Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Papa e Santa Sé

PAPA SE DESPEDE DO REINO UNIDO: "OBRIGADO PELA CALOROSA ACOLHIDA"

◊ Birgminham, 20 set (RV) – Bento XVI conclui na tarde de ontem, domingo, a sua 17ª Viagem Apostólica Internacional que o levou ao Reino Unido; uma visita que teve a duração de 4 dias. Durante a cerimônia de despedida, realizada no Aeroporto Internacional de Birmingham, o Papa, depois do discurso do Primeiro-ministro de Sua Majestade, David Cameron, agradeceu o intenso trabalho de preparação, tanto do governo atual como do precedente, dos serviços públicos, das autoridades locais e da polícia, e os muitos voluntários que pacientemente ajudaram a preparar os eventos dos quatro dias da sua vista apostólica. “Obrigado pela calorosa acolhida e hospitalidade que vocês me reservaram”, disse Bento XVI.

“Durante o tempo que estive com vocês, eu encontrei representantes de muitas comunidades, culturas, línguas e religiões que compõem a sociedade britânica. A grande diversidade da moderna Grã-Bretanha é um desafio para o seu governo e seu povo, mas também representa uma grande oportunidade para aprofundar o diálogo entre culturas e religiões que enriquecem toda a comunidade”.

Depois de recordar que, nestes dias agradeceu a oportunidade de se encontrar com Sua Majestade a Rainha, como também com o primeiro-ministro e outros líderes políticos, e falar sobre questões de mútuo interesse, tanto nacionais como internacionais, Bento XVI disse que ficou particularmente honrado em receber o convite para se dirigir às duas câmaras do Parlamento britãnico no histórico local de Westminster Hall.

“Espero sinceramente que esses encontros contribuam a confirmar e reforçar as excelentes relações entre a Santa Sé e o Reino Unido, especialmente na cooperação para o desenvolvimento internacional, o cuidado do meio ambiente e a construção de uma sociedade civil com um renovado sentido de valores compartilhados e objetivos comuns”.

O Pontífice afirmou ainda que foi uma satisfação visitar o Arcebispo de Cantuária e os bispos da Igreja da Inglaterra, rezando depois com eles e com outros irmãos cristãos na sugestiva Abadia de Westminster, um lugar que fala com muita eloquência das tradições e da cultura que partilhamos.

“A Grã-Bretanha acolhe muitas tradições religiosas, e eu apreciei a oportunidade de encontrar seus representantes e partilhar com eles algumas idéias sobre a contribuição que as religiões podem oferecer para o desenvolvimento de uma sociedade saudável e pluralista”.

Levando em conta - como disse o Papa -, que sua visita foi especialmente dirigida aos católicos do Reino Unido, Bento XVI expressou seu agradecimento pelo tempo transcorrido com os bispos, sacerdotes, religiosos e leigos, como também com os professores, estudantes e idosos.

“Foi muito emocionante celebrar com eles, aqui em Birmingham, a beatificação de um grande filho da Inglaterra, o Cardeal John Henry Newman. Estou convencido de que, com seu vasto legado de escritos acadêmicos e espirituais, tem ainda muito a nos ensinar sobre a vida e o testemunho cristão no meio dos desafios do mundo atual, desafios que ele previu com clareza impressionante”.

E antes de invocar a bênção de Deus sobre todos, o Papa se despediu assegurando a esta nação, mais uma vez, os seus melhores desejos e orações para a paz e a prosperidade da Grã-Bretanha. (SP)

PAPA: IGREJA SEJA VOZ DOS POBRES

◊ Birmingham, 20 set (RV) - Bento XVI concluiu, na tarde deste domingo, sua visita apostólica ao Reino Unido.

O Papa encontrou-se ontem na capela do Oscott College de Birmingham, com os bispos da Inglaterra, Gales e Escócia e ressaltou a urgente necessidade de proclamar novamente o Evangelho num contexto muito secularizado.

"Durante minha visita ao Reino Unido, observei com clareza a sede profunda que o povo britânico tem da Boa Nova de Jesus Cristo. Vocês foram escolhidos por Deus para oferecer-lhe a água viva do Evangelho, encorajando-o a colocar suas esperanças não nas ilusões do mundo, mas nas sólidas garantias do mundo futuro" – frisou Bento XVI.

O Santo Padre ressaltou a importância de "apresentar em sua plenitude a mensagem do Evangelho que dá vida", inclusive aqueles elementos que desafiam as convicções da cultura atual.

O Papa falou sobre a crise econômica e o desemprego que afetam o Reino Unido, e recomendou aos bispos o testemunho da caridade neste tempo de crise e que eles façam ouvir a voz profética da Igreja em favor dos pobres.

Em seu discurso, Bento XVI sublinhou que os abusos perpetrados contra crianças e jovens por parte de sacerdotes e religiosos, debilitam gravemente a credibilidade moral dos pastores da Igreja. "Em muitas ocasiões falei sobre as profundas feridas que tal comportamento causou, sobretudo às vítimas, mas também nas relações de confiança que devem existir entre os sacerdotes e o povo, entre os sacerdotes e seus bispos, e entre as autoridades da Igreja e as pessoas em geral" – frisou o Santo Padre.

Bento XVI afirmou a necessidade de aplicar a Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus, sobre a instituição de ordinariados pessoais para os anglicanos que entram em plena comunhão com a Igreja Católica, que pode contribuir positivamente para o progresso das relações entre anglicanos e católicos. (MJ)

BENTO XVI: ATENÇÃO AOS IDOSOS É GRATIDÃO

◊ Londres, 20 set (RV) - "A atenção aos idosos não é um ato de solidariedade, mas de gratidão", foi o que disse o Papa na tarde do último sábado, ao visitar uma casa de repouso em Lamberth, um bairro de Londres, Inglaterra.

Bento XVI sublinhou que os idosos são como "uma bênção para a sociedade". "Cada geração pode aprender da experiência e da sabedoria da geração que a precedeu. De fato, a assistência aos idosos deveria ser considerada não tanto como um ato de generosidade, mas como satisfação de uma dívida de gratidão", afirmou o pontífice.

Aos idosos, o Papa apresentou como exemplo João Paulo II, que sofreu muito nos últimos anos de sua vida. "Todos nós tínhamos claro que ele viveu isso em união com os sofrimentos do nosso Salvador. Seu bom humor e paciência foram um exemplo extraordinário e comovente para todos nós, que devemos carregar o peso da idade avançada" – frisou Bento XVI.

"Nossos longos anos de vida nos oferecem a oportunidade de valorizar tanto a beleza do maior dom que Deus nos deu - o dom da vida - como a fragilidade do espírito humano" – ressaltou o Papa.

A comunidade das Irmãzinhas dos Pobres, fundadas por Santa Jeanne Jugan, está presente neste bairro de Londres desde 1863, atendendo os idosos. (MJ)

PADRE LOMBARDI: "FOI UMA VERDADEIRA FESTA DA FÉ"

◊ Cidade do Vaticano, 20 set (RV) - O Papa, na homilia de beatificação do Cardeal Newman, destacou a atualidade do bem-aventurado, que foi o centro da sua Visita Apostólica ao Reino Unido. O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, e da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi, fez uma reflexão para a nossa emissora:

R. – Parece-me que seja um pouco a conclusão natural dessa viagem, a beatificação. Não só a personalidade de Newman já estava presente com acenos e referências, especialmente durante a vigília na noite de sábado, mas na homilia, o Papa disse muito bem como Newman encarna tantas mensagens que essa visita quis dar. Isto é a beleza e a alegria da fé em Cristo como fundamento de um serviço positivo para a sociedade em que vivemos, como fundamento de um testemunho eficaz de grande caridade para a comunidade onde vivemos e como a fé cristã seja um caminho de descoberta da verdade mais profunda que se completa no encontro com Cristo e, portanto, na santidade. Eu diria que a figura de Newman, que é tão fascinante, que é tão tipicamente inglesa, também como personalidade e como cultura, torna-se uma mensagem muito grande para este país e também para outros países de língua inglesa, onde é muito conhecido e apreciado – penso, por exemplo, nos Estados Unidos - mas agora que a beatificação o colocou em destaque para todo o povo cristão torna-se certamente também uma inspiração muito grande. É uma personalidade que tem uma profunda sintonia com o Santo Padre por causa da união entre experiência de cultura e experiência de fé, pela profunda espiritualidade, pelo sentido de busca da verdade. Portanto, vamos entender por que o Papa desejou presidir ele mesmo a sua beatificação. Sentiu-se uma sintonia profunda de sensibilidade, de impostação da experiência de fé.

P - Essa viagem teve muitos momentos públicos, definidos históricos, memoráveis, alguns comoventes ...

R. - Eu diria que cada um desses momentos teve a sua característica: o de Westminster Hall foi muito tocante para mim porque pude ver uma atenção muito grande por parte dos representantes de uma sociedade multicultural, de uma sociedade também secularizada, mas consciente da importância dos valores, e isso me deixou emocionado. Foi também extraordinária a cerimônia ecumênica na Abadia de Westminster, ela me fez perceber a profundidade da comunhão de tradição entre a Igreja Anglicana e a Igreja Católica também na expressão litúrgica, por exemplo. E depois certamente os momentos das celebrações eucarísticas foram de profunda alegria para a comunidade cristã. A Missa no Bellahouston Park para os escoceses, a Missa na Catedral de Westminster em Londres e, depois a de ontem em Birmingham, foram verdadeiras festas da fé. Momento tocante foi também o encontro com as vítimas dos abusos sexuais, um momento muito significativo principalmente vendo como o Santo Padre enfrenta essa questão tão delicada para a Igreja hoje. O Papa nesta viagem afrontou a questão de três modos diferentes: com as palavras da homilia, com o encontro com as vítimas e com o encontro com as pessoas comprometidas na salvaguarda, na tutela dos jovens e das crianças. Este último aspecto é um pouco uma novidade em relação às outras viagens e demonstra a completude das abordagens com as quais a Igreja deve enfrentar essa situação olhando para frente e colocando todas as premissas para que o testemunho seja crível e se tenha a garantia de poder evitar para sempre a repetição de erros e crimes. (SP)

BISPOS DO RIO DE JANEIRO INICIAM SUA VISITA "AD LIMINA"

◊ Cidade do Vaticano, 20 set (RV) - Teve início, nesta segunda-feira, a quinquenal visita "ad Limina Apostolorum" dos bispos do Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Regional formado pelo Estado do Rio de Janeiro. Iniciada em setembro do ano passado, a visita de todos os bispos do Brasil se concluirá este ano. A visita do Regional Leste 1 se estenderá até a próxima segunda-feira, dia 27.

Trata-se da visita que a cada ano cinco anos os bispos do mundo inteiro são chamados a fazer ao Sucessor de Pedro e aos diversos organismos da Cúria Romana. Chama-se "ad Limina Apostolorum" por tratar-se da visita ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo, fundadores da Comunidade Cristã que está em Roma, onde se encontra a Sé de Pedro, príncipe dos Apóstolos.

Além do encontro pessoal e em grupo com o Santo Padre, e da visita aos diversos organismos que fazem parte da Cúria Romana, os bispos celebram juntos a santa missa nas quatro basílicas papais de Roma: São Pedro, São Paulo Fora dos Muros, Santa Maria Maior, e São João de Latrão – sede da Diocese de Roma.

A visita ao túmulo dos Apóstolos representa sempre para os bispos um momento de profunda experiência eclesial, de fortalecimento da fé, e de confirmação e renovação na comunhão com o Sucessor de Pedro. (RL)

Igreja no Brasil

RIO: CINCO MIL PESSOAS EM PASSEATA PARA DEFENDER RELIGIÃO

◊ Rio de Janeiro, 20 set (RV) - Cerca de cinco mil pessoas participaram, neste domingo, da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, na Praia de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, segundo estimativa da Polícia Militar. Representantes de várias religiões e de minorias étnicas e religiões de raízes africanas – católicos, judeus, ciganos, seguidores do candomblé e umbandistas – marcharam juntos, para chamar a atenção para o "proselitismo" religioso.

De acordo com o interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) – organizadora do evento – Ivanir dos Santos, na tentativa de converter novos fiéis, algumas religiões têm ultrapassado o limite da liberdade de expressão, "perseguindo" e atacando determinados grupos religiosos.

"O limite é o proselitismo. Você expressar uma opinião é uma coisa. Fazer um proselitismo diário, estigmatizando e perseguindo um determinado segmento, não é liberdade de expressão" – disse Ivanir, destacando que as religiões de matriz africana têm sido o principal alvo de alguns grupos neopentecostais.

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa procurará a diretoria do Flamengo, nos próximos dias, para conversar sobre as declarações do atacante Val Baiano, consideradas desrespeitosas. Na semana passada, ao comentar o jejum de gols do time, o jogador pediu ajuda das religiões, com exceção de uma de matriz africana: "Se macumba fosse do bem, seria boacumba (sic)" - disse ele.

"Durante a manifestação, um representante das religiões de matriz africana lembrou que a intolerância religiosa é crime no Brasil e, portanto, declarações como a de Val Baiano são passíveis de punição. (AF)

Igreja na América Latina

GUATEMALA: APELO DE SOLIDARIEDADE AOS DESABRIGADOS

◊ Cidade da Guatemala, 20 set (RV) - O setor de Comunicação da Conferência Episcopal da Guatemala informou sobre as condições em que se encontram vários pequenos municípios do país atingidos pelas chuvas.

Segundo o organismo, a solidariedade cristã já se colocou à disposição dos mais pobres, todavia o esforço realizado para ajudar a população não foi suficiente.

Em Puerto de San José, não sobrou um mínimo espaço de terreno seco, pelo contrário, a água do rio que corre ao lado da cidade inundou completamente as ruas. Até mesmo a estação dos bombeiros foi invadida pela água, que chegou a dezenas de centímetros, tornando impossível qualquer tentativa de socorro.

A Conferência Episcopal da Guatemala promoveu a divulgação da mensagem intitulada "Não vos canseis de fazer o bem", escrita pelo Bispo de Escuintla, Dom Víctor Hugo Palma Paúl, por ocasião da coleta especial em favor dos desabrigados de sua diocese.

A mensagem pede a todos para que reflitam sobre as esperanças, as alegrias, as angústias e os sofrimentos de todos os habitantes da diocese, e que ajam de modo solidário.

"Além de todos os dados, que todos conhecemos, vale a pena recordar que em Puerto de San José vinte e quatro comunidades foram atingidas pelas inundações, em Iztapa, treze, e várias comunidades em Nueva Concepción e La Gomera. As enchentes, a perda de casas e colheitas, os danos à saúde, tornam particularmente difíceis as perspectivas de vida para o futuro, sobretudo para mulheres e crianças" – frisou o prelado.

O bispo de Escuintla recorda que todos "como discípulos missionários, devemos anunciar Jesus Cristo, e isso significa: ação solidária para com os irmãos que sofrem, estabelecer medidas de prevenção contra os desastres naturais e prever o impacto da atividade de mineração em Escuintla. Por fim, o bispo pede a todos que preparem o mês do Rosário, que é celebrado no mês de outubro, rezando pela vida e pela paz. (MJ)

Igreja no Mundo

CONTRIBUIÇÃO DAS RELIGIOSAS NA ÁSIA

◊ Roma, 20 set (RV) - Segundo informações recebidas pela agência Fides, as religiosas chinesas do continente oferecem uma contribuição indispensável à vida da Igreja na China, para o aspecto pastoral, missionário, social e caritativo. Ao mesmo tempo a vida religiosa é caracterizada por uma intensa espiritualidade e uma renovação contínua do espírito. Recordamos alguns entre os eventos mais recentes que revelam a vitalidade das congregações religiosas chinesas. Após sete dias de intenso retiro espiritual presidido pelo Padre Luke Tsui Kam Yiu, um sacerdote de Hong Kong que há anos ajuda a Igreja do continente para a vida espiritual, as religiosas da Congregação de Nossa Senhora, da Diocese de Ning Xia, se trnasferiram para um novo convento, consagrado e inaugurado por Dom Joseph Li Jing, Bispo ordinário, no último dia 29 de agosto.

Durante a solene celebração, presidida pelo Bispo emérito, Dom Liu Jing Shan, e concelebrada por todos os sacerdotes diocesanos, com a participação de mais de 300 fiéis, 5 religiosas da congregação renovaram seus votos. Em 21 de agosto, 4 irmãs da Congregação do Espírito Santo Consolador, da Diocese de Han Dan, Província He Bei, emitiram votos perpétuos durante a celebração pelos 10 anos de consagração da paróquia onde se encontra o convento.

Outras 4 religiosas haviam feito os primeiros votos na solenidade da Assunção, no dia 15 agosto. O Bispo de 89 anos, Xiang Tai Yang agradeceu as irmãs pela sua contribuição à vida pastoral, incentivando-as a um maior esforço na vida da Igreja à luz da graça do Espírito Santo.

O retiro espiritual, a revisão do Estatuto, a eleição da nova Superiora Geral foram os principais compromissos do recente Capítulo Geral da Congregação do Divino Amor, da Diocese de Lin Yi, Província de Shan Dong, realizado no final de agosto. Através dos exercícios espirituais sobre o tema “Encontro pessoal com Jesus”, as religiosas refletiram e meditaram juntas sobre a própria vocação, sobre o carisma da congregação e sobre o empenho de evangelização. Elas também elegeram a Irmã Jiang Qing Yun como a nova Superiora Geral. Esta congregação diocesana foi fundada em 1942. (SP)

SACERDOTE ALEMÃO QUE SE OPÔS AO NAZISMO, HIRSCHFELDER, É BEATIFICADO

◊ Munique, 20 set (RV) - Um modelo para os jovens: assim o Arcebispo de Colônia, na Alemanha, Cardeal Joachim Meisner, definiu o novo Beato Gerhard Hirschfelder durante a cerimônia de beatificação, da qual participou na qualidade de representante do Papa.

Reunindo peregrinos de toda a Alemanha, Polônia e República Tcheca – onde a recordação do sacerdote alemão é ainda muito forte – a cerimônia de beatificação teve lugar na Catedral de Munique, sul da Alemanha.

Gerhard Hirschfelder morreu aos 35 anos, em Dachau, sul da Alemanha. Foi proclamado Beato como "mártir e testemunha da fé". O Cardeal Meisner ressaltou que o Beato rejeitou abraçar as desumanas lógicas nazistas. Recordou seu compromisso, em particular, na pastoral da juventude e, em seguida, o indicou como um modelo para os jovens.

O novo Beato nasceu no condado boêmio de Glatz (região atualmente incorporada à República Tcheca), no dia 17 de fevereiro de 1907. Transferiu-se para Breslavia – sudoeste da Polônia – para fazer os estudos de Teologia, e na Catedral de Breslavia foi ordenado sacerdote no dia 31 de janeiro de 1932.

Com a chegada de Adolf Hitler ao poder, em janeiro de 1933, o jovem sacerdote não demorou a dar-se conta da natureza e dos efeitos da propaganda nazista. Mediante a sua proximidade e a direção espiritual, buscou manter os jovens – aos quais assistia pastoralmente – distantes dos grupos da "Juventude Hitleriana", suscitando a reação da polícia do regime.

Em suas homilias denunciou corajosamente os excessos e as violências daquele período: foi detido em 1º de agosto de 1941. Durante a prisão em Glatz escreveu uma Via-Sacra e algumas reflexões sobre o sacerdócio, o matrimônio e a família.

Transportado no dia 15 de dezembro de 1941 para o campo de concentração de Dachau, morreu de fome e doença no dia 1º de agosto de 1942. (RL)

Formação

ESPECIAL JUVENTUDE: O SONHO BRASILEIRO

◊ Cidade do Vaticano, 20 set (RV) - O Santo Padre retornou da sua Viagem Apostólica ao Reino Unido, onde entre outros momentos importantes, se encontrou com os jovens. Momentos que sempre se repetem nas suas Visitas Apostólicas. O sonho brasileiro, da Igreja no Brasil e da nossa juventude é poder receber o Papa e sediar a Jornada Mundial da Juventude, reunindo ao redor do sucessor de Pedro os jovens do mundo inteiro. Sobre essa possibilidade nós conversamos com Dom Vilson Basso que é o referencial do Regional Nordeste 3 para a juventude.... (SP)

A DOR E A ESPERANÇA

◊ Cidade do Vaticano, 20 set (RV) - Na semana passada celebramos a Festa da Exaltação da Santa Cruz e a memória de Nossa Senhora das Dores. São sinais eloquentes de situações concretas que hoje vivemos e que são iluminadas pela Palavra de Deus, que comemoramos neste mês de setembro (mês da Bíblia). Maria sempre nos acompanha em nossa reflexão, pois a Igreja nela encontra a inspiração e exemplo: “ela é saudada como membro supereminente e absolutamente singular da Igreja, e também como seu protótipo e modelo acabado da mesma, na fé e na caridade” (LG 53).

Maria, a mãe do Salvador, foi, sem dúvida, a pessoa que mais participou da paixão e morte do Senhor. Ela ouviu cada uma de suas palavras na Cruz. Ele, por sua vez, olha para a mãe com compaixão. Ela está em pé aos pés da Cruz e com dor profunda esteve atenta à agonia do seu Filho.

O Redentor confia sua mãe ao discípulo e dá-la como mãe. Nesse momento, a maternidade de Maria atinge cada um de nós. Aos pés da Cruz é que o homem conhece a Mãe da Humanidade, Maria! “E daquela hora o discípulo a levou para sua casa” (Jo 19,27). Esse discípulo, por sua vez, assume o papel de filho, e, certamente, tem como resposta um amor de mãe.

A liturgia para a celebração de Nossa Senhora das Dores, segundo algumas tradições, é de origem alemã. Em 1423, o Arcebispo de Colônia reúne o povo para fazer reparações ao coração de Maria, pois hereges haviam violado suas imagens na Diocese, em que Maria apresenta-se ao pé da Cruz. Em 1727, o Papa Bento XIII aprova os textos dessas celebrações de Colônia e a devoção se espalha rapidamente pela Igreja.

Embora a devoção tenha sido divulgada após o século XV, a dor da Virgem, no entanto, foi sempre tida desde o início da Igreja como grande fonte de piedade mariana. Recorda-nos o texto bíblico quando Simeão diz a ela: “uma espada transpassará a sua alma” (Lc 2, 34-35). Espada penetrante que Maria sofrerá. Dolorosa espada que será símbolo do caminho da Virgem, e que mais tarde a piedade tomará como sinal plástico das dores sofridas pela mãe do Redentor.

A jornada de fé de Maria foi acompanhada pela dor: a fuga para o Egito (Mt 2, 13-14); o caso da perda do seu Filho no caminho de Jerusalém e a busca ansiosa para reencontrá-Lo (Lc 2, 43ss) são alguns exemplos, mas é evidente que na Cruz encontramos o cume desse caminho de sofrimento e dores.

Não podemos deixar de lembrar também o evento que foi retratado por grandes escultores e pintores: quando da entrega para o túmulo do corpo sem vida de seu Filho (Jo 19, 40-42).

Devido a esta participação plena e amorosa, Maria torna-se para nós mãe na ordem da graça. Maria também expressa o modelo de perfeita união com Jesus na cruz. Ficar perto da cruz é uma tarefa desafiadora para ela e para todos os cristãos, que exige se alegrar com os que se alegram (Rm 12,15) e chorar com os que choram (Jo 19,25), como nos ensina a palavra de Deus.

Como em todas as festas marianas, também na de Nossa Senhora das Dores o pedido nos é claro: a perfeita participação de Maria na paixão de Cristo, pois Ele é o centro de toda liturgia mariana e de nossa vida.

Com a sua paixão, Cristo quer libertar o homem, apontando-lhe o caminho, compartilhando com esse mesmo homem as alegrias e sofrimentos, a morte e a vida. Esta paixão, porém, não é um fim em si mesmo, mas é para a vida: “Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ele fica só, mas se morre, produz muito fruto” (Jo 12, 24), e a vida é interminável: “Nós sofremos com Ele para sermos também glorificados (II Tm 2,11). Esta é a tensão escatológica da vida de cada existência cristã, tal como foi também para Maria, sendo para ela antecipada a glorificação. E esta esperança é que deve sustentar a Igreja.

A dor de Maria foi o culminar de um longo sofrimento, permeado pelo silêncio. O seu olhar foi um olhar consolador de todas as dores. E ela se torna, para nós, uma peregrina terrena do sofrimento humano. Maria é aquela que sempre permaneceu fiel, humilde e amorosa em meio à humilhação, ela que tida como a mãe de um executado na cruz. Assim, ela se associa imensamente à redenção de seu Filho. Maria foi ouvida na dor de seu Filho quando, mesmo pregado na cruz e com extremo sofrimento, lembra-se dela, entregando-a ao discípulo amado.

A Igreja a invoca com vários títulos, mas aqui nós a veneramos na experiência do sofrimento. Com esta invocação, todos aqueles que passam pelas dores podem contemplar no cume do Gólgota a cruz com Cristo e Maria das Dores aos seus pés. Ao mesmo tempo em que estamos unidos a ela também experimentamos a sua proximidade para nos compreender nas nossas aflições. Há aqui uma enorme solidariedade do lamento humano da dor.

Nas abadias e mosteiros cistercienses, ao final do dia ilumina-se com um feixe de luz a imagem, ou ao menos o rosto, de Nossa Senhora, e canta-se sempre a Salve Rainha – é o entregar o dia e a vida vivida no silêncio da noite nas mãos da mãe, nossa doçura e esperança enquanto aqui caminhamos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.

Maria Santíssima, Nossa Senhora das Dores, rogai por todos nós, especialmente por aqueles que são testados pela dor e pelo sofrimento, pela doença e pela falta de dignidade para viver! Lembrai-vos de nós, ó piíssima Virgem Maria, pois nunca se ouviu dizer que pedindo à mãe o filho não atenda.

Que nestes dias de dor e de angústia, quando vemos tantos e tantos de nossos irmãos e irmãs sofrendo desilusão, remorso, uma chaga de alma, eles possam sentir, querida mãe, o mesmo consolo e coragem manifestada no alto do Calvário. Que eles possam sentir logo a alegria da ressurreição e da glorificação experimentada com os apóstolos reunidos no cenáculo.


† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

O TEMPO PARA CONVERSÃO

◊ Cidade do Vaticano, 20 set (RV) - Escutamos nesses domingos proclamações da Palavra que nos convidam a refletir sobre a nossa conversão concreta neste espaço de tempo que temos, que é a nossa vida.

Na primeira leitura do 26º domingo (Am 6, 1ª.4-7) o profeta Amós nos apresenta uma denúncia contra os gananciosos que se sentem seguros e confiantes diante do poder e das riquezas, sem se preocuparem com os necessitados, esquecendo-se dos pobres e vivendo em abundância, em festas e orgias, continuando o tema do 25º domingo (Am 8, 4-7).

O mesmo contraste aparece também na parábola contada por Jesus, lida no 26º domingo: o homem rico e Lázaro (Lc 16, 19-31), formando esta um todo orgânico sobre o tema da justiça social, junto com a parábola do administrador desonesto, que lemos no 25º domingo (Lc 16, 1-13).

Na parábola do administrador desonesto, porém esperto, e na parábola do Pai misericordioso, do 24º domingo (Lc 15, 1-32), assim como na relação entre o rico e Lázaro, percebemos a importância do tempo para a reflexão e conversão que o Senhor nos concede.

O filho mais novo que saiu de casa e com o tempo e os acontecimentos decidiu voltar, também o administrador que diz: “já sei o que fazer para que haja quem me receba em sua casa quando eu for despedido do emprego”: este também reflete para o tempo que ainda lhe resta.

Na parábola do homem rico e Lázaro, o tempo de conversão já passou e é isso que acontece ao homem cheio de bens, que foi em vida tão indiferente aos pobres, simbolizado pelo próprio Lázaro que ficou deitado ao lado de sua porta. Não havia mais tempo para apelar a Abraão. Ambos morreram – o pobre morreu e o rico também morreu (ninguém escapa da morte). Mas, enquanto o rico estava na morada dos mortos, no meio dos tormentos, Lázaro foi levado para junto de Abraão e os Patriarcas para compartilhar com eles o banquete do reino.

A parábola mostra-nos que o que condenou o rico foi a sua indiferença, como aparece na denúncia do profeta Amós. Entre eles há um abismo intransponível, razão pelo qual Abraão não pode enviar Lázaro para os injustos mudarem de vida enquanto têm tempo.

São João Crisóstomo, comentando este evangelho, nos diz que o rico não pode ser desculpado pela ignorância, pois não pode dizer que não viu o pobre, já que este esteve à beira de sua porta. O homem rico é acusado de orgulho. Sentiu-se melhor sendo rico, do que sendo sensível e aberto ao outro, assim nos explica Santo Agostinho. O seu arrependimento foi tardio e o seu pedido insólito, já que seus parentes também estavam fechados em sua própria riqueza, mantinham o mesmo estilo de vida.

“Eles têm Moisés e os profetas, que os ouçam”. A lei de Moisés mandava amparar os pobres, e os profetas pediam a partilha com os indigentes. Recordamos novamente a leitura de Amós. Aqui é impossível não ter presente o mês da Bíblia: a Palavra de Deus já nos esclarece e ilumina nosso caminhar!

Interessante a resposta de Abraão: se não ouvem a Moisés, mesmo que ressuscite alguém dentre os mortos, eles não irão se convencer. E aqui recordamos com muita clareza que nem todos acreditaram, e até hoje não acreditam, mesmo tendo ocorrido a Ressurreição de Jesus.

Na história da aparição de Jesus ressuscitado aos discípulos de Emaús, São Lucas volta ao tema do reconhecimento: quando Jesus é reencontrado por eles na mesa do pão e na sua distribuição, ou seja, no partilhar o pão.

Lázaro é Jesus, coberto de chagas, deitado agora sobre a cruz (Santo Agostinho), e os seus próprios discípulos não o reconhecem, não o encontram, porque não são verdadeiros discípulos, não lhes queima o coração quando Ele mesmo nos fala através de Sua Igreja. Não o reconhecemos, pois não partilhamos, não nos compadecemos com o outro. Entre nós está e não o reconhecemos!

Todo o trabalho social que fazemos se baseia em reconhecer Jesus no outro, pois quando ocorre O encontramos no pobre e excluído. Tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos é a mim que fazeis, nos recorda Jesus. O tempo que utilizamos para essa missão é de encontro com o Senhor.

Ainda hoje, num mundo marcado por ganâncias, violências, falta de respeito à vida, disputas de poder, por intrigas, por fofocas, por busca desenfreada de prestígio e de posições, nós devemos viver um tempo forte de penitência, de conversão e de mudança de vida. Ainda hoje tantos são os homens e mulheres de boa vontade que teimam em não reconhecer Jesus!

Nestes dias, ocorre em paróquias e grupos específicos de nossa arquidiocese a “Campanha Daniel” de Jejum e Orações (Dn 10, 2-3) durante 21 dias, movimentando milhares de pessoas buscando vida de conversão e fidelidade! São muitas iniciativas que a cada dia acontecem, demonstrando a ação do Espírito Santo na vida da Igreja.

Voltemos, porém, ao tema do tempo de reflexão que nos é apresentado. Peçamos ao Senhor que reconheçamos esse tempo da graça de Deus na oração e na caridade, para assim podermos aceitar e reconhecer o Senhor em nossas vidas e colocar o dinheiro no seu devido lugar: a serviço da caridade, do amor e da construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Aproveitemos nosso tempo para fazer o bem, partilhando o que temos e encontrando-nos com o Senhor!

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Atualidades

JOVENS CHINESES CELEBRAM DIA INTERNACIONAL DA PAZ COM A ONU

◊ Pequim, 20 set (RV) - As Nações Unidas e a China anteciparam as comemorações do 30º Dia Internacional da Paz, que será celebrado amanhã – 21 de setembro – reunindo mais de 700 jovens de todo o país, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

A Federação de Jovens da China e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) organizaram o encontro do qual participaram estudantes, diplomatas, voluntários e membros do Exército de Libertação Popular chinês.

"A paz é preciosa. Deve ser cultivada, mantida e defendida" – destacou a coordenadora da ONU na China, Renata Lok-Dessallien, que leu um texto do secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon.

Para ela, as questões étnicas, raciais e religiosas não devem ser obstáculos para se alcançar a paz. Renata Lok-Dessallien elogiou o papel da China, definindo-a como uma nação que "se comprometeu profundamente" na construção da paz e nas missões humanitárias da ONU.

O Dia Internacional da Paz é celebrado por todos os países-membros das Nações Unidas desde 1981, com o objetivo de conscientizar o mundo sobre a necessidade de acabar com as guerras existentes. (AF)

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