Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
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sábado, 18 de setembro de 2010

Papa e Santa Sé

PAPA: VERGONHA E HUMILHAÇÃO PELOS CRIMES COMETIDOS POR MINISTROS DA IGREJA

◊ Londres, 18 set (RV) - Bento XVI iniciou o terceiro dia de sua visita apostólica ao Reino Unido, encontrando-se na manhã deste sábado, em Londres, no Palácio Episcopal, com o primeiro-ministro britânico, David William Donald Cameron, com o vice-primeiro-ministro, William Peter Clegg, e com a líder da oposição, Harriet Harman.

Após o encontro com as autoridades britânicas, o Papa dirigiu-se para a Catedral de Westminster onde celebrou a Santa Missa.

"Neste encontro entre o Sucessor de Pedro e os fiéis da Grã- Bretanha, o coração fala ao coração, e nos faz alegrar no amor de Cristo e em nossa comum profissão da fé católica que nos foi transmitida pelos Apóstolos" – frisou Bento XVI em sua homilia.

O Papa expressou alegria em celebrar na catedral dedicada ao Preciosíssimo Sangue, "sinal da misericórdia redentora de Deus derramada no mundo pela paixão, morte e ressurreição de seu Filho, Jesus Cristo". Bento XVI falou ainda sobre o grande crucifixo presente na catedral, que mostra o corpo de Cristo, torturado pelo sofrimento, acabrunhado pela tristeza, vítima inocente cuja morte nos reconciliou com o Pai e nos fez partícipes da vida divina.

O Santo Padre lembrou que a realidade do sacrifício eucarístico sempre foi o coração da fé católica."Questionada no século XVI, ela foi solenemente reafirmada no Concílio de Trento, no contexto de nossa justificação em Cristo. Aqui na Inglaterra, como sabemos, muitos defenderam incondicionalmente a missa, pagando um preço alto, incrementando a devoção à Santíssima Eucaristia que foi um sinal distintivo do Catolicismo nestas terras" - disse o Papa.

Bento XVI sublinhou que o sacrifício eucarístico do Corpo e do Sangue de Cristo abraça o mistério da paixão do Senhor, que continua nos membros de seu Corpo Místico, que é a Igreja, em todas as épocas. "Vemos este aspecto do mistério do Sangue Precioso de Cristo representado na forma mais eloquente nos mártires de todos os tempos, que beberam no cálice em que Cristo bebeu, e cujo sangue, derramado em união com seu sacrifício, dá nova vida à Igreja" – frisou o pontífice, lembrando as pessoas que ainda hoje são discriminadas e perseguidas por causa da fé cristã, os enfermos, idosos, portadores de deficiência e os que sofrem na mente e no corpo.

"Penso também nos imensos sofrimentos causados pelos abusos contra os menores perpetrados por ministros da Igreja. Antes de tudo, quero manifestar meu profundo pesar às vítimas inocentes desses crimes atrozes, junto com minha esperança de que o poder e a Graça de Cristo, e seu sacrifício de reconciliação tragam uma cura profunda e paz para suas vidas. Do mesmo modo, reconheço com vocês, a vergonha e a humilhação que passamos por causa desses pecados. Convido-os a oferecê-las ao Senhor, confiando que essa pena contribua a curar as vítimas, a purificar a Igreja e a renovar sua tarefa secular de formar e orientar os jovens. Agradeço os esforços realizados para enfrentar esse problema de maneira responsável, e peço a todos para que se preocupem com as vítimas e sejam solidários com seus sacerdotes" – frisou o Santo Padre

O Papa convidou os fiéis leigos a assumirem seu compromisso batismal participando da missão de Cristo e pediu para que eles sejam na sociedade um fermento do Evangelho. (MJ/CA)

PAPA AOS JOVENS: OLHEM DENTRO DE SEUS CORAÇÕES

◊ Londres, 18 set (RV) - No final da missa presidida por Bento XVI, esta manhã, na Catedral de Westminster, o Papa saudou com muito afeto os jovens, citando o slogan de sua viagem que é "o coração fala ao coração", palavras do Cardeal John Henry Newman.

Bento XVI pediu aos jovens para que pensem no amor que eles são chamados a doar. O Papa ressaltou que a cada dia devemos agradecer a Deus pelo amor que recebemos, "pelo amor que nos transformou naquilo que somos, amor que nos mostrou o que é realmente importante na vida. Devemos agradecer a Deus pelo amor que recebemos de nossas famílias, amigos, professores e de todas as pessoas que na vida nos ajudaram a entender que somos preciosos aos olhos de Deus" – sublinhou o pontífice.

Bento XVI recordou Madre Teresa de Calcutá, a grande Missionária da Caridade, que nos recordava que doar amor, amor puro e generoso, é o fruto de uma decisão cotidiana. "A cada dia devemos escolher amar e isso requer ajuda que vem de Cristo, da oração, da sabedoria que se encontra em sua palavra e da graça que Ele derrama sobre nós nos sacramentos da Igreja" – frisou o papa.

O Santo Padre pediu aos jovens para que eles olhem todos os dias dentro de seus corações para encontrar a fonte de todo amor autêntico. "Jesus está lá, esperando que nós possamos estar com Ele e ouvir a sua voz" – concluiu. (MJ)

PAPA: SÃO DAVI, UM DOS GRANDES SANTOS DO SÉCULO VI

◊ Londres, 18 set (RV) - No final da missa presidida por Bento XVI, esta manhã, na Catedral de Westminster, o pontífice abençoou o mosaico de São Davi, padroeiro do povo de Gales, e acendeu a vela nas mãos da imagem de Nossa Senhora de Cardigan.

Este foi um gesto simbólico para incluir Gales no programa de sua visita apostólica ao Reino Unido.

Bento XVI disse que São Davi que foi um dos grandes santos do século VI, "época de ouro de santos e missionários nestas ilhas" – frisou o Papa. São Davi foi um fundador da cultura cristã que está na raiz da Europa moderna.

"Possa a mensagem de São Davi, em toda a sua simplicidade e riqueza, continuar ressoando no País de Gales de hoje, atraindo os corações de seu povo e renovando o amor por Cristo e sua Igreja" – frisou ainda o Santo Padre.

Bento XVI pediu para que "a luz de Cristo continue guiando os passos dos galeses e plasme a vida e a cultura dessa nação". (MJ)

LONDRES: PE. LOMBARDI CONFIRMA PROSSEGUIMENTO DA VISITA DO PAPA

◊ Londres, 18 set (RV) - A polícia prendeu um sexto homem, após os cinco detidos inicialmente, nesta sexta-feira, todos suspeitos de planejarem um atentado contra Bento XVI que visita o Reino Unido, a 17ª Viagem Apostólica Internacional de seu pontificado.

No entanto, a agenda da visita pontifícia permanece inalterada. O sexto suspeito tem 29 anos e foi preso em sua casa, no norte de Londres, segundo a polícia local.

Os cinco homens presos anteriormente foram detidos durante uma operação armada. A prisão ocorreu durante uma busca em residências e lojas localizadas no norte, leste e centro de Londres.

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, entrevistado por Philippa Hitchen do Programa Inglês, da Rádio Vaticano, disse que "não existe nenhuma preocupação particular em relação ao episódio". "A polícia está fazendo seu dever, está vigiando, e nós temos total confiança em que a polícia possa garantir a segurança e a tranquilidade no prosseguimento da visita" – disse Pe. Lombardi.

Segundo Pe. Lombardi, a polícia informou que não será preciso mudar as medidas de segurança que foram previstas e nem mesmo algum detalhe do programa da visita do papa. "Não é preciso exagerar. São normais procedimentos que a polícia deve adotar, quando são realizados grandes eventos ou quando se recebe a visita de uma pessoa importante" – concluiu o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. (MJ)

BENTO XVI FALA COM VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS NO REINO UNIDO

◊ Londres, 18 set (RV) - Neste sábado, 18 de setembro, na Nunciatura Apostólica de Londres, o Santo Padre encontrou-se com um grupo de pessoas que sofreram abuso sexual por membros do clero. Bento XVI ouviu atentamente tudo o que elas disseram e expressou profundo pesar e vergonha por todo o sofrimento a elas causado, bem como às suas famílias.

O Papa orou com as vítimas dos abusos e lhes assegurou que a Igreja Católica continua a implementar medidas efetivas para proteger os jovens. Também garantiu que a Igreja está fazendo o possível para investigar as denúncias e colaborar com as autoridades civis, de modo a fazer com que clérigos e religiosos acusados desses “crimes abomináveis” respondam à Justiça.

Como fizera em outras ocasiões, Bento XVI rezou para que todas as vítimas de abuso sexual possam encontrar conforto e reconciliação e para que sejam capazes de superar os acontecimentos do passado, vivendo o presente com serenidade e esperança para o futuro.

Na seqüência do encontro, o Santo Padre vai conversar com um grupo de profissionais e voluntários dedicados à proteção de crianças e jovens nos ambientes eclesiais. (ED)

Igreja no Brasil

DOM PEDRO CASALDÁLIGA DENUNCIA SOFRIMENTO DO POVO GUARANI KAIOWÁ

◊ Brasília, 18 set (RV) - Reagindo à campanha que pede uma ação urgente em favor da comunidade Guarani Kaiowá Y’poí, o bispo emérito da prelazia de São Félix (MT), Dom Pedro Casaldáliga, caracteriza como um autêntico martírio, um massacre e genocídio o que este povo tem sofrido. Para ele, a situação é resultado da omissão e da cumplicidade de certas autoridades, que deveriam agir urgentemente em defesa deste povo.

A campanha pede que a população, nacional e internacional, envie denúncias à Secretaria Especial de Direitos Humanos e também ao Ministério da Justiça (MJ) sobre a situação desumana em que vivem os indígenas do estado, em especial as famílias que realizaram a retomada de seu território tradicional, conhecido como Y’poí.

Esse grupo, com aproximadamente 80 pessoas, está sendo ameaçado por homens armados contratados por fazendeiros da região. Eles ainda estão impedidos de sair do acampamento, o que tem dificultado o acesso à água, comida, serviço de saúde e educação. Muitas crianças da comunidade estão doentes e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que já foi notificada da situação, não toma providências alegando falta de segurança para ir ao local.

Diversas denúncias foram encaminhadas pela própria comunidade, organizações sociais e movimentos indígenas à Fundação Nacional do Índio (Funai) e ao Ministério Público Federal (MPF). No entanto, até o momento nenhuma providência foi tomada.

Dom Pedro reafirma ainda seu apoio às lutas dos povos indígenas, em especial dos Guarani Kaiowá de Y’poí. "Dou todo meu respaldo a essa ação urgente. Seguiremos unidos na luta e na esperança, contando com o Deus da Vida" - concluiu o bispo. (MJ/CNBB)

Igreja na América Latina

IGREJA CATÓLICA: CUBA LIBERTARÁ MAIS QUATRO PRISIONEIROS POLÍTICOS

◊ Havana, 18 set (RV) - A Igreja Católica em Cuba revelou, nesta sexta-feira, os nomes de mais quatro prisioneiros políticos que serão libertados e seguirão para o exílio na Espanha. Com isso, sobe para 36 o número de detentos libertados e enviados para fora do país, com base num acordo com o Governo do presidente Raúl Castro.

Nelson Molinet Espino, Hector Raul Valle Hernandez, Miguel Galvan Gutierrez e Jose Miguel Martinez Hernandez serão libertados em breve e viajarão para a Espanha, informou num comunicado, Orlando Marquez, porta-voz da Igreja Católica no país. Restam 16 prisioneiros a serem libertados, nove semanas após a assinatura do acordo.

O governo de Cuba anunciou, no início de julho passado, que libertaria 52 presos políticos, num prazo máximo de quatro meses, como resultado do processo de diálogo aberto com a Igreja Católica cubana e apoiado pela Espanha. Os dissidentes presos são os remanescentes dos 75 presos na onda repressiva conhecida como "Primavera Negra", de 2003. Eles cumpriam até 28 anos de reclusão.

A Comissão Cubana de Direitos Humanos – um órgão independente, mas tolerado pelo regime – disse que, após a libertação dos 52 dissidentes, ainda restarão cerca de 100 presos políticos no país. A cifra, no entanto, é contestada por outros órgãos, como a Anistia Internacional, segundo a qual só restará em Cuba um "preso de consciência." (AF)

Igreja no Mundo

JESUÍTAS NA ALEMANHA DECIDEM INDENIZAR VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS EM SUAS ESCOLAS

◊ Berlim, 18 set (RV) - A Ordem dos Jesuítas na Alemanha vai pagar indenizações às vítimas de abusos sexuais, tornando-se assim a primeira instituição da Igreja Católica nesse país a fazê-lo, depois de ter sido também a primeira a admitir a existência de vários casos.

Até agora, cerca de 200 vítimas apresentaram queixas por abusos sexuais em estabelecimentos de ensino jesuítas ao provedor nomeado pela Ordem.

As primeiras denúncias de abusos sexuais surgiram em fevereiro, em Berlim, por iniciativa do reitor do Colégio Canisius, que escreveu uma carta pedindo perdão a ex-alunos, depois de ter tomado conhecimento de que dois padres haviam abusado das crianças.

"Reconhecemos a necessidade de os jesuítas darem um sinal, para que o processo avance, no interesse das vítimas" – disse o superior da província alemã dos jesuítas, Pe. Stefan Kiechle, em declarações ao jornal "Sueddeutsche Zeitung", reconhecendo que a "soma será simbólica, representando apenas a impotência dos jesuítas diante do enorme sofrimento das vítimas". (AF)

NIGÉRIA, 50 ANOS DE INDEPENDÊNCIA: MENSAGEM DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DO PAÍS

◊ Abuja, 18 set (RV) – “Nigéria 50 anos: em direção a uma nação justa e próspera” é o título de uma mensagem publicada pelos bispos nigerianos, por ocasião do 50º aniversário de independência do país, a ser celebrado no dia 1º de outubro.

A Nigéria – o país mais populoso da África e o oitavo país mais populoso do mundo – tornou-se independente da Inglaterra em 1960. Sua população ultrapassa os 148 milhões de habitantes e o país possui a maior população de raça negra no mundo.

A mensagem da Conferência Episcopal da Nigéria foi difundida nesta sexta-feira, ao término de sua segunda plenária anual. O documento inicia, recordando que o jubileu é uma ocasião propícia ao agradecimento pelas bênçãos recebidas, e que a Nigéria tem muito a agradecer nesse sentido, a começar pela grande riqueza de recursos naturais e humanos.

“Contudo – lê-se ainda – a 50 anos da independência, essas riquezas não se transformaram ainda em desenvolvimento e bem-estar para todos os nigerianos.”

“Ao contrário – ressalta o texto – foram desperdiçadas, desviadas pela injustiça e pela corrupção, as quais só trouxeram pobreza, desemprego, fome, sistemas de saúde e educação inadequados e total carência de infraestrutura.”

Os bispos fazem um chamado a cada nigeriano, a uma profunda conversão do coração e, a cada líder político, a agir com integridade moral. (ED)

Formação

EDITORIAL: RAZÃO E FÉ PRECISAM UM DO OUTRO

◊ Cidade do Vaticano, 18 set (RV) - Em meio a uma grande expectativa, o Papa Bento XVI chegou na manhã da última quinta-feira ao Reino Unido: primeiro a Edimburgo, Escócia e agora Londres, Inglaterra, naquela que é a segunda visita de um Sumo Pontífice ao Reino Unido depois de João Paulo II há 28 anos. Mas esta é a primeira visita de um Papa ao Reino na condição de chefe de Estado, convidado pela rainha Elizabeth II.

Quatro dias de visitas a um país considerado como um dos mais seculares do continente europeu. Naturalmente os temas dessa visita falam antes de tudo da confirmação na fé dos católicos locais e a afirmação do Papa de que eles fazem parte da grande família católica. Temas também ligados à vida, ao futuro dos jovens e aos casos de abusos sexuais perpetrados por membros da Igreja, tema que Bento XVI enfrentou já durante o vôo que o levou ao Reino Unido, não se furtando de responder com força que “é difícil entender como essa perversão do ministério sacerdotal foi possível. E fez mais uma fez uma dura constatação: “É uma grande tristeza, tristeza também que as autoridades da Igreja não tenham sido suficientemente vigilantes e rápidas em tomar as medidas necessárias. Um momento agora de “penitência, de humildade, e de renovada sinceridade”.

Momento importante foi o encontro privado como Arcebispo de Cantuária, Dr. Rowan Williams e primaz da Igreja anglicana e em seguida a oração na Abadia de Westminster, com a oração das vésperas. Dirigindo-se a Bento XVI, o arcebispo disse: “rezamos para que o seu tempo conosco seja um grande passo para todos nós em direção ao mistério da cruz e da ressurreição”. Uma ocasião para voltar às raízes comuns culturais e religiosas que tanto contribuíram para formar a Grã-Bretanha.

Entretanto, um dos discursos mais contundente e forte de Bento XVI foi na tarde desta sexta-feira, quando ele falou ao povo britânico e a seus representantes.

O Papa fez uma constatação afirmando que “existem alguns que defendem que a voz da religião deveria ser silenciada ou relegada à esfera puramente privada”. Há alguns que defendem - disse o Papa - que a celebração pública de festividades como o Natal deveria ser desencorajada, segundo a discutível convicção de que ela poderia ofender aqueles que pertencem a outras religiões ou a nenhuma. E existem outros ainda que consideram que os cristãos que ocupam cargos públicos deveriam, em determinados casos, agir contra a sua consciência. O Santo Padre assegurou que “o mundo da razão e o mundo da fé precisam um do outro e não deveriam ter temor de entrar num profundo e contínuo diálogo, para o bem da civilização. Em outras palavras, a religião, para os legisladores, não é um problema a ser resolvido, mas um fator que contribui de modo vital para o debate público na nação.

Um discurso de Bento XVI que certamente fará a sociedade britânica pensar muito sobre o rumo que está tomando e sobre a saúde da sua democracia, pois uma verdadeira democracia não marginaliza a religião, mas promove a colaboração entre fé e razão.

Recordamos que o lema da viagem de Bento XVI ao Reino Unido é "O coração fala ao coração" tomado do lema cardinalício do Cardeal John Henry Newman que o Papa beatificará neste domingo, e motivo principal da sua viagem Apostólica. Certamente na figura do Cardeal Newman, anglicano que se converteu ao catolicismo, vemos um homem de Igreja que pode ensinar as virtudes que o ecumenismo exige e ajudar ainda mais no diálogo entre católicos e anglicanos. (SP)
Atualidades

JUDEUS NO MUNDO TODO COMEMORAM YOM KIPPUR

◊ Jerusalém, 18 set (RV) – É celebrado hoje, por judeus de todo o mundo, o Yom Kippur ou o “Dia do Perdão”, também mencionado nas escrituras sagradas judaicas como o “Sábado dos Sábados”. Este é o dia mais sagrado do calendário judaico e deve ser passado pelos fiéis com 25 horas de jejum e longas rezas nas sinagogas.

A festa começou ao anoitecer desta sexta-feira e termina na noite de hoje, com o aparecimento das três primeiras estrelas no céu.

Durante esse período, as ruas de Israel ficam desertas, o comércio fecha completamente no país, bem como os estabelecimentos comerciais pertencentes a judeus em todo o mundo. Em Israel, durante todo o dia sagrado, não há transmissões radiofônicas nem televisivas e todas as fronteiras permanecem fechadas.

As forças de segurança estão em estado de alerta e não é permitido o acesso ao território israelense, por parte dos palestinos da Cisjordânia e de Gaza, a não ser em casos humanitários.

Uma vez na história, em 1973, Israel foi atacado pelos exércitos egípcio e sírio durante o Yom Kippur, desencadeando uma guerra que durou 20 dias e passou para a história como a Guerra do Yom Kippur.

O Yom Kippur significa, para os judeus, a última oportunidade para se arrependerem de seus pecados e das más ações dos últimos 12 meses.

No início de seu discurso de ontem aos líderes de outras religiões, no Reino Unido, Bento XVI fez votos de uma celebração feliz e santa a toda a comunidade judaica na Grã- Bretanha e em todo o mundo. (ED)

INDONÉSIA ESTUDA NOVA LEI SOBRE LIBERDADE RELIGIOSA

◊ Jacarta, 18 set (RV) – O governo de Jacarta tem intenção de rever as leis que regulamentam a liberdade de culto, após os ataques anticristãos ocorridos no último dia 12.

As leis atuais – a Lei nº 8, de 2006 e a Lei nº 9, de 2009 – delegam às autoridades o poder de autorizar ou não a construção de locais de culto, discriminando fortemente as minorias católicas, muito frequentemente excluídas das elites políticas nos pequenos centros urbanos.

A agência missionária de notícias AsiaNews informa que a decisão de rever essas normas foi tomada depois que – em defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa – foi organizada uma passeata à luz de velas, pelas ruas da cidade, da qual participaram espontaneamente milhares de pessoas.

O debate teve início, todavia, depois que, na noite de 12 de setembro, um grupo de fundamentalistas islâmicos ainda não identificados, atacou o pastor Rev. Afian Sihombing, chefe da comunidade cristã de Huria Batak Kristen Protestant, no leste do país.

Em defesa do pastor interveio o governador da província de Oeste Java, onde está sediada essa igreja, oferecendo alguns locais pertencentes à administração pública, como local de culto para os fiéis. (AF)

AFEGÃOS ELEGEM PARLAMENTO EM MEIO A PROCESSO DE PAZ COM TALIBÃS

◊ Islamabad, 18 set (RV) - O movimento talibã ameaçou, com seus ataques, acabar com as eleições parlamentares deste domingo, no Afeganistão: as primeiras a se realizarem após o início do incerto processo de diálogo com os insurgentes.

Três são os eventos que a ONU havia considerado como "cruciais" para o progresso do Afeganistão, em 2010: a "Jirga" (assembleia) de paz de junho; a Conferência de Cabul, em julho; e este pleito para eleger os 249 membros da Câmara Baixa.

Nos dois primeiros eventos – que serviram para que o Presidente Hamid Karzai tentasse recuperar a legitimidade perdida – se buscou o consentimento afegão e internacional ao chamado "Plano de reconciliação" que prevê uma despesa de US$ 784 milhões ao longo de cinco anos, para recolocar na sociedade 36 mil insurgentes.

Todavia, segundo fontes oficiais citadas pela imprensa internacional, os Estados Unidos investiram, até agora, apenas US$ 200 mil no plano e, desde abril, apenas 100 insurgentes aliaram-se ao Governo, frente aos nove mil que o fizeram nos últimos cinco anos.

No último dia 4, Karzai anunciou a criação de um Conselho de Paz composto por 50 membros, cujas identidades ele revelaria após o fim do mês do jejum de Ramadã. Mas esse passo – como tantos outros – foi criticado pelo movimento insurgente.

"A formação de uma nova "Shura" (Conselho) em nome da paz é a repetição de experiências de fracasso anteriores" – observou um porta-voz talibã, em declarações à agência afegã AIP.

Os fundamentalistas insistem em que não aceitarão nenhum diálogo, enquanto as tropas estrangeiras não abandonarem o país; enquanto isso, eles continuam boicotando as iniciativas do Governo e atacando as forças internacionais e afegãs.

A prova de que o movimento talibã continua no auge é que a Comissão Eleitoral declarou o pleito de amanhã como "de alto risco", e decidiu manter fechados 938 colégios (do total de 6.835) em 25 das 34 províncias afegãs, sobretudo no sudeste "pashtun". Os cerca de 50 mortos nas últimas eleições – as presidenciais de 20 de agosto de 2009 – em consequência da violência talibã, são motivo suficiente para isso.

"A crescente violência no país dificultará, sem dúvida alguma, o processo eleitoral e dará ensejo a que haja uma significativa fraude nestas eleições", disse à agência espanhola de notícias EFE, o analista Wadir Safi, professor na Universidade de Cabul.

Mas não é apenas a previsão de ataques talibãs que ofusca o sucesso do pleito eleitoral. Durante as últimas semanas, os candidatos viram como o movimento talibã – que qualificou o pleito como uma forma de ampliar a "ocupação" do país – os impedia de desenvolver suas campanhas. "Não é possível ter boas eleições sem uma boa campanha" – disse à EFE, o candidato Daoud Sultanzoy que pretende revalidar sua cadeira no Parlamento, pela província de Ghazni.

Sultanzoy explicou que muitos dos candidatos a deputado não conseguem participar de atos eleitorais, especialmente no sul e leste afegãos, áreas de tradicional domínio talibã.

Até o momento, pelo menos três candidatos e mais de 12 membros de equipes da campanha eleitoral morreram em fatos violentos; dezenas deles foram sequestrados, e centenas receberam ameaças desde o início da campanha.

O contraste com o último pleito parlamentar – em 2005 – é incontestável: na ocasião, as eleições ocorreram num clima de quase normalidade, o que gerou reflexões sobre a suposta fraqueza da insurreição talibã. No entanto, agora se admite abertamente, que o movimento talibã tem capacidade para causar um grande estrago.

Em 2005 também não se ventilava a possibilidade de negociar com os insurgentes; agora, foi aberto um processo formal, justamente quando a guerra está em um de seus piores momentos. Julho, de fato, foi o mês com mais baixas militares norte-americanas (66 mortos) e junho foi o mais sangrento para o conjunto das forças internacionais (102 mortos) que, nestes nove meses de 2010, já perderam mais de 500 homens.

Para os civis, a situação é ainda pior. Durante o primeiro semestre de 2010, 1.271 civis morreram, vítimas do conflito: 21% a mais do que nos primeiros seis meses de 2009, segundo um relatório da ONU. (AF)
Rádio Vaticano

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