Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
Seja bem-vindo. Hoje é

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Papa e Santa Sé

SANTA HILDEGARDA, MODELO DE VIDA E SABEDORIA ESPIRITUAL

◊ Cidade do Vaticano, 08 set (RV) - Bento XVI encontrou-se nesta quarta-feira, dia de Audiência Geral, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com os fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo.

O Papa retomou a catequese sobre Santa Hildegarda de Bingen, monja beneditina alemã que viveu na Idade Média, entre os sécs. XI e XII.

"Disse na semana passada que Santa Hildegarda tinha uma personalidade incomum: abadessa beneditina e fundadora de mosteiros, pregadora e conselheira de personalidades de seu tempo, naturalista e médica, musicista e pintora. Ela foi, sobretudo, uma grande mística do século XII" – frisou o Papa.

Hildegarda destacou-se pela sua santidade de vida e sabedoria espiritual. Esta santa durante toda a sua vida teve contínuas visões místicas, que uma vez reconhecidas pela autoridade da Igreja, foram escritas em diversos livros.

Os escritos mostram que Santa Hildegarda tinha um amplo conhecimento das Sagradas Escrituras e dos Padres da Igreja. As obras se centralizam na exposição dos principais mistérios da História da Salvação, apresentados com grande profundidade teológica e com sua peculiar inteligência e sensibilidade feminina. Além da teologia, Hildegarda abordou temas relativos à medicina, ciências naturais e música.

Durante a audiência o Papa falou de sua viagem ao Reino Unido que se realizará de 16 a 19 deste mês. Bento XVI disse que está ciente do grande trabalho que requer a preparação da visita e agradeceu as pessoas que têm trabalhado e rezado pelo bom andamento da visita e para que Deus derrame muitas bênçãos sobre a Igreja e o povo do Reino Unido.

Bento XVI fez um resumo de sua catequese em português. A seguir, saudou os fiéis provenientes do Brasil e Portugal, e concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Queridos irmãos e irmãs,
Santa Hildegarda, importante figura feminina da Idade Média, distinguiu-se pela sua sabedoria espiritual e santidade de vida. Nos seus escritos e contactos, sublinha a profunda relação entre o homem e Deus, recordando que toda a criação, em cujo vértice está o ser humano, recebe vida da Santíssima Trindade. Quando Frederico Barba-Ruiva causou um cisma eclesial, opondo vários antipapas ao Papa legítimo Alexandre III, Hildegarda recorda ao imperador que também ele estava sujeito ao juízo de Deus. E a quantos invocavam uma reforma radical da Igreja pondo em risco a sua verdadeira natureza, lembra que uma autêntica renovação não se obtém tanto com a mudança das estruturas como sobretudo com um sincero espírito de penitência e um real caminho de conversão.

Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação fraterna e agradecida para todos, com menção especial para os grupos de fiéis da Amora em Portugal, e das paróquias do Divino Espírito Santo e São João Batista no Rio de Janeiro, Santa Rita de Cássia e Nossa Senhora Mãe da Igreja em Belo Horizonte. Esta peregrinação a Roma fortaleça, nos vossos corações, o sentir e o viver em Igreja, a exemplo de Santa Hildegarda, sob o terno olhar da Virgem Mãe. A Ela confio os anseios bons que aqui vos trouxeram. O Papa ama-vos, e a todos abençoa no Senhor.

Alberto Goroni entrevistou Pe. Carlos Giacone, da Diocese de São Carlos (SP), sobre a expectativa da catequese desta quarta-feira.
(MJ)

BENTO XVI: FÉ CRISTÃ FAVORECE COMPARTILHAR DIREITOS HUMANOS UNIVERSAIS

◊ Cidade do Vaticano, 08 set (RV) - "Moderação, sabedoria e coragem" ajudem a "missão delicada e importante" de vocês: assim se expressou Bento XVI dirigindo-se aos membros do Escritório da Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa. O encontro realizou-se na dependência adjacente à Sala Paulo VI, no Vaticano – após a Audiência Geral desta quarta-feira – por ocasião do 60º aniversário da Convenção Européia dos Direitos do Homem.

De fato, o Papa fez votos de que a missão deles seja sempre uma missão "a serviço do bem comum da Europa", recomendando "moderação, sabedoria e coragem" ao enfrentarem questões "importantes" na agenda da Assembléia Parlamentar que dizem respeito, sobretudo, a "pessoas que vivem situações particularmente difíceis e sofrem graves violações de sua dignidade":

"Pessoas portadoras de deficiência, crianças que sofrem violência, imigrados, refugiados, aqueles que pagam o preço mais caro da atual crise econômica e financeira, aqueles que são vítima de extremismos ou de novas formas de escravidão, como o tráfico de seres humanos, o comércio ilegal de drogas e prostituição", bem como as vítimas da guerra e aqueles que vivem em democracias frágeis.

O Pontífice se disse "bem informado" acerca dos esforços em andamento no Conselho da Europa "para defender a liberdade religiosa e opor-se à violência e à intolerância contra os fiéis na Europa e no mundo inteiro".

"... considerando o contexto da sociedade atual no qual se encontram diferentes povos e culturas, é imperativo desenvolver a validade universal dos direitos humanos, bem como a sua inviolabilidade, inalienabilidade e indivisibilidade."

Em seguida, Bento XVI recordou "os riscos associados ao relativismo na área dos valores, dos direitos e dos deveres", e se perguntou: "Se eles fossem desprovidos de um fundamento racional objetivo, comum a todos os povos, e fossem baseados exclusivamente em culturas particulares, iniciativas legislativas ou sentenças judiciárias, como poderiam oferecer um terreno sólido e duradouro às instituições supranacionais, como o Conselho da Europa? Como poderia haver um frutuoso diálogo entre culturas", se não houvesse "princípios universais entendidos do mesmo modo pelos Estados-membros"? "Valores, direitos e deveres" que "estão radicados na dignidade de toda pessoa, algo que é acessível ao raciocínio humano".

"A fé cristã não impede, mas favorece essa busca, e é um convite a buscar as bases sobrenaturais dessa dignidade" – concluiu o Papa. (RL)

PAPA: "A MORTE É A CHAVE PARA ATRAVESSAR A PORTA PARA A FELICIDADE ETERNA"

◊ Castel Gandolfo, 08 set (RV) - O Papa Bento XVI disse ontem que o Réquiem de Mozart, nos leva ao mesmo tempo, a amar intensamente coisas da vida terrena como dons de Deus e a elevar-se acima delas, olhando serenamente a morte como a “chave” para atravessar a porta para a felicidade eterna. O Papa assistiu no final da tarde de ontem a um concerto, na residência Apostólica de Castel Gandolfo, cidade localizada a 30 quilômetros de Roma e onde passa o período de verão europeu. O concerto foi oferecido pela Pontifícia Academia das Ciências no qual se interpretou a Missa de Réquiem em Ré menor K 626, de Wolfgang Amadeus Mozart, executada pela Orquestra de Pádua e do Vêneto, junto com o coral “Academia da Voz”, de Turim. Na conclusão da apresentação o Papa tomou a palavra dirigindo-se aos artistas e aos convidados presentes. Bento XVI falou sobre Mozart.

“Toda vez que ouço suas músicas não deixo de retornar com a memória à igreja paroquial, quando criança, nos dias de festa, tocava uma de suas “missas”, e no coração parecia que um raio de beleza do Céu tinha me atingido”, disse Bento XVI. “Essa sensação – continuou o Papa – eu a experimento cada vez que ouço essa grande meditação, dramática e serena, sobre a morte”.

O Papa, um amante da música clássica, explicou que “em Mozart tudo está em perfeita harmonia, cada nota, cada frase musical e não poderia ser diferente; inclusive os opostos se reconciliam e a “serenidade de Mozart” envolve tudo, em cada momento”. “Esse é um dom da graça de Deus, mas também é o fruto da vida de fé de Mozart que, especialmente na música sacra, consegue transpirar a luminosa resposta do amor divino, que dá esperança, mesmo quando a vida humana é dilacerada pelo sofrimento e pela morte”, acrescentou.

Bento XVI recordou a última carta de Mozart a seu pai moribundo em 4 de abril 1787, na qual ele diz: “Há vários anos tenho me familiarizado com esta amiga sincera e querida do homem (a morte), e a sua imagem não é terrível para mim, muitas vezes ela aparece muito tranqüilizadora e consoladora”. “Agradeço a Deus por me ter dado a oportunidade de reconhecer nela a chave para a felicidade”, disse o Papa lendo a carta de Mozart.

“Eu nunca durmo sem pensar que amanhã pode ser que eu não exista mais. Nem tão pouco as pessoas que me conhecem podem dizer que na companhia delas eu estou triste ou de mau humor. É por isso para que agradeço ao meu Criador cada dia e desejo com todo meu coração a mesma coisa a cada um dos meus semelhantes”, concluiu a carta de Mozart.

Para o Papa, este é um escrito que expressa a fé profunda e simples, que também emerge na grande oração do Réquiem “e nos conduz, ao mesmo tempo, a amar intensamente as coisas vida terrena, como dons de Deus e a elevar-se acima delas, olhando serenamente a morte como a “chave” para cruzar a porta para a felicidade eterna”.

“O Réquiem de Mozart, concluiu Bento XVI, é uma elevada expressão de fé que conhece bem a tragédia da existência humana e não esconde os seus aspectos dramáticos e é, portanto, uma expressão de fé precisamente cristã, consciente de que toda a vida do homem está iluminada pelo amor de Deus”. (SP)

SAUDAÇÃO DE BENTO XVI, BARTOLOMEU I E KIRIL I A SIMPÓSIO DE ESPIRITUALIDADE ORTODOXA

◊ Cidade do Vaticano, 08 set (RV) - Bento XVI fez chegar a sua saudação aos participantes do 18º Simpósio ecumênico de espiritualidade ortodoxa, promovido a partir de hoje até o próximo sábado, dia 11, no Mosteiro de Bose, em colaboração com as Igrejas Ortodoxas, e dedicado este ano ao tema "Comunhão e solidão".

Numa mensagem assinada pelo Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, expressa apreço pela "louvável e promissora perseverança de tais encontros", bem como pela "crescente adesão à iniciativa que desta vez terá a participação de numerosos metropolitas e bispos, além de monges e fiéis leigos", que falarão a todos os presentes.

Referindo-se ao tema do Simpósio, o Santo Padre ressalta "o interesse da temática escolhida", que é "rica de elementos para o aprofundamento e também de grande atualidade pastoral e cultural".

Por fim, o Pontífice convida todos "a voltarem o olhar para a Bem-aventurada Virgem Maria e, por Ela guiados, a contemplarem em Cristo o modelo perfeito de harmonia entre comunhão e solidão, em que pessoalmente subsiste Deus Uno e Trino".

Também o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, e o Patriarca de Moscou e de todas as Rússias, Kiril I, enviaram suas mensagens aos participantes do 18º Simpósio ecumênico internacional de espiritualidade ortodoxa.

Entre outras coisas, Bartolomeu I recorda que "a solidão e o silêncio, em última análise, nos ensinam o justo modo de relacionar-nos e de estarmos em comunhão com os outros".

Kiril I, por sua vez, entre outras coisas, recorda que "tanto a solidão, o afastar-se do mundo, quanto a abertura à comunhão com o próximo são sempre consideradas práticas espirituais necessárias no caminho da salvação". (RL)

BENTO XVI ENCONTRA PRIMEIRO-MINISTRO DE CABO VERDE

◊ Cidade do Vaticano, 08 set (RV) - O Santo Padre saudou, ao término da Audiência Geral desta quarta-feira, o Primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Pereira Neves, que precedentemente fora recebido pelo Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, acompanhado do Secretário das Relações com os Estados, Dom Dominique Mamberti.

Segundo comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé, durante os cordiais colóquios foram apreciadas as boas relações bilaterais, bem como a contribuição dada pela Igreja para o bem de toda a nação-arquipélago. Foi também auspiciada uma colaboração sempre mais estreita nos campos da saúde e da educação, e foi decidida a criação de uma Comissão bilateral de trabalho para dar início à elaboração de um Acordo-quadro entre a Santa Sé e Cabo Verde. (RL)

Igreja no Brasil

CAPUCHINHOS, ZELO PASTORAL ÀS MARGENS DO RIO AMAZONAS

◊ Manaus, 08 set (RV) - Os Frades Capuchinhos estão engajados há mais de cem anos no zelo pastoral às margens do Rio Amazonas.

O Rio Amazonas é formado pelo encontro entre o Rio Solimões e o Rio Negro. Às margens do Rio Solimões, vivem milhares de pessoas. Algumas, em colônias permanentes, outras em pequenos grupos de cabanas. São pobres e geralmente vivem da pesca.

O frei capuchinho Gino Alberati trabalha com eles há mais de 30 anos e os conhece bem. "Existem 14 grupos étnicos ao longo do rio" – disse ele num recente encontro na sede internacional da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), em Königstein, na Alemanha.

O sacerdote, 69 anos, atende 27 comunidades a partir do seu centro missionário, Santo Antônio do Içá.

Desde 2004, Frei Gino tem à disposição uma lancha a motor de 15 metros, chamada "Fraternidade Itinerante". Com ela, conseguiu dar um grande impulso à pastoral nas comunidades às margens do Rio Amazonas. O frei passa dias inteiros sobre as águas. Através do apostolado via fluvial, Frei Gino consegue visitar as comunidades, batizar adultos e crianças, celebrar missas, casamentos e ouvir confissões.

É muito engajado no trabalho pastoral com os jovens e oferece curso de formação para catequistas. Muitas das atividades, inclusive a missa, se realizam a bordo da "Fraternidade Itinerante". O capuchinho se empenha também em transportar pessoas que não podem pagar o transporte público, intervém em emergências ajudando as pessoas que devem ser levadas ao hospital.

Entre seus projetos, está um novo barco, que com a ajuda da AIS, deve ser utilizado pelos Capuchinhos de Benjamin Constant, cidade à margem do Rio Solimões, no trabalho pastoral na área, alcançando assim as comunidades do Brasil e do Peru, assim como desejado pelo bispo local.

O barco, que deve ficar pronto até janeiro de 2011, permitirá aos frades lançar o "Projeto Javari", 40 dias em missão envolvendo não apenas catequistas, mas médicos e dentistas, num programa de prevenção da malária. A iniciativa conta com o apoio do bispo da Diocese de Alto Solimões, Dom Evangelista Alcimar Caldas Magalhães, também capuchinho. (MJ)

Igreja na América Latina

HONDURAS: BISPO DEFENDE DIREITOS DOS MIGRANTES

◊ Tegucigalpa, 08 set (RV) - "Ser migrante é um direito das pessoas; até o próprio Jesus, com Maria e São José, foram imigrantes em sua época, quanto tiveram que partir para o Egito; o fizeram por uma causa justa, obrigados, e não foram bem vistos nem bem acolhidos” – foi o que disse o bispo auxiliar da Arquidiocese de Tegucigalpa, em Honduras, Dom Juan José Pineda Fasquelle, numa missa celebrada no último domingo na Catedral do país.

Nesse mesmo dia, foram celebradas em suas comunidades paroquiais, as exéquias dos imigrantes mortos no Estado mexicano de Tamaulipas, onde foram executadas 72 pessoas provenientes da América Central e do Sul.

O bispo expressou solidariedade ao mundo dos imigrantes, evidenciando o trabalho das irmãs escalabrinianas em Honduras, onde acolhem os hondurenhos deportados: "sem esperar nada em troca, elas se empenham pelos outros, principalmente pelos migrantes. Ninguém pode ignorar a realidade dos imigrantes, de modo especial o massacre de 72 pessoas em Tamaulipas" – frisou Dom Fasquelle.

O prelado pediu aos fiéis para que busquem viver na fraternidade, "porque quem vive vendo inimigos em todo lugar, vive na defensiva, vive atacando os outros, e não pode viver na paz. Devemos criar um mundo de paz, no qual viver como irmãos" – ressaltou.

O grupo de imigrantes encontrados mortos em Tamaulipas teria sido seqüestrado enquanto chegava à área de confim. Em geral, os bandos, além de roubar o que os estrangeiros levam consigo, os obrigam a contatar seus parentes nos Estados Unidos para pedir mais dinheiro.

Até agora, não foi feito muito para combater esta rede internacional de tráfico provavelmente porque as vítimas quase sempre não possuem documentos e nenhuma tutela por parte do Estado, sendo excluídas das preocupações humanitárias. (MJ)

BISPOS ARGENTINOS: POLÍTICA COMO SERVIÇO AO BEM COMUM

◊ Buenos Aires, 08 set (RV) - A Comissão de Pastoral Social da Conferência Episcopal Argentina promove um encontro nacional, de 17 a 19 deste mês, em Córdoba, a fim de celebrar o Bicentenário de Independência do país.

Com o tema "Repensando a política", o encontro deve responder ao quesito "De que tipo de líderes nós precisamos hoje?" e criar um espaço de diálogo, reflexão e propostas para resgatar a política como serviço ao próximo e ao bem comum, recordando as palavras de João Paulo II: "uma política para a pessoa e a sociedade tem como finalidade a realização do bem comum, como bem de todo ser humano".

Este objetivo primordial parte dos valores e dos princípios da Doutrina Social da Igreja e do humanismo integral e solidário. "Para alcançar tal meta, tentaremos oferecer um espaço de encontro, de espiritualidade e de formação sobre os valores e princípios da fé e da Doutrina Social da Igreja, que encorajam o compromisso cristão na vida pública" – frisa uma nota da Conferência Episcopal.

Os bispos argentinos são claros no convite a participar deste encontro: "como discípulos e missionários de Jesus Cristo, cremos que o resgate da política como serviço ao próximo e ao bem comum seja uma das chaves para erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento integral como prioridade do Bicentenário" que se celebra na Argentina de 2010 a 2016. (MJ)

Igreja no Mundo

IRAQUE RECORDA MADRE TERESA

◊ Bagdá, 08 set (RV) - Apesar dos perigos da violência e dos ataques também em Bagdá, foi comemorado o centenário do nascimento de Madre Teresa de Calcutá. A notícia é do site Baghdadhope que informa que a comemoração teve lugar nos dias passados na catedral latina de São José. Estavam presentes, além das Irmãs Missionárias da Caridade, que desde 1991, cuidam em Bagdá, não muito longe da catedral, de um orfanato que acolhe cerca de 30 crianças órfãs e com graves deficiências, muitas outras religiosas de diversas ordens presentes no Iraque. Presentes com elas - refere a agência Sir – o Vigário Patriarcal caldeu, Dom Shlemon Warduni, e o Padre Ghadir que celebrou a missa e recordou a figura de Madre Teresa.

Também nos últimos dias, houve dois outros eventos importantes: o primeiro envolveu cerca de 250 jovens reunidos na Igreja caldeia do Sagrado Coração de Bagdá para discutir sobre o próximo Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, que se realizará no Vaticano de 10 a 24 de outubro; o segundo contou com a presença dos líderes da fraternidade “Caridade e Alegria”, fundada em 1989 pelo Arcebispo caldeu de Mossul, Dom Paulus Faraj Rahho, seqüestrado e morto em 2008, e por Imad Haseeb que agora a dirige junto com Dom Warduni. A fraternidade tem sede em Mossul, Bagdá, Basra, Dohuk e Erbil e se ocupa na capital de ajudar tanto material como espiritualmente, cerca de 150 pessoas portadoras de deficiências. (SP)

Formação

LEÃO XIII, O PAPA DA RERUM NOVARUM

◊ Cidade do Vaticano, 08 set (RV) - No último domingo, Bento XVI fez uma visita pastoral a Carpineto Romano, na diocese italiana de Anagni- Alatri, por ocasião dos 200 anos de nascimento de Vincenzo Gioacchino Pecci, Papa Leão XIII.

Vamos recordar mais um pouco, hoje, em nosso espaço de Memória Histórica, o Papa Leão XIII e a influência de seu magistério social nas encíclicas dos sucessivos papas. Ele nasceu em Carpineto Romano, em 2 de março de 1810, e faleceu em 20 de julho de 1903.

Leão XIII escreveu várias encíclicas. Dedicou ao tema da escravidão, a encíclica Catholicae Ecclesiae, de 1890, onde pedia com veemência o compromisso de todos os católicos para desarraigar a chaga da escravidão, condenando o seqüestro de cerca de 400 mil africanos que a cada ano eram tirados a força de seus povoados.

Leão XIII é o Papa da encíclica Rerum Novarum de 1891 sobre a Condição dos Operários, a primeira encíclica social da Igreja, da qual falamos na semana passada.

O magistério social de Leão XIII foi retomado pelo Papa Pio XI na Encíclica Quadragésimo Anno, de 1931, no 40° aniversário da Rerum Novarum. Nessa encíclica Pio XI afirma o fundamental princípio da subsidiariedade. Depois o Papa Pio XII em freqüentes mensagens radiofônicas retoma a questão social em temas relativos à colaboração internacional, paz e destino universal dos bens.

O Papa João XXIII na Encíclica Mater et Magistra de 1961, examina os progressos da questão social à luz da doutrina cristã e dedica a Encíclica Pacem in terris de 1963, à construção de uma ordem humana fundada na paz entre todas as nações, na verdade, na justiça, no amor e na liberdade.

Depois disso veio a Constituição Pastoral Gaudium et spes, em 1965, sobre a missão da Igreja no mundo contemporâneo em relação aos sinais dos tempos e examina questões como família, trabalho, economia, cultura, paz e cooperação internacional.

Com a Populorum Progressio de 1967, o Papa Paulo VI enfatiza a dimensão solidária da humanidade através da fraternidade entre os povos e a ajuda organizada aos países pobres.

João Paulo II na Encíclica social Laborem exercens, de 1981, analisa o tema do trabalho humano e a sua centralidade no desenvolvimento orgânico da ação e do ensinamento social da Igreja, refletindo sobre a concepção do trabalho à luz da mensagem do Evangelho e a dignidade do ser humano que permanece o sujeito e o objetivo do trabalho.

Depois João Paulo II com a Sollicitudo rei socialis, de 1987, celebra os 20 anos da Populorum Progressio de Paulo VI, sublinhando o caráter ético e cultural da problemática relativa ao desenvolvimento e evidenciando as persistentes desigualdades, começando pelo aumento da distância entre norte e sul do mundo.

A cem anos da Rerum Novarum, João Paulo II na Centesimus Annus, de 1991, fala numa nova ordem mundial fundada na transcendência da pessoa humana e aborda nessa encíclica temas como o destino universal dos bens, a tutela da família, o fenômeno do consumismo, a adoção de estilos de vida nocivos, o consumo da droga e a questão ecológica.

Enfim, Bento XVI com a Caritas in veritate, de 2009, sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade, aborda as problemáticas atuais do desenvolvimento à luz da caridade, via mestra da doutrina social da Igreja. (MJ)

Atualidades

ROMA: CAPÍTULO GERAL DOS MISSIONÁRIOS OBLATOS DE MARIA IMACULADA

◊ Roma, 08 set (RV) - Tem início nesta quarta-feira, em Roma, o 35° Capítulo Geral dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada (OMI) sobre o tema "Conversão: um novo coração, um novo espírito, uma nova missão".

"Centralizado na pessoa de Jesus Cristo, fonte de nossa missão, estamos comprometidos com uma profunda conversão, pessoal e comunitária" – frisou o superior geral, Pe. Wilhelm Heinz Steckling, que guia os Oblatos há 12 anos.

"Na Congregação se sentia o desejo de refletir sobre a nossa identidade como missionários Oblatos. Percebemos que todo o nosso estilo de vida como missionários tinha que mudar para vivermos juntos com mais harmonia, sermos mais firmes na oração e na reflexão a fim de testemunhar Jesus Cristo de maneira mais criativa" – frisou ainda Pe. Steckling.

O Capítulo Geral dos Oblatos de Maria Imaculada se encerra no dia 8 de outubro próximo e conta com a participação de 89 Oblatos provenientes da África, Ásia, Oceania, América e Europa, e mais os 12 membros do Conselho Geral.

O capítulo se concentrará na elaboração de algumas diretrizes aplicáveis internacionalmente e que possam ajudar a encarnar a vida religiosa missionária nos concretos contextos culturais.

Os Missionários Oblatos de Maria Imaculada – fundados pelo francês Santo Eugênio de Mazenod (1782-1861) – são atualmente 4.354 membros em 1.083 comunidades espalhadas pelos cinco continentes. O lema da Congregação é "Ele me enviou para evangelizar os pobres" que os Oblatos realizam na dedicação aos vários aspectos da missão: evangelização, diálogo inter-religioso, reconciliação, justiça e paz. (MJ)

Nenhum comentário: