos preparar com o coração e não apenas comprando presentes. Lembrou às crianças que é importante manter o contato com Deus, que significa alegria, e desejou a todos um Bom Natal, repleto da presença de Jesus Cristo em seus corações.
Em seguida, Bento XVI celebrou para os fiéis a missa do terceiro Domingo de Advento. Em sua homilia, o Papa pediu aos fiéis que “superem os limites do individualismo, do egoísmo e do fascínio do relativismo”. Disse que é seu dever advertir para o risco da penetração das seitas, alertando sobre “a atração que certas formas de sentimento religioso exercem, explorando os mais carentes e as aspirações mais profundas do homem e propondo perspectivas fáceis, mas ilusórias”.
Em outro trecho da homilia, Bento XVI lembrou as pessoas mais carentes que precisam de ajuda material, e mais ainda, da fé e do testemunho daqueles que creem: “Que a sua comunidade – disse aos moradores de Casal Boccone – seja sempre expressão concreta do amor de Deus, rico de misericórdia”.
Prosseguindo, o Papa responsabilizou os jovens – que são o hoje e o amanhã da história e o futuro da fé – assegurando que “a Igreja espera muito de seu entusiasmo, de sua capacidade de olhar adiante, de ter ideais e de serem firmes em suas escolhas de vida”.
“Hoje, as nossas cidades parecem desertos que devemos iluminar com a luz de Deus, que está sempre conosco mesmo quando parece ausente. Neste mundo de trevas e escuridão, somos chamados a ser testemunhas da luz, e podemos sê-lo somente se tivermos a luz em nós” – acrescentou Bento XVI, falando de improviso ao lembrar a passagem da Bíblia que narra a pregação de São João Batista no deserto.
Concluindo, o Pontífice encorajou os catequistas a prosseguir em seu compromisso educativo e fez votos de que de Casal Boccone tenha em breve um salão paroquial que seja espaço de encontro para o crescimento da fé das jovens gerações.
Depois da missa, Bento XVI teve um rápido encontro, a portas fechadas, com os integrantes do conselho pastoral da paróquia.
Saudando os fiéis da comunidade, antes de retornar ao Vaticano, o Papa disse: “Sei que este é um Natal difícil, mas, todavia, desejo a todos um Feliz Natal. Não pensem apenas nas coisas a comprar, mas vão ao encontro do Senhor”.
(CM)
Papa: "A verdadeira alegria está no encontro com Deus"
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O Papa rezou ao meio dia deste domingo a oração do Angelus com cerca de 40 mil romanos e turistas presentes na Praça São Pedro. De seu balcão, Bento XVI fez antes um breve discurso dedicado à preparação do Natal nestes tempos de crise econômica.
“O mundo exterior propõe as tradicionais mensagens de tipo comercial - mesmo que num tom menor por causa da crise econômica - mas, se formos vigilantes na oração e exultantes no louvor, nossos olhos reconhecerão em Jesus a verdadeira luz do mundo, aquela que ilumina nossas trevas” – disse o Papa.
Explicando que os cristãos devem viver o Advento sem se deixar distrair pelas luzes das ruas e das lojas, mas sabendo dar o justo valor às coisas, Bento XVI prosseguiu:
“A atenção ao coração, que o cristão é chamado a exercer na vida cotidiana é uma característica especial deste tempo, em que nos preparamos com alegria para o mistério do Natal”.
Este é o III Domingo de Advento, o chamado ‘Gaudete’, (alegrai-vos), em que se substitui o roxo pelo rosa nas celebrações do Advento. Assim sendo, Bento XVI convidou os cristãos à alegria, no sentido mais profundo da palavra:
“A verdadeira alegria não é fruto da diversão, entendida no sentido etimológico da palavra 'di-vertere', ou seja, eximir-se dos compromissos da vida e de suas responsabilidades. A verdadeira alegria está ligada a algo mais profundo” – comentou, reafirmando a importância de reservarmos espaços de tempo para o descanso.
“A felicidade verdadeira está vinculada à nossa relação com Deus; não é um estado de espírito passageiro, nem algo que obtemos com nossos esforços, mas é um dom, nasce do encontro com a pessoa viva de Jesus. Quem encontrou Cristo em sua vida, sente no coração uma serenidade e uma alegria que ninguém e nenhuma situação podem tirar”.
Após rezar a oração dominical, o Pontífice fez as suas habituais saudações em várias línguas. Em italiano, dirigiu-se aos representantes europeus de movimentos pró-vida que estão em Roma para a entrega do Prêmio “Madre Teresa di Calcutá”, a título póstumo, a Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares. A propósito do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 10 de dezembro de 1948, recordou que o primeiro dentre todos os direitos é a vida.
E em seguida, um dos momentos mais aguardados deste domingo, quando o Papa abençoa as pequenas estátuas do Menino Jesus levadas à Praça pelas crianças de Roma: “Queridas crianças, quando rezarem diante dos seus presépios, lembrem-se também de mim, como eu me lembro de vocês” – pediu.
(CM)
Igreja e mundo das comunicações lamentam morte do Cardeal Foley
◊ Cidade do Vaticano (RV) - Faleceu na manhã deste domingo em Filadélfia, EUA, o Cardeal John Patrick Foley, aos 76 anos. Há algum tempo, já doente de leucemia, retornou à sua diocese de origem, onde residia em uma casa do clero para idosos.
Ordenado sacerdote em 1962, foi chamado a Roma por João Paulo II em 1984 para ser Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, do Centro Televisivo Vaticano e da Filmoteca Vaticana. Em 2007, Bento XVI o fez cardeal, nomeando-o Grão-mestre da Ordem equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. Deixou este cargo em 2010, ao adoecer.
O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, fez à RV um retrato deste ‘servidor da comunicação’:
“Estou muito tocado pessoalmente, mas ao mesmo tempo, em paz. Sua morte não é inesperada. Retornou a seu país porque sabia que esta seria a última etapa de sua vida. O Cardeal Foley era muito conhecido e admirado por sua gentileza e espiritualidade”
A respeito do papel que o cardeal desempenhou no mundo das comunicações na Igreja do pós-Concílio Vaticano II, Pe. Lombardi assim o descreve:
“Dom John Foley foi por muito tempo Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, e, portanto, teve um papel específico no âmbito da Cúria romana e na Igreja universal: a atenção competente para entender e explicar como funciona o mundo das comunicações sociais a todos os seus membros. Ele era muito preparado também do ponto de vista pessoal, pois desde os tempos de jovem sacerdote, se encarregou das publicações e dos meios de comunicação de sua diocese”.
“Com sua competência, ele participou de inúmeros encontros e esteve em várias conferências episcopais, congressos, lugares onde o mundo da comunicação se encontrava e refletia, levando uma palavra de cordialidade e de orientação por parte da Igreja. Ele se sentia colega e amigo de todos os que trabalhavam neste campo. Somos muito ligados e gratos a ele”.
“Tenho aqui na minha frente uma carta que me enviou há poucos dias, agradecendo por ter-lhe enviado os dois volumes da História da Rádio Vaticana, que acabamos de publicar. Ele encorajava nosso trabalho, de todo coração”.
(CM)
No dia 15, o aguardado encontro de Bento XVI com os universitários
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O Vicariato de Roma, através da pastoral universitária, divulgou um comunicado sobre o próximo encontro do Papa com os estudantes das faculdades católicas de Roma.
Será no dia 15 de dezembro, às 17h30, na Basílica de São Pedro, para a oração das Vésperas de Advento. A celebração, que é tradição no calendário de Natal no Vaticano, tem este ano como tema “Procuro teu rosto, Senhor. A questão de Deus hoje”. Será o momento mais importante das comemorações pelos 20 anos da pastoral universitária, criada por João Paulo II em 1991.
Antes da chegada do Papa à Basílica, os universitários animarão o encontro com cantos e reflexões marianas, diante do Ícone da Sedes Sapientiae, imagem que peregrinou nas universidades espanholas antes da Jornada Mundial da Juventude de agosto passado, em Madri. Até junho de 2012, o ícone fará a “Peregrinatio Mariae” nas capelanias universitárias romanas.
O Vicariato informa que o site
http://www.youtube.com/watch?v=nUf4xIJ6tUI
traz um vídeo-convite para o encontro com o Papa.
(CM)
Formação
O Espírito de Natal
◊ Cidade do Vaticano (RV) - O belíssimo trecho de Isaías escolhido para a liturgia deste domingo nos fala do anúncio da boa nova aos pobres, aos sofridos, aos marginalizados. É Deus quem conduz seu profeta para acarinhar o pequeno com a mensagem de libertação, de alegria, de vida. O profeta diz que Deus o vestiu com as vestes da salvação e o envolveu com o manto da justiça.
Do mesmo modo Isaías tem certeza desse carinho de Deus pelo povo sofrido e canta: “Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”, como fará Maria, tempos depois:
“ A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador!”
As vestes a que se refere Isaías nos indicam a união definitiva do povo com o Senhor, união que na Bíblia sempre é identificada como um casamento, aliás é o casamento por excelência. Dentro de nossa visão judaico-cristã, o casamento quer simbolizar a entrega e a união de Deus com seu povo.
Para permitir que o noivo, o Senhor venha até nós e nos despose, é necessário que antes O permitamos nos vestir com a justiça e a salvação. O Senhor quer nos redimir, mas respeita nossa liberdade. Nosso comportamento deve demonstrar que ardemos de desejo por sua salvação e por isso nos convertemos mudando nosso modo de viver, de encarar a realidade.
O final do Evangelho nos diz que João Batista preparava as pessoas para o encontro com Deus, do outro lado do Jordão. Isso significa que atravessar o Jordão é assumir uma vida nova como no casamento. Popularmente falamos “casou e mudou”. Quem adere a Jesus, une-se a ele para sempre e muda de vida.
No Evangelho a figura de João Batista, austera e sisuda, prega a conversão e mais que qualquer outro profeta, revela, mostra o Messias presente em meio ao povo.
Maria nos deu Jesus, João Batista o aponta.
Ao mesmo tempo, João Batista nos dá uma lição de humildade, de honestidade, não aceitando nenhum título, por honroso que seja, que falseie sua identidade. Ele não é o Messias, não é Elias e nem um dos grandes profetas. Ele se auto-denomina “a voz”, “a voz que clama no deserto”.
Se pensarmos bem, a voz tem uma missão ao mesmo tempo passageira e permanente. Passageira porque assim que leva a mensagem, ela desaparece. Tem missão permanente enquanto a mensagem que porta permanece para sempre na memória e no coração de quem a recebeu.
Por isso João Batista se intitula a voz. Ele anuncia Jesus Cristo, a luz, e este assume o protagonismo, enquanto o outro desaparece. João nos traz a luz e, cumprida a missão, desaparece.
Também temos a missão de levar Cristo, levar a luz a todos. Essa missão a recebemos de modo scramental quando, no batismo, o padre nos colocou uma vela acesa em nossas mãos e nos incumbiu de levarmos sempre conosco essa luz, a luz de Cristo e de a mantermos acesa até a vida eterna.
Tanto Maria, como Isaías, como João Batista foram anunciadores da chegada do Messias, dos novos tempos. Somos convidados também a essa missão. Para executá-la, deveremos estar revestidos de justiça e com a perspectiva da salvação. Juntamente com essas vestes, tenhamos consciência de que somos apenas um veículo para o Messias, de que ele é o protagonista, ele deverá aparecer e brilhar, ele é a luz!
Essa missão não é um arrogar-se sobre si uma tarefa sublime, mas ela nos foi imposta no dia de nosso batismo, ao recebermos a vela acesa no círio pascal.
Essa luz deverá brilhar sempre, seja em momentos harmoniosos, seja em momentos de conflitos. Ela é a luz que deve sempre imperar porque é a luz da Vida. Essa luz ilumina sempre e aquece porque é a Luz de Deus.
O denominado espírito de Natal é um clima de alegria, harmonia e paz, não porque as pessoas resolveram esquecer problemas e conflitos, mas porque estão mais sensíveis ao sentido da proximidade do Senhor, do Emanuel, Deus – Conosco.
Esse clima, esse espírito deveria estar sempre presente em meio aos cristãos e em qualquer situação. Exatamente aí onde as coisas não estão claras, onde a dúvida e dor se fazem presentes, exatamente aí se precisa da Luz de Cristo, desse espírito de harmonia, de paz, de lucidez.
Preparemo-nos para essa união profunda e radical com o nosso Deus, simbolizada pelo casamento, permitindo ao Senhor que nos vista com as vestes da salvação e nos envolva com o manto da justiça e que em nossa vida resplandeça a Luz de Cristo.
Vem Senhor Jesus, Vem!
(CAS)
Atualidades
Livro com entrevista ao Papa é lançado em árabe
◊ Beirute (RV) – “Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo”, livro-entrevista com Bento XVI de autoria do jornalista alemão Peter Seewald, foi apresentado sábado na Feira Árabe do Livro de Beirute.
A obra foi publicada há pouco mais de um ano em cinco idiomas e hoje já tem versões em 28.
Na tradução árabe, o livro tem 254 páginas e será distribuído em vários países de língua árabe: do Marrocos ao Iraque, passando por todos os países do Golfo Pérsico.
Na apresentação, no Centro Católico Informativo da capital libanesa, o diretor da Editoria Vaticana concedeu uma coletiva à imprensa oferecendo detalhes sobre a origem do livro, sua publicação e difusão, e destacando o acolhimento cada vez maior por parte do público.
Segundo informa o jornal “L’Osservatore Romano”, as traduções dos livros do Pontífice em línguas menos conhecidas têm se multiplicado.
(CM)
Durban: maratona de negociações termina com aprovação de pacote para reduzir emissões
◊ Durban (RV) - Após duas noites praticamente em branco, nas quais as diferenças entre UE, EUA, Índia e China estiveram a ponto de fazer a negociação fracassar, a 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), aprovou a extensão do Protocolo de Kyoto e um “Mapa de Caminho”, que prevê a criação de um novo instrumento internacional para que os países reduzam suas emissões de carbono. Atualmente, o Protocolo de Kyoto é o único acordo legalmente vinculante de redução de gases causadores de efeito estufa em vigor.
O pacote também inclui a criação do Fundo Verde para o Clima estipulado em Cancún (México) que prevê ajudas de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 aos países em desenvolvimento a enfrentar os estragos das mudanças climáticas.
O acordo global para reduzir os gases do efeito estufa, que deve ser adotado em 2015 e entrar em vigor em 2020, era a condição imposta pela União Europeia (UE) para se somar a um segundo período do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Rússia, Japão e Canadá decidiram não fazer parte deste segundo período de compromisso para a redução de emissões, que vincula até pelo menos 2017, apenas as nações industrializadas, exceto os Estados Unidos.
Embora os acordos alcançados tenham sido criticados por muitos países em desenvolvimento por sua falta de ambição na hora de aprovar novas reduções de emissões, seu objetivo é manter a alta de temperaturas a menos de 2 graus em relação à era pré-industrial até o final deste século.
O acordo foi discutido durante duas semanas. A conferência terminaria nesta sexta-feira, mas impasses nas negociações fizeram com que demorasse um dia a mais. A aprovação veio na madrugada do sábado, ministros e delegados já exaustos, vários deles cochilando no plenário.
Boa parte das negociações se realizaram em “indabas”, reuniões que a presidência sul-africana da conferência convocou nos moldes das tradicionais reuniões de anciãos zulus. A metodologia sul-africana preza pela transparência para evitar que o processo se corroesse por haver conversas paralelas, deixando algumas partes de fora - o que prejudicou, por exemplo, a conferência do Clima de Copenhague, em 2009.
(CM)
Entregue Nobel da Paz a três mulheres
◊ Estocolmo (RV) - A cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2011 se transformou neste sábado em uma homenagem à luta das mulheres de todo o mundo e aos movimentos populares da chamada Primavera Árabe. O prêmio foi entregue à presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, à sua compatriota Leymah Gbowee e à iemenita Tawakkul Karman. É a primeira vez na história que o prêmio é atribuído a três mulheres.
As três foram agraciadas pelo comitê “por sua luta não-violenta pela segurança das mulheres e seus direitos a uma participação plena no trabalho de construção da paz”. As mulheres foram um dos temas principais dos discursos das vencedoras do prêmio, incluindo aquelas que, “com sua luta privada e silenciosa, ajudaram a formar nosso mundo”.
“Vocês representam uma das forças motrizes mais importantes das mudanças no mundo de hoje: a luta pelos direitos humanos em geral e a luta das mulheres pela igualdade e pela paz, em particular” - disse a presidente do Comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, ao prêmio. “Vocês dão sentido ao provérbio chinês, que diz que as mulheres sustentam metade do céu” - acrescentou.
Vestidas com trajes tradicionais - as liberianas com vestidos africanos coloridos, enquanto Tawakkul Karman usou um hijab colorido - as vencedoras receberam o Nobel sob os aplausos dos presentes, incluindo a família real da Noruega.
Ellen Johnson, de 73 anos, foi a primeira mulher eleita democraticamente chefe de Estado de um país africano, a Libéria, que sofreu 14 anos de guerras civis que fizeram 250 mil mortos.
Leymah Gbowee, de 39 anos, é uma assistente social liberiana que organizou o movimento pacífico de mulheres que contribuiu para por fim à segunda guerra civil na Libéria, em 2003.
A jornalista iemenita Tawakkul Karman, de 32 anos, é a primeira mulher árabe a receber o Prêmio Nobel da Paz. Distinguiu-se por ter sido uma das figuras de proa da Primavera Árabe no seu país, um movimento que levou ao período de transição para que o presidente Ali Abdullah Saleh abandone em fevereiro próximo o poder que ocupa há 33 anos.
O Prêmio Nobel é constituído por uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (cerca de 1 milhão de euros) repartido em três partes iguais pelas vencedoras.
(G1-CM)
© Rádio Vaticano 2011
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