Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
Seja bem-vindo. Hoje é

terça-feira, 17 de julho de 2012

Notícias ZENIT O mundo visto de Roma

Jornada Mundial da Juventude Rio 2013


"Preparai o Caminho"
Comitê Organizador Local da JMJ RIO 2013 promeve uma série de eventos
RIO DE JANEIRO, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org)- A um ano da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013, o Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio2013 promoverá uma série de eventos.
A primeira das novidades foi o lançamento da Oração Oficial da JMJ Rio2013. A próxima será a Evangelização através do esporte no dia 22 de julho: uma corrida de rua e caminhada que acontecerão, simultaneamente, em todas as Dioceses do Brasil.
Nos dias 27, 28 e 29 de julho acontecerá o “Preparai o Caminho”. O evento será no Complexo do Maracanã e marcará a contagem regressiva de um ano para a realização da Jornada. O objetivo é apresentar um pouco daquilo que será a JMJ Rio2013.
O encontro acontecerá em dois locais simultâneos: Ginásio Maracanãzinho e Estádio de Atletismo Célio de Barros.
A expectativa de público é de cerca de 50 mil pessoas durante os três dias de evento, que será transmitido na íntegra pela internet, através do portal oficial da JMJ Rio2013: www.rio2013.com. Os ingressos serão distribuídos nas paróquias.
Confira a programação:
Dia 27
Abertura - Missa presidida pelo Núncio Apostólico
Show com Jovens Cantores apresentando os hinos de todas as JMJs
Dia 28
Abertura das atividades no espaço Célio de Barros
Missa presidida pelo Cardeal Dom Raymundo Damasceno, presidente da CNBB
Exposição de arte sacra
Festival de pipas
Festival de música no palco Célio de Barros
Pregação e testemunhos
Show com Cantores do Rio de Janeiro (Banda Bom Pastor e convidados)
Dia 29
Missa presidida pelo presidente do COL e arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta
Ações sociais: prestação de serviços gratuitos para toda a população (teste de hepatite e glicose, banca de emprego, testes vocacionais, avaliação IMC, etc.)
Apresentação de grandes bandas da musica católica
Palestra do padre Reginaldo Manzotti
Show com Elba Ramalho e grandes nomes da MPB
Show de lançamento CD do padre Omar Raposo, com participação especial de Diogo Nogueira
MEM


Cultura


Querido Carmelo, recreações Carmelitas
Irmãs Carmelitas Descalças da Venezuela apresentam produção discográfica
SÃO CRISTOVÃO, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org) – No marco da festa de Nossa Senhora do Carmo as monjas do Mosteiro de Santa Maria do Monte Carmelo de Paramillo,em São Cristovão, Venezuela, apresentam uma produção discográfica intitulada “Querido Carmelo, recreações carmelitas”. Interpretada pelas vozes das religiosas de clausura.
“Queremos presentear estes cantos “Recreações Carmelitas”, realizado com grande fervor, sensibilidade e alegria carmelita, e compartilhar com todos os nossos irmãosem Cristo Jesus”, expressaram as Irmãs Carmelitas Descalças de Paramillo.
As monjas carmelitas destacam também que esta produção musical é “dedicada à Madre Lucia do Menino Jesus (Serva de Deus), que apreciava muito a alegria de suas ‘monjinhas’”. Também dedicam este trabalho à Madre Maria de Cristo, superiora do convento.
O CD contém quatorze faixas escritas pelas religiosas que falam de suas vidas e das Carmelitas descalças, dentre elas: “Querido Carmelo”, Sou Carmelita”, “Prisioneira”,e outras. E o tema dedicado à Serva de Deus Madre Lucia, “A ti mãezinha”.
(Trad.MEM)

Familia e Vida


Europa: retomada demográfica é urgente
Alerta é do arcebispo de Malines-Bruxelas, dom André-Joseph Léonard
BRUXELAS, terça-feira, 17 de julho de 2012 (ZENIT.org) - A família saudável é um ganho para todos, defende dom André-Joseph Léonard, em apelo urgente pela "recuperação demográfica" da Europa e por políticas de apoio à família.
O arcebispo de Malines-Bruxelas palestrou em 12 de julho sobre a crise demográfica e o papel central da família na sociedade, durante a cúpula anual entre as instituições europeias e os representantes religiosos.
Organizada a convite do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a reunião foi comandada pelo presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e pelo vice-presidente do Parlamento Europeu, László Surján.
O impacto positivo do casamento
Para Léonard, o futuro da demografia na Europa exige "sustentar a família no sentido primário da palavra" (pai, mãe e filhos), "sem influências de ideologias de gênero".
"Temos que reforçar o impacto positivo da instituição do matrimônio", porque a estabilidade da família é um "valor agregado" para a sociedade, ressaltou o arcebispo belga. Essa estabilidade limita "as conseqüências desastrosas do divórcio fácil na situação econômica dos cônjuges e no desenvolvimento dos filhos".
"A boa saúde das famílias representa um ganho para todos, jovens, adultos e idosos", completa Léonard.
A opção preferencial
Recordando que "praticamente nenhum país da UE tem taxa de fertilidade que permita a simples substituição das gerações", o arcebispo exortou os países a tomarem "medidas corajosas" para corrigir esta situação preocupante.
Léonard pediu uma "opção preferencial": mais do que encontrar maneiras de "pagar aposentadorias e reembolsar os gastos com a saúde", deve-se "encorajar fortemente a retomada demográfica na Europa", explicou. Não basta "tratar os sintomas", acredita o religioso, que convoca o continente a "cortar o mal pela raiz" e dar "uma solução permanente para o problema".
Em particular, dom Léonard sugere a "adoção de políticas fiscais favoráveis ​​à família, o incentivo para o nascimento do terceiro ou até do quarto filho, a criação de estruturas de assistência à infância, ajudas para que as famílias conciliem trabalho e vida doméstica e mais valorização da contribuição econômica e social do trabalho educativo das mães".
(Trad.ZENIT)


Brasil é o terceiro país no mundo a receber as Equipes de Nossa Senhora
Brasília se prepara para o XI Encontro Internacional das ENS
BRASÍLIA, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org) – O Brasil é o terceiro país no mundo a receber o Movimento – Equipes de Nossa Senhora (ENS) - e o primeiro de língua não francesa. Este ano, pela primeira vez, o Encontro Internacional acontecerá fora da Europa e será no Brasil, em Brasília, de 21 a 26 de julho.
Para compreender melhor o ENS publicamos o texto que segue, enviado à ZENIT pelo casal participante do Movimento, Leila e Antonio Carlos.
As Equipes de Nossa Senhora – ENS – são um movimento Cristocêntrico da Igreja Católica Apostólica Romana, fundado pelo Padre Henry Cafarrel e alguns casais franceses durante a Segunda Guerra Mundial, nos idos de 1938, na França. Constitui uma Associação Internacional Católica de Leigos, reconhecida pelo Decreto 650, de 1992, do Pontificium Consilium pro Laicis do Vaticano. Tem como carisma a “Espiritualidade Conjugal”, e como mística – “Reunidos em nome de Cristo, no auxílio mútuo e testemunho do sacramento do matrimônio”. No site www.ens.org.br podem ser encontradas as mais diferentes informações sobre o movimento.
Hoje, as ENS estão em 86 países do mundo. No Brasil, já estão implantadas desde 13/maio/1950, tendo sido seus precursores o casal Nancy e Pedro Mancau,em São Paulo/SP. O Brasil é o terceiro país no mundo a receber o Movimento e o primeiro de língua não francesa.
Cada ENS é composta de cinco a sete casais e um Conselheiro Espiritual (CE), que pode ser Sacerdote, Diácono, ou religioso/religiosa, integrando os dois sacramentos de serviço, Matrimônio e Ordem, favorecendo o posicionamento dos casais na visão e doutrina da Igreja nos temas atuais em relação à família e à vida em casal.
Os casais equipistas devem vivenciar a espiritualidade conjugal e buscar a santificação do cônjuge por meio da vivência dos PCEs – Pontos Concretos de Esforço – na escuta assídua da Palavra de Deus, meditação, oração conjugal, regra de vida, dever de sentar-se e retiro. Estes PCEs visam levar o casal à busca assídua da vontade de Deus, a viver a verdade e a testemunhar a comunhão com os irmãos, entre si e com Deus. A Oração do Magnificat deve ser feita diariamente pelos integrantes, em prol do movimento e dos equipistas do mundo inteiro.
A cada seis anos realiza-se um Encontro Internacional das ENS, congregando equipistas de todas as partes do mundo. Este ano, pela primeira vez, o Encontro Internacional acontecerá fora da Europa e será no Brasil, em Brasília, de21 a26 de julho de 2012. Espera-se reunir cerca de 7.500 pessoas vindas do mundo todo, dentre elas 450 Conselheiros Espirituais, sendo 17 bispos, 400 sacerdotes e 33 religiosos/as.
Durante o Encontro Internacional, serão realizadas palestras, testemunhos, missas e reuniões de grupos de assimilação. Acontecerá também um ato público no coração político do país no dia 24/julho, com a finalidade de testemunhar a vivência do sacramento do matrimônio. O lema deste XI Encontro Internacional é “OUSAR O EVANGELHO”, inspirado no Evangelho de Lucas 10, 30-37, na passagem do Bom Samaritano.
Pedimos as orações de todos para o êxito do XI Encontro Internacional das ENS e o testemunho de casais que vivem o matrimônio cristão.
Para outras informações acesse notícia publicada por ZENIT na segunda-feira http://www.zenit.org/article-30827?l=portuguese  cujos contatos são:
Raimundo Veloso Leal & Vera Lúcia Morais Leal
TICO & VERA  - Casal Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral Familiar - CNPF
e Equipistas. (Equipe 4 - setor B - Salvador/Bahia)
(71) 9963.9003  /  (71) 9141.8420 (TICO)
(71) 9286.1616  /  (71) 9921.3102 (VERA)
e-mail(s): ticovera@terra.com.br /  ticovera@ig.com.br

Deus chora na Terra


Um basta aos massacres de cristãos na África
Observatório da Liberdade Religiosa apresenta iniciativa italiana
ROMA, terça-feira, 17 de julho de 2012 (ZENIT.org) - As igrejas africanas, praticamente todos os domingos, têm sido palco de massacres de cristãos, principalmente, mas não apenas, na Nigéria e no Quênia. As instituições europeias e internacionais nem sempre são rápidas para reagir aos ataques. Mas, na semana passada, a Itália anunciou uma iniciativa.
As atualizações a respeito do projeto serão apresentadas em conferência de imprensa pelo Observatório da Liberdade Religiosa, a nova instituição lançada no mês passado pelo ministério italiano de Assuntos Exteriores. A conferência, que estava marcada para o dia 13 de julho e foi transferida para permitir a participação dos mais altos níveis do governo, acontece nesta quinta-feira, 19, na Associação de Imprensa Estrangeira em Roma.
A iniciativa da Itália, com seu detalhamento, será ilustrada pelo sociólogo Massimo Introvigne, coordenador do Observatório da Liberdade Religiosa; pelo ministro de Assuntos Exteriores, Giulio Terzi; pelo prefeito de Roma, Gianni Alemanno, e por Margherita Boniver, enviada especial do ministério para casos de emergências humanitárias. Boniver acaba de voltar de uma missão à Nigéria.
De acordo com Introvigne, “a iniciativa já começou em duas frentes. Primeiro, uma cooperação bilateral com a Nigéria para a formação de policiais, guardas de fronteira e diplomatas, aproveitando a experiência da Itália em segurança e ajudando o governo da Nigéria a proteger os locais de culto cristãos. Em segundo lugar, a iniciativa diplomática italiana propõe uma abordagem do problema em nível continental, envolvendo também a União Europeia, a ONU e a União Africana, para inserir em todos os documentos sobre a paz e sobre o desenvolvimento também a questão da liberdade religiosa ameaçada, além de isolar e combater as centrais do terrorismo anti-cristão que estão localizadas em terras de ninguém, fora do controle dos governos legítimos, como a Somália e o norte do Mali".
“Enquanto o núcleo dessas centrais não for atingido”, conclui Introvigne, “os cristãos vão continuar a morrer”.
(Trad.ZENIT)

Mundo


Seminaristas são convidados a conhecer melhor as atividades do Santuário de Fátima
Programa inclui visitas guiadas até o mês agosto
FÁTIMA, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org) - O Santuário de Fátima acolherá, desde o início desta semana e até final de agosto, repartidos por três grupos, 30 seminaristas de diversos seminários portugueses.
O Santuário de Fátima acolherá, desde o início desta semana e até final de agosto, repartidos por três grupos, 30 seminaristas de diversos seminários portugueses.
A iniciativa realiza-se há vários anos e visa proporcionar aos seminaristas um momento de conhecimento mais próximo dos lugares e das atividades que o Santuário propõe a quem aqui se desloca. Pretende também sensibilizar para a importância e para a atualidade
da Mensagem de Fátima.
Cada seminarista estará duas semanas em Fátima. Durante esse tempo, além dos momentos de formação e de convívio, sempre sob a orientação de um capelão do Santuário, os seminaristas colaborarão nalgumas atividades da instituição, em especial na dinamização de programas de acolhimento aos peregrinos e visitantes e no apoio em algumas celebrações oficiais.
Em termos de acolhimento, os seminaristas orientarão, de segunda-feira a sábado, um conjunto de visitas-guiadas.
Os horários são os seguintes:
- 10:00 - Visita à Igreja da Santíssima Trindade (início junto à
porta principal da igreja);
- 10:45 - Itinerário do peregrino (início junto ao Presépio);
- 15:00 - Visita guiada a Aljustrel e Valinhos (início junto ao Posto
de Informações de Aljustrel).


O processo de envelhecimento na vida consagrada
Uma semana para aprender, descansar e partilhar em Gandía, Espanha
MADRI, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org) – A Fundação Hospital Residência São Camilo, o Centro de Humanização da Saúde e as Escravas do Sagrado Coração de Jesus, organizam atividade formativa para religiosas e religiosos maiores de 65 anos.
O objetivo desta formação é que as pessoas consagradas, em um contexto ‘relaxante’, aprendam as principais chaves para viver positivamente esta etapa de maturidade, abordando o tema da saúde desde uma perspectiva integral: física-psicológica, social-espiritual.
O programa contempla momentos de oração, palestras, atividades culturais e lazer, momentos para partilhar experiências com outras pessoas consagradas, entre outros.
Tudo isso na Casa de Espiritualidade das religiosas Escravas do Sagrado Coração de Jesus em Gandía, na Espanha.
Maiores informações:
mamillan@hrsantcamil.es
Centro de Humanización de La salud – Religiosos Camilos
http://humanizar.es/noticias/vista-individual-noticia/article/gandia-acogera-una-semana-sobre-el-proceso-de-envejecimiento-en-la-vida-consagrada.html
(Trad.MEM)

Entrevistas


Renúncia e aceitação: a Igreja propõe mudanças
Entrevista com o cardeal Georges Cottier, testemunha do Vaticano II (parte 1)
José Antonio Varela Vidal
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 17 de julho de 2012 (ZENIT.org) – Vive num pequeno apartamento da Cidade do Vaticano um dos mais longevos teólogos da Igreja contemporânea. Ele é testemunha de muitos eventos, correntes teológicas, orientações e atos históricos de vários papas dos séculos XX e XXI, como a publicação do Novo Catecismo e o pedido de perdão feito por João Paulo II.
Conversamos com o cardeal suíço Georges Cottier, OP, catedrático universitário durante décadas, ex-secretário da Comissão Teológica Internacional e teólogo pontifício, e ainda muito próximo do pensamento do papa atual.
ZENIT inaugura com ele uma série de entrevistas emolduradas pelo aniversário iminente da abertura do Concílio Vaticano II. Oferecemos a seguir, aos nossos leitores, a primeira de três partes da nossa conversa com este célebre teólogo dominicano.
Aos seus 90 anos de idade, qual foi o momento mais importante da sua vida?
Cardeal Cottier: Eu acredito que, diante de Deus, as coisas mais importantes foram o meu batismo e a minha formação cristã, porque eu venho de uma família que me educou como cristão. Depois vem a minha vocação para a ordem dominicana, que foi o maior presente da minha vida. E neste contexto, o dom mais importante foi o conhecimento do pensamento de São Tomás de Aquino.
E como cardeal?
Cardeal Cottier: A minha nomeação foi uma cortesia de João Paulo II, que me escolheu no último consistório que ele convocou, em 2003. Ele morreu em 2005 e eu acho que ele me tornou cardeal por bondade.
O que significa ter sido um teólogo pontifício?
Cardeal Cottier: Primeiro, foi uma surpresa: eu me lembro que dava aula em Friburgo e já estava aposentadoem Genebra. Tinha 68 anos e achava que a minha vida estava concluída. Foi aí que eu recebi uma mensagem do núncio, falando da nomeação que o papa João Paulo II tinha feito. Eu não sabia de nada, só sabia que era uma posição reservada para a ordem dominicana. Cheguei a Roma poucos meses depois e tinha que aprender o que era aquilo... E aprendi (risos).
O que o senhor está fazendo atualmente? Tem escrito?
Cardeal Cottier: Sim, eu escrevo um pouco. Algumas coisas sobre a teologia da história. Depois, vamos ver.
50 anos da abertura do Concílio Vaticano II. O que o senhor considera que foi bem assimilado do concílio?
Cardeal Cottier: Bom, foram feitas muitas coisas. A primeira é que a mudança foi muito profunda, e é perceptível não só na liturgia, mas também, por exemplo, na estrutura das conferências episcopais e no funcionamento de algumas delas, nos dicastérios da Igreja que antes não existiam, na união dos cristãos, no diálogo com os não crentes. Tudo isso é novo, são coisas que funcionam e até funcionam muito bem. A referência à justiça e à paz, que não existia antes do concílio, e a preocupação em dialogar com o mundo, a própria idéia da nova evangelização, tudo isso nasce com o concílio. O sínodo dos bispos e a doutrina dos últimos papas também têm como programa principal a aplicação do concílio. Podemos dizer que o concílio ainda encontra resistências, mas não existe nenhuma igreja nacional que diga não a ele. Ele é aceito em toda parte.
Há setores da Igreja que resistem. Em que sentido?
Cardeal Cottier: Eu acho que deveríamos fazer um ato de fé na Igreja. A grande crise que surgiu depois do concílio envolveu muitos católicos que viam a Igreja não como um mistério de fé, como o Corpo de Cristo, como o povo de Deus, a esposa de Cristo, mas como um fato sociológico. Tudo isso acontece por causa de algumas ideias equivocadas. Então é preciso primeiro ter uma visão de fé sobre a Igreja e fazer um estudo sério sobre o concílio, porque os documentos não foram suficientemente estudados para serem aceitos. Eu digo isto porque na minha geração, mais do que nas gerações mais recentes, algumas pessoas têm saudades do que elas viviam. Mas nós temos que ser capazes de renunciar...
Em uma entrevista, o senhor declarou que ficou muito impressionado com a questão da liberdade religiosa. O senhor acha que ela preparou a Igreja para os tempos de hoje, em que falta liberdade religiosa?
Cardeal Cottier: Claro. Eu me pergunto se, caso este instrumento não existisse, poderia ter havido uma representação da Igreja e das principais organizações internacionais, como a ONU e as organizações especializadas em direitos humanos. E diante de todos os países, é um documento muito forte, que também está ligado aos direitos humanos, e a Igreja pode vivê-lo no respeito pelas minorias. História é história, as coisas seguem adiante. A Igreja sempre leu na história aquilo que o concílio chama de "sinais dos tempos". Não se fala mais do mundo cristão e do resto que está fora: falamos de uma mudança enorme, que nos leva de volta aos primeiros séculos da Igreja, permitindo que ela exercite a sua vocação própria, que é a vocação missionária. A nova evangelização também quer dizer isso.
A Parte 2 desta entrevista será publicada amanhã, quarta-feira (18).
(Trad.ZENIT)

Espiritualidade


Quando o silêncio é comunicação
Reflexões de Frei Patricio Sciadini, ocd
ROMA, terça-feira, 17 de julho de 2012(ZENIT.org) -  Apresentamos uma reflexão intitulada - O silêncio - escrita por Frei Patrício Sciadini, ocd, religioso, Carmelita Descalço; escreveu mais de 60 livros, publicados no Brasil e no exterior e atualmente é o delegado geral no Egito.
***
Hoje assistimos a um silêncio que oprime  e que deve ser rompido com a coragem profética para que a cadeia das injustiças institucionalizadas  não continue a silenciar milhões de pessoas que gritam no deserto.
Este silêncio de morte que  vemos por ai  desde o silêncio do medo que a máfia de todas as matizes  espalham ao seu redor e o “não sei não vi,  não escutei”, ao silêncio dos trabalhadores que diante de salários injustos não podem reclamar  pelo medo de ficar sem trabalho e ter uma vida  pior. Do silêncio  das crianças abortadas que não podem nem gritar e nem defender-se ao silêncio dos presos e torturados  que  devem calar  para que outros não sofram injustamente. Estes silêncios  invadem  os meios de comunicação que, a serviço de poderosos,  falsificam a verdade   e se colocam do lado do poder para ter cada vez mais  um posto mais alto.
Há o silêncio do diabo que está ao lado dos justos e dos santos  e com sua presença silenciosa  invade o temor  e insegurança,  gerando o medo coletivo. Não é este o silêncio que deve ser mantido. Este silêncio deve ser rompido para que a voz da verdade possa  ser ouvida em todos os lados e que nasça  no coração das pessoas o silêncio da esperança que está para nascer. O silêncio é útero da sabedoria a verdade. É no mais profundo de si mesmo que o ser humano necessita descer  não para escutar  a si mesmo, as suas lamúrias e fracassos ou sonhos  idealizados, mas sim para escutar a voz  de Deus que o chama a assumir  corajosamente a sua identidade de pessoa de cristão  sem ter medo de nada e de ninguém.
O Papa, na sua catequese sobre o silêncio,  nos recorda  citando Santo Agostinho, “que na medida que o Verbo crescer,  a palavra do homem diminui”. Aliás diante de Cristo  verdade caminho e vida  somente  tem espaço para o silêncio. O caminho  que deve ser percorrido é fugir  do “barulho”, seja qual for,  quer seja visivo  com as imagens que  as TV, internet e outros meios  jogam com  abundância  dentro de nós e que nos impedem de refletir, de avaliar, não nos dão o tempo de  avaliar os fatos porque quando você começa a pensar é outra imagem que vem e leva longe a primeira. O barulho auditivo que  nos persegue   todos os dias  e sentimos que sempre mais é necessário  gritar mais forte  para que  possa ouvir o barulho distante do outro, mas não escutá-lo.
É um burburinho que chega até nós, sons convulsivos,  mas não inteligíveis. São  músicas, são palavras que  impedem o ser humano de  saber  “escutar-se e escutar aos demais”; recuperar o silêncio exterior é fundamental. Criar pelo menos uma vez por semana  um “oásis de silêncio exterior”, onde possamos permanecer “a sós” duas ou três  horas  para ouvir a doce brisa  que chega até nós e na qual o Deus da vida está escondido( 1 Rs 19, 12) Quando o silêncio é fuga  se torna não comunicação,  nervosismo, mal estar  e espalha ao seu redor  um clima de desconfiança e de tristeza.
Quando o silêncio é comunicação é como o perfume que  faz sentir sua presença   embora não seja palpável. É neste silêncio  que devemos entrar novamente  para  compreender o que diz o místico João da Cruz  Uma palavra falou o Pai, que foi seu Filho, e a fala sempre em eterno silêncio e, em silêncio, há de ser ouvida pela alma. Os místicos não são pessoas anti-sociais, mas  exemplos de comunicação. Cada palavra que eles pronunciam é palavra de vida, de esperança, de alegria e de amor. E quando a palavra “é como  espada a dois gumes que penetra até o miolo dos ossos” é para que  seja operadora de conversão e de salvação. Somente  quando o ser humano redescobrir  a necessidade do silêncio para se medir consigo,  com os outros  e com Deus, saberá  que a força do testemunho não é palavra, mas o silêncio, o doce silêncio. Dando  a palavra ainda a João da Cruz:
A noite sossegada,
Quase aos levantes do raiar da aurora;
 A música calada,
A solidão sonora,
A ceia que recreia e que enamora.(C 15)
É o momento de  praticar o que Jesus nos ensina se queremos rezar, falar com Deus  e escutar  seu Filho bem amado: “desce em você, fecha a porta e fala ao Pai.” (Mt 6)

Nenhum comentário: