Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Papa e Santa Sé

PONTIFÍCIO CONSELHO CRIA FÓRUM PARA O DESENVOLVIMENTO AFRICANO

Cidade do Vaticano, 21 set (RV) - Esse ano, na África, 16 países celebram seus 50 anos de independência. Ao mesmo tempo, comemoram-se os 100 anos de nascimento do intelectual senegalês, Alioune Diop, que foi um homem muito importante para o Continente, no que diz respeito à emancipação das culturas africanas.

Em vista dessas datas importantes e de grande significado, não só para a história, mas para o presente e a atual situação da África, O Pontifício Conselho para a Cultura, em colaboração com a Congregação para a Evangelização dos Povos, está propondo a análise da sociedade africana e a elaboração de eventuais sugestões para contribuir com o desenvolvimento daquele Continente.

Trata-se da formação de um Fórum – juntamente com representantes das várias organizações eclesiásticas, internacionais e não-governamentais – cujo objetivo será encontrar os caminhos e os meios estratégicos pelos quais o desenvolvimento possa ser promovido, fazendo da pessoa humana, criada à imagem e semelhança de Deus, o ponto central de cada consideração e cada iniciativa.

O Fórum está previsto para março do próximo ano, e o tema norteador será “Cultura, Identidade dos Povos e Desenvolvimento na África e na Diáspora Negra”.

Para a Igreja, qualquer desenvolvimento começa e se desenvolve a partir da mensagem do Evangelho. Por isso, O Pontifício Conselho pretende que o Fórum se transforme em um local permanente de reflexão e de formulação de propostas concretas para o desenvolvimento africano no campo da cultura e da educação, os quais considera trampolins para o desenvolvimento geral do Continente.

De 27 de setembro a primeiro de outubro de 2010 será realizado um encontro, em Abidjan (Costa do Marfim), com o propósito de organizar o Fórum, do qual participarão cardeais, bispos, teólogos e intelectuais. (ED)

MILÃO: ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS

◊ Cidade do Vaticano, 21 set (RV) - A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que na próxima sexta-feira, 24 de setembro, na Sala João Paulo II, será realizada uma coletiva de imprensa para apresentar a Carta do Papa para o 7° Encontro Mundial das Famílias que se realizará em Milão de 30 de maio a 2 de junho de 2012 sob o lema: “A família: O trabalho e a festa”.

Participarão da coletiva de imprensa o Presidente do Pontifício Conselho para a Família, Cardeal Ennio Anton; o Secretário do mesmo dicastério, Dom Jean Laffitte; o Subsecretário, Dom Carlos Simón Vásquez e o Pe. Gianfranco Grieco, também deste Pontifício Conselho.

Em representação da Arquidiocese de Milão estará seu Arcebispo, Cardeal Dionigi Tettamanzi e seu Bispo Auxiliar, Dom Erminio Del Scalzi; assim como o responsável pelas comunicações sociais, David Milani. (SP)

Igreja no Mundo

CARITAS E OS OBJETIVOS DO MILÊNIO

◊ Roma, 21 set (RV) – Por ocasião da abertura dos trabalhos da Cúpula das Nações Unidas sobre Desenvolvimento do Milênio, que teve início ontem em Nova Iorque e se conclui amanhã, 22 de setembro, a Caritas da Itália propõe um mês inteiro de eventos em várias dioceses italianas para pedir à Itália, à Europa e a todos os governos que concretizem os planos sobre a mesa de negociações que se realiza na sede da ONU.

A Caritas Italiana e muitas outras Caritas diocesanas, de fato, convocaram três dias de mobilização global “Stand Up! Take Action!”, que teve lugar entre os dias 17 e 19 de setembro, com a campanha européia “Pobreza Zero”. No rico programa de eventos, divulgado pela agência de notícias SIR, da Conferência Episcopal Italiana, se insere a conferências sobre a salvaguarda da criação realizada ontem em Canosa di Puglia. A cidade de Puglia hoje será a anfitriã de um "Stand up".

Em Assis, no dia 9 de outubro, se realizará uma conferência regional da Caritas regional sobre “A pobreza e convivência na caridade”, enquanto em Pescara será realizada no dia 16 de outubro.
No ano passado, levantaram-se contra a pobreza 800.820 pessoas na Itália, 118 milhões em todo o mundo. (SP)

CMI PROMOVE DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELA PAZ

◊ Nairóbi, 21 set (RV) - Celebra-se nesta terça-feira, o Dia Mundial de Oração pela Paz.

O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) convida a dedicar à África o evento de hoje, dando particular atenção aos projetos de paz no continente africano.

O secretário-geral do CMI, o pastor Olav Fykse Tveit, se encontrará hoje, em Nairóbi, no Quênia, com os responsáveis das Igrejas e participará de momentos de oração e celebrações litúrgicas.

O Dia Mundial de Oração pela Paz é um evento pensado no âmbito dos dez anos da iniciativa do CMI intitulada "Vencer a violência".

Vários eventos estão sendo realizados em todo o continente africano. Em Uganda, para encorajar as comunidades marcadas pelos conflitos, traumas e sofrimentos das guerras, os grupos ecumênicos se reunirão nos campos de paz a fim de promoverem os valores da diversidade e da resolução pacífica dos conflitos.

Os campos de paz em Uganda são espaços onde se encontram pessoas de várias etnias, tribos, políticos e religiosos para incentivar a coexistência pacífica.

No Gana estão previstos momentos de formação para os jovens e na Tanzânia será enfatizada a defesa dos direitos humanos. O Dia Mundial de Oração pela Paz convida também a rezar pelas organizações não-governamentais que trabalham na África. (MJ)

CARITAS INTERNACIONAL: POBRES NÃO ALCANÇARÃO OBJETIVOS DO MILÊNIO ATÉ 2015

◊ Nova Iorque, 21 set (RV) - A Caritas Internacional participa, em Nova Iorque, da Cúpula da ONU sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que se concluirá amanhã, quarta-feira.

Cinco anos antes do fim do prazo assinalado pela ONU para se cumprirem os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), a Caritas Internacional afirmou, durante o encontro, que muitos países pobres não poderão alcançar tais metas até 2015.

O objetivo deste encontro de líderes mundiais é acelerar o avanço dos objetivos propostos, uma série de metas que vão desde a redução da mortalidade materna e infantil até a redução pela metade do número de pessoas que passam fome no mundo.

O secretário-geral da Caritas-Senegal, Ambroise Tine, participa da cúpula como representante de Caritas Internacional. "Se alguém perguntar a uma família pobre do Senegal se ela ouviu falar dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, é quase certo que dirá não, mas trabalha todos os dias para alcançá-los", disse ele.

"Nossa geração é a primeira que possui conhecimentos e recursos para ajudar milhões de pessoas a vencerem a pobreza. O que falta é vontade política dos líderes mundiais. Não é simplesmente questão de mais dinheiro. Necessitamos de líderes políticos que olhem a todos como seres humanos cuja dignidade, liberdade e direito de melhores condições de vida são invioláveis e profundamente sagrados", ressaltou Tine.

A Caritas Internacional reconheceu que na última década foram realizados progressos, desde que os líderes mundiais assinaram a Declaração do Milênio no ano 2000.

O organismo católico recordou ainda que, quando as taxas escolares foram abolidas em Uganda, Tanzânia e Quênia, sete milhões a mais de crianças começaram a frequentar as escolas.

Além disso, aCaritas Internacional lembrou que foi multiplicado por dez o tratamento contra o HIV/AIDS nos últimos cinco anos. Segundo a Caritas Internacional uma a cada sete crianças na África não chega a completar cinco anos de idade.

Em 2008, oito milhões e oitocentas mil crianças morreram no mundo. Doenças como pneumonia, diarréia, malária e AIDS – são as causas de 43% dessas mortes. (MJ)

PORTUGAL: ARCEBISPO DENUNCIA POBREZA E CORRUPÇÃO

◊ Lisboa, 21 set (RV) - O arcebispo de Braga, Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga, fez um alerta sobre a pobreza escondida e a corrupção na sociedade portuguesa.

"É tempo de colocar de lado ideologias e interesses pessoais e nos unirmos em torno de ações que resolvam as situações de pobreza material e humana em nossas comunidades", disse recentemente o prelado.

Dom Ortiga ressaltou que são muitas as pessoas que recorrem aos serviços estatais e às organizações da Igreja Católica pedindo ajuda.

"A Igreja Católica nem sempre consegue responder como gostaria, mas muitos outros pobres são empurrados de um lado para outro sem saber quem poderá ajudá-los" – frisou o arcebispo.

O purpurado considera que o "momento atual exige que cada pessoa contribua na resolução dos problemas, através de uma cidadania ativa e crítica, diante da corrupção, injustiças e manobras ilícitas de favoritismos".

Os católicos devem ser "profetas que denunciem toda e qualquer forma de atividade que prejudique o equilíbrio econômico, social e cultural da sociedade" – disse ainda Dom Ortiga.

"Não podemos deixar de testemunhar, diante dos governantes, a nossa indignação perante tantas situações de miséria que precisam de uma resposta rápida e eficiente" – ressaltou o arcebispo de Braga.

"Que os governantes não procurem comprar os necessitados com promessas que não encontram uma solução concreta e que estejam sempre a serviço da igualdade e da autêntica fraternidade autêntica" – concluiu Dom Ortiga. (MJ)

CARDEAL TURKSON SOBRE METAS DO MILÊNIO: COMBATER A POBREZA, NÃO OS POBRES

◊ Nova York, 21 set (RV) - Não tenham medo dos pobres: foi o convite do Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, dirigido nesta segunda-feira no encontro de cúpula em andamento na sede da ONU, em Nova York, para uma avaliação sobre as metas de desenvolvimento do milênio. O purpurado chefe da delegação da Santa Sé pediu aos governos dos países desenvolvidos, e não só, que assumam as suas responsabilidades na luta contra a pobreza.

"As metas de desenvolvimento do milênio deveriam servir para combater a pobreza, não para eliminar os pobres", exclamou o Cardeal Turkson na sede da ONU. O purpurado chamou a atenção para o fato que não se deve "difundir nem impor estilos de vida egoístas ou, pior ainda, políticas demográficas como meio conveniente para reduzir o número dos povos pobres". Seria um "sinal pernicioso e míope" – frisou.

Pelo contrário, acrescentou o purpurado, é preciso "dar aos países pobres uma estrutura acessível de finanças e comércio e ajudá-los a promover a boa governação e a participação da sociedade civil" para contribuir efetivamente para o bem-estar de todos.

Ademais, ressaltou, "todos os governos, tanto dos países desenvolvidos quanto dos países em desenvolvimento, devem assumir as suas responsabilidades para combater a corrupção contra uma desconsiderada e por vezes imoral conduta no campo dos negócios e das finanças, bem como a irresponsabilidade e a evasão fiscal, a fim de assegurar o estado de direito e promover os aspectos humanos do desenvolvimento como a educação, a segurança no trabalho e a assistência médica para todos".

Em seguida, fez uma acusação precisa: se inúmeras vítimas inocentes, inteiras populações foram abandonadas após a crise financeira internacional, isso se deve "à conduta imoral e irresponsável dos grandes agentes financeiros privados junto à falta de visão de futuro e controle por parte dos governos e da comunidade internacional".

Além disso, acrescentou o Cardeal Turkson, os governos – quer doadores, quer beneficiários – não deveriam interferir ou criar obstáculos para a autonomia das organizações religiosas e civis engajadas no campo do desenvolvimento; pelo contrário, deveriam respeitosamente encorajá-las, promovê-las e ajudá-las financeiramente, o quanto possível.

"A generosidade e a dedicação das organizações religiosas e civis deveriam inspirar os organismos governamentais e internacionais a fazerem o mesmo esforço" – ponderou.

Entre os obstáculos ao desenvolvimento, o Presidente de Justiça e Paz indicou o "nacionalismo excessivo" e o "interesse corporativo", bem como "as antigas e novas ideologias", que fomentam as guerras e os conflitos, e também "os tráficos ilegais de pessoas, drogas e matérias-primas preciosas"; a falta de escrúpulos de alguns empreendedores, a lavagem de dinheiro nos chamados "paraísos fiscais". São todas realidades que desviam os já limitados recursos para o desenvolvimento nos países pobres.

Lutar contra a pobreza material é "um objetivo estratégico e nobre", concluiu o representante da Santa Sé, "mas neste esforço jamais nos esqueçamos que a pobreza material está ligada à pobreza relacional, emocional e espiritual". A pessoa humana deve estar no centro da nossa pesquisa para o desenvolvimento, não deve ser vista como "um peso", mas como "parte da solução". (RL)

Entrevistas

PADRE LOMBARDI FAZ BALANÇO DA VIAGEM DO PAPA AO REINO UNIDO

◊ Cidade do Vaticano, 21 set (RV) – Voltamos a falar sobre a viagem do Papa ao Reino Unido. Pedimos ao Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano que nos fizesse um balanço dessa viagem... Padre Lombadri um balanço que podemos definir positivo?

R. -Diria que sim, e diria que é positivo na perspectiva que interessa ao Papa, isto é, o fato de poder transmitir uma mensagem positiva em nome de Cristo, em nome da fé cristã e saber que esta mensagem chega aos ouvidos prontos para ouvi-la. Ao Papa não interessa muito os grandes números, mesmo que eles tenham ocorrido. O importante é o que podem manifestar, isto é a escuta, a escuta da mensagem. Nós podemos estar muito tranquilos que efetivamente o que o Papa queria dizer nesta viagem, seja para a sociedade, seja para a comunidade católica, seja aos políticos, foi escutado.

P. - Notamos em particular uma mudança radical no tom da mídia. Alguém falou de sucesso pessoal do Papa ...

R. – Sim. O Papa não quer ser um astro - e isso nós sabemos muito bem - pois não corresponde à sua personalidade, ao seu ministério e ao seu desejo. Porém, certamente está feliz por ser conhecido e visto por aquilo que ele realmente é, como um servo do Senhor e também como pessoa, com a sua personalidade. O Papa não é somente um grande mestre, um homem de cultura, como todos sabem, mas é também um homem humilde, gentil, sensível, que quer se aproximar dos outros com uma profunda humanidade. Isso durante a viagem foi entendido por muitos. Superando os que poderiam ter preconceitos contra ele ou uma falta de conhecimento. Agora podemos dizer que os católicos ingleses, mas também a sociedade inglesa, conhece melhor o Papa por aquilo que é realmente e, portanto, o conhece como um amigo, como uma pessoa que foi levar uma mensagem positiva. Neste sentido gostaria de evidenciar que a televisão fez um grande serviço, e uma televisão bem utilizada pode fazer grandes coisas. Muitas vezes nós criticamos a televisão, com razão, pelas muitas coisas que faz, mas, na realidade, ela também pode realizar serviços maravilhosos, como fez nesta viagem. Não só fazendo ver objetivamente quantas pessoas estavam presentes nos eventos ouvindo o Papa, mas também mostrando de perto o rosto e a pessoa do Santo Padre com suas atitudes. Acho que este é um dos grandes serviços que a televisão pode e deve fazer para aumentar o conhecimento da pessoa do Papa. No passado, recordo a viagem à Turquia, foi precisamente decisiva - para fazer compreender a sua atitude amigável e de respeito pelo mundo muçulmano - a cobertura televisiva na Mesquita Azul. Nos Estados Unidos, as imagens televisivas do Papa na Quinta Avenida, seu sorriso, seu afeto pelo povo, a sua bondade, suscitaram o entusiasmo e – digamos - a amizade e a cordialidade do povo americano. Assim também foi no Reino Unido: as imagens da BBC e do pool de televisões que transmitiu tudo ajudaram as pessoas a compreender e mudar a opinião que tinha anteriormente do Papa e, portanto, podemos dizer a amá-lo e a estar mais dispostos a ouvir corretamente a sua mensagem.

P - O primeiro-ministro, na cerimônia de despedida, disse algo significativo: o Papa desafiou o país a pensar ...

R. - Eu diria que este esta é verdadeiramente uma ótima conclusão da viagem e é muito real e é bom que tenha sido dito pelo chefe de Governo e, portanto, uma das pessoas mais influentes na sociedade e na vida no Reino Unido. O Papa foi com este desejo: não impor, mas propor. Propor a mensagem da fé como algo positivo e propor reflexões para poder discernir, para poder compreender a situação em que estamos hoje como sociedade, como mundo, diante de grandes desafios de hoje e do futuro, a quais valores podemos nos orientar, os riscos também de perder a orientação dos valores essenciais. Essa é uma questão sobre a qual eu gostaria de insistir um pouco. O Papa tem sempre uma proposta que é fundamentalmente positiva, porque o Evangelho é uma proposta de salvação, de bem para a humanidade. Há sempre, no entanto, lealmente a chamada de atenção para os riscos, para os problemas que a nossa sociedade e o nosso tempo vivem, o risco de perder as raízes, perdendo os pontos de orientação. O positivo, portanto, mas também a advertência para o perigo. Muitas vezes esses alertas sobre os perigos são entendidos de modo polêmico, como algo agressivo, enquanto, ao invés, são realmente o resultado de uma profunda preocupação com o bem de todas as pessoas, homens e mulheres de hoje, da sociedade e do mundo. Quando Cameron diz, “a nossa sociedade, todo o Reino Unido, foi convidado e desafiado pelo Senhor para parar e pensar” significa que ele compreendeu exatamente isso: a mensagem do Papa merece ser levada a sério, para compreender qual é o bem que devemos buscar, o caminho que devemos procurar para o bem de nossa sociedade e da humanidade e não apenas a comunidade de crentes, mas também da sociedade em geral. (SP)

Formação

ROMARIA DOS BISPOS

◊ Rio de Janeiro, 21 set (RV) - A visita “ad limina Apostolorum”, que significa no limiar, na soleira, na entrada, nos limites (das basílicas) dos apóstolos (Pedro e Paulo), é uma visita dos bispos diocesanos aos túmulos dos Apóstolos, na Diocese de Roma, a primeira de todas as Dioceses do mundo e onde está a Sé de Pedro, com quem se encontram na pessoa do Santo Padre.

Visita esta carregada de importância e feita com periodicidade quinquenal, ou seja, obrigatória a cada cinco anos. Evidentemente que isso depende muito da época e dos compromissos do Papa e do número de Bispos Católicos.Ela é prevista no Código de Direito Canônico nos seus cânones 399-400 (“o Bispo deve ir a Roma para venerar os sepulcros dos Apóstolos Pedro e Paulo e apresentar-se ao Romano Pontífice”).

Essa tradição salutar é uma graça de Deus que nos dá oportunidade de estar junto à Sé de Pedro como um voltar às fontes e às inspirações originais em tudo aquilo que significa esses locais. Também as congregações, institutos, comunidades e grupos diversos hoje fazem o mesmo, enviando as pessoas que estão ligadas a certo trabalho ou carisma a irem atualizar-se nos locais onde a vida e o carisma iniciaram. Isso faz parte de toda instituição que busca retomar sempre ao carisma inicial. Recordemos o esforço do Concílio Ecumênico Vaticano II sobre o tema da “volta às fontes”. A presença nos locais históricos ajuda-nos a estar ainda mais unidos ao espírito inicial.

Por isso, no seu cerne é uma demonstração de afeto e de obediência ao sucessor de Pedro num reconhecimento visível de sua universal jurisdição sobre todo o orbe católico dentro de uma peregrinação dos bispos a Roma e com um encontro pessoal com o Santo Padre.

Por sua vez, o Santo Padre demonstra afeto e solicitude para com todas as dioceses do mundo, dando-lhes conselhos e orientações e, claro, diretrizes. Nos pronunciamentos do Papa encontramos algo próprio para cada regional que faz a visita e também uma orientação para toda a Igreja que está no Brasil, de forma que, colecionando e publicando os textos dos discursos do Santo Padre, temos um tratado de reflexões sobre a caminhada da Igreja em nosso país.

Desde remotos idos era costume que os bispos fizessem esta visita periódica ao Papa, em Roma. As primeiras manifestações dessas visitas nós as encontramos na prática entre os bispos italianos, cuja jurisdição se mostrava mais próximas da Sé Apostólica. Sob o Primado do Papa Zacarias (743) encontramos decretos pedindo aos bispos da Sicília que fizessem uma visita a Roma uma vez pelo menos a cada três anos, que depois foi alongado para cinco anos. O caráter obrigatório das visitas foi expresso sob o Pontificado de Pascoal II e principalmente em decretos de Inocêncio III.

O ritmo atual das visitas está nas decretais do Papa São Pio X, que, em dezembro de 1909, o Sumo Pontífice já pedia que os Bispos enviassem junto com a visita um relatório completo sobre o estado de suas dioceses. Essa obrigatoriedade é contemplada hoje no Código de Direito Canônico: “o Bispo Diocesano tem obrigação de apresentar ao Sumo Pontífice, a cada cinco anos, um relatório sobre a situação da diocese que lhe está confiada” (can 399).

Nesse relatório, os bispos prestam contas de suas administrações ao Papa e à Santa Sé. Podemos resumir este relatório da seguinte forma: nome, idade e pátria, sua ordem religiosa, se a ela o bispo pertence quando foi sagrado bispo. Depois uma declaração geral do estado da sua diocese e o crescimento ou decréscimo do número de fiéis, e a sua relação com o último quinquênio apresentado. Informa-se também a origem da diocese, seu grau hierárquico: diocese ou arquidiocese, e nesta última o número de sedes sufragâneas. A extensão territorial da diocese, a sua língua e endereços de correspondências para eventuais consultas posteriores e complementares. Se há católicos de outros ritos presentes em seu território, o número possível de não católicos e a presença de outras igrejas ou denominações religiosas de expressão. Informa-se também, é claro, o número de sacerdotes e de ordenações acontecidas e a questão vocacional e a presença de seminaristas em sua casa de formação. Menciona-se o número de paróquias e outros lugares de culto e também a presença e o número de casas religiosas e colégios católicos. Enfim, é um relatório minucioso sobre a situação geral e o estado específico da diocese. Esse relatório deve ser entregue em até seis meses antes da visita e não menos de três meses do início desta.

A periodicidade começa em 1911. Existia no passado certa organização quando nos primeiros cinco anos caberia aos bispos da Itália e aos bispos das ilhas da Córsega, Sardenha e Sicilia e Malta; no segundo período aos bispos da Espanha, Portugal, França, Bélgica, Países Baixos, Inglaterra, Escócia e Irlanda; no terceiro período caberia aos Bispos do Império austro-húngaro e Alemão, e o resto da Europa, no quarto período aos bispos da América e quinto período aos bispos Africanos, Ásia, Austrália e ilhas adjacentes. Evidentemente que hoje depende muito das circunstâncias e das novas realidades. Hoje os documentos que regulam a visita é o Decreto “Ad Romanan Ecclesiam” de 29 de junho de 1975 e os artigos 28 a 32 da Constituição “Pastor Bonus” de João Paulo II de 28 de Junho de 1988.

Durante o ano santo de 2000, o Papa João Paulo II suspendeu as visitas ad limina devido às comemorações do Ano Santo. Com a sua doença e retorno ao Pai e a eleição do Papa Bento XVI as datas foram postergadas. Podemos notar também que o número de bispos cresceu significativamente nos últimos anos. De acordo com o anuário pontifício, no final de 1983 tínhamos 2.285 bispos diocesanos no mundo e outros 651 bispos auxiliares. Até o final de 2006 havia 2.705 bispos e cerca de 610 bispos auxiliares. Em essência isso significa que o Papa teria que atender, em média, 457 bispos diocesanos a cada ano, a fim de vê-los todos, novamente, em cinco anos. Hoje essa média subiu para 541.

Embora a obrigação da visita seja dos bispos titulares, estes, em geral, se fazem acompanhar pelos auxiliares. Assim como o Papa assume uma visita de cerca de 10-20 minutos por grupo, se multiplicarmos isso em horas chegaremos a números significativos para a agenda papal.

Essa visita é , evidentemente, uma visita de trabalho, de reuniões e de contatos que os bispos fazem junto à Santa Sé e a seus diversos organismos e dicastérios e comissões pontifícias. O nosso Regional Leste 1, além das celebrações nas Basílicas Romanas e da audiência e encontro com o Santo Padre, já agendou em média de três visitas aos vários departamentos da Cúria Romana durante os dias da visita “ad limina”, que irá do dia 23 ao dia 30 deste mês de setembro.

Peçamos ao Senhor que esta visita seja uma fonte de graças para a nossa Arquidiocese, e que lá junto ao túmulo de Pedro e junto ao seu sucessor, o Santo Padre Bento XVI, possamos buscar forças para a nossa caminhada e que as suas diretivas nos ajudem, como sinalizou em sua recente visita pastoral ao Reino Unido, em “que a proclamação cristã e o testemunho são cada vez mais importantes em um mundo marcado não somente pelo individualismo, mas também "indiferente ou inclusive hostil à mensagem cristã". Por isso, estar com o Papa Bento XVI é ter a certeza de “que a fidelidade exige obediência para poder alcançar uma compreensão mais profunda da vontade do Senhor".

Irei levando todos os queridos arquidiocesanos no coração e nas orações em todas as atividades que teremos durante esta semana, anseios, alegrias, dificuldades, buscas, sonhos. Assim, junto com os bispos do Regional Leste 1, que compreende o Estado do Rio de Janeiro e alguns irmãos bispos que se associaram a nós, fazemos essa romaria para renovar a bonita e corajosa obediência que deve estar "livre de conformismo intelectual ou acomodação fácil às modas do momento". Por isso, unidos ao Papa Bento XVI, temos a convicção de que as suas palavras são sempre palavras que nos guiam neste momento histórico: "de fidelidade ao seu ministério de Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro, encarregado de cuidar especialmente da unidade do rebanho de Cristo."

É isso que esperamos desta visita e esta é a nossa meta de Arcebispo do Rio de Janeiro: superar as diferenças e disputas para vivermos a unidade "UT OMNES UNUM SINT".

† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Atualidades

MONTREAL: CONGRESSO MUNDIAL SOBRE ÁGUA E DESENVOLVIMENTO


◊ Montreal, 21 set (RV) - Profissionais, diretores e especialistas do setor de água estão reunidos desde o último domingo, em Montreal, no Canadá, por ocasião do Congresso Mundial sobre água, desenvolvimento e mudanças climáticas, um evento que se realiza a cada dois anos, promovido pela International water association (Associação Internacional da Água - Iwa).

Conscientes de que "a água é fonte de vida para o planeta", a edição 2010 do congresso que prossegue toda esta semana, aborda temas como mudanças climáticas e energia, água e saúde, segurança dos sistemas hídricos e cidade do futuro.

Nesta terça-feira, os debates serão dedicados à África a fim de reiterar a necessidade de um maior compromisso político neste continente onde o direito à água é negado a muitos africanos.

A falta de acesso à água potável e de serviços de higiene por causa de infra-estruturas carentes provocaram milhões de vítimas de doenças como a cólera, malária e disenteria, sobretudo em crianças menores de cinco anos.

Hoje, 50% da população urbana na África sofre pelo menos uma vez na vida de uma doença ligada à falta de água potável ou por causa da ausência de serviços de higiene adequados. Além disso, a cada ano, 60 cidades africanas são atingidas por epidemias de cólera.

O acesso à água é um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio que deverá ser atingido até 2015. A Associação Internacional da Água é uma rede que está presente em 130 países e se preocupa exclusivamente de problemas ligados ao ciclo da água, desde as pesquisas científicas e tecnológicas até o acesso a água, sua conservação e utilização em todos os setores de atividades. (MJ)

RELATÓRIO REVELA ALTAS TAXAS DE MORTALIDADE DE JOVENS NA EUROPA

◊ Nova York, 21 set (RV) - Mais de 15 mil jovens morrem por atos de violência a cada ano na Europa. Os dados foram divulgados pela Organização Mundial da Saúde, segundo a qual 40% dessas mortes resultam de agressões com armas brancas.

Em um relatório sobre violência na Europa, a OMS indica que grande parte dessas agressões poderiam ser evitadas por políticas que combinassem medidas nas áreas da saúde, educação e justiça.

Ainda de acordo com o documento, é bastante difundido o uso de armas brancas entre os jovens do Velho Continente – uma média de 12% possuem essas armas. As taxas mais elevada de mortes desse tipo são da Rússia, Albânia, Cazaquistão e outros países do leste europeu. (ED)

© Rádio Vaticano

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