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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Papa e Santa Sé

UM PAPA FIEL À TRADIÇÃO E ABERTO À RENOVAÇÃO: 32 ANOS ATRÁS MORRIA JOÃO PAULO I

◊ Cidade do Vaticano, 28 set (RV) - Trinta e dois anos atrás, 28 de setembro de 1978, morria Albino Luciani, após apenas 33 dias de Pontificado: tinha 65 anos de idade.

Um tempo brevíssimo, mas intenso, que lhe valeu o afeto do povo, de fiéis e não-fiéis. Bento XVI o definiu mais vezes como um homem "doce e manso" e, ao mesmo tempo, "forte na fé, firme nos princípios, mas sempre disponível ao acolhimento e ao sorriso".

"Fiel à tradição e aberto à renovação": assim Bento XVI recorda João Paulo I. "Como sacerdote, como bispo e como Papa foi incansável na atividade pastoral – ressalta – estimulando clero e laicato a buscarem, nos vários campos do apostolado, o único e comum ideal da santidade."

"Mestre da verdade e catequista entusiasta, recordava a todos os fiéis, com a fascinante simplicidade que lhe era comum, o compromisso e a alegria da evangelização, ressaltando a beleza do amor cristão, única força capaz de derrotar a violência e construir uma humanidade mais fraterna" – ressalta ainda Bento XVI.

Mas é a humildade a característica principal de João Paulo I: "Humilitas", de fato, era o seu lema episcopal, uma "palavra que sintetiza o essencial da vida cristã e indica a indispensável virtude de quem, na Igreja, é chamado ao serviço da autoridade":

"Numa das quatro audiências gerais feitas durante o seu brevíssimo Pontificado disse, entre outras coisas, com aquele tom familiar que o caracterizava: "Limito-me a recomendar uma virtude tão querida para o Senhor: disse: aprendam de mim que sou manso e humilde de coração... Mesmo se vocês fizeram grandes coisas, digam: somos servos inúteis. E observou: "Ao invés, a tendência em todos nós é, sobretudo, de fazer o contrário: colocar-se em evidência (Ensinamentos de João Paulo I, p. 51-52). A humildade pode ser considerada o seu testamento espiritual. Graças justamente a essa sua virtude, foram suficientes 33 dias para que o Papa Luciani entrasse no coração das pessoas." (Angelus de 28 de setembro de 2008)

Uma das passagens do Evangelho preferidas do Papa João Paulo I era o apelo de Jesus: "Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos céus":

""Devemos sentir-nos pequenos diante de Deus", disse naquela mesma audiência. E acrescentou: "Não me envergonho de sentir-me como uma criança diante da mãe: acredita-se na mãe, eu creio no Senhor, naquilo que Ele me revelou" (idem, 9.49). Essas palavras mostram toda a grandeza de sua fé. Ao tempo em que agradecemos ao Senhor por tê-lo dado à Igreja e ao mundo, aprendamos com o seu exemplo, esforçando-nos em cultivar a sua mesma humildade, que o tornou capaz de falar a todos, especialmente aos pequeninos e aos chamados distantes." (Angelus de 28 de setembro de 2008)

Por fim, Bento XVI recorda a devoção que Albino Luciani tinha por Nossa Senhora:

"Quando era Patriarca de Veneza chegou a escrever: "É impossível conceber a nossa vida, a vida da Igreja, sem o Terço, as festas marianas, os santuários marianos e as imagens de Nossa Senhora". É belo acolher esse seu convite e encontrar, como ele fez, na humilde consagração a Maria o segredo de uma cotidiana serenidade e de um compromisso concreto em favor da paz no mundo." (Discurso de 8 de outubro de 2006) (RL)

MONSENHOR EXPEDITO MARCONDES

◊ Cidade do Vaticano, 28 set (RV) - Faleceu ontem, dia 27, pela manhã, na Clínica Pio XI, Monsenhor Antônio Expedito de Barros Marcondes, canônico da Basílica Vaticana, encarregado da edição semanal em português do jornal “L’Osservatore Romano”, de 1980 até 2000 e grande colaborador do Programa Brasileiro da Rádio Vaticano.

Mons. Expedito nasceu em Botucatu no dia 7 de junho de 1927 e foi ordenado sacerdote no dia 18 de dezembro de 1950, na Igreja de Santa Efigênia, em São Paulo.

Aqui em Roma foi também vigário colaborador, formador e reitor em três seminários ao mesmo tempo em que acompanhava os estudos do Tribunal Eclesiástico para a Causa dos Santos, no tocante à Causa de beatificação de Madre Paulina do Coração Agonizante.

Após dirigir a Congregação Mariana Feminina e por quatro anos as Pontifícias obras missionárias do Brasil, no tempo em que o Cardeal Agnelo Rossi era Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, se transferiu definitivamente para Roma, em junho de 1979, como secretário do purpurado.

Em 1980 começou a dirigir a edição semanal, em língua portuguesa, de L’Osservatore Romano” e a levou até o final do grande jubileu do ano 2000. Em 15 de janeiro de 2001 foi nomeado protonotário apostólico e no dia 18 de fevereiro foi feito membro do Cabido Vaticano.

Monsenhor Expedito nos deixa a lembrança de um grande amor pela Igreja, de disponibilidade ao serviço do Santo Padre e a de um sacerdote muito alegre, atencioso e solícito.

Que Monsenhor, já recebido pelo Pai, interceda por todos nós! (CA)

BISPOS DO RIO: PROMOVER DEVOÇÃO AO BEATO JOSÉ DE ANCHIETA

◊ Cidade do Vaticano, 28 set (RV) - Os bispos do Regional Leste 1 (Rio de Janeiro) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foram recebidos e motivados pelo prefeito desse organismo vaticano, Dom Angelo Amato, a promoverem no Brasil a devoção ao beato José de Anchieta.

Durante o encontro os bispos ouviram as explicações a respeito dos processos de beatificação de Madre Maria José, Carmelita Descalça, bem como do processo de canonização de José de Anchieta, Apóstolo do Brasil.

A cada um dos bispos foi entregue dois livros: "Novae leges pro causis sanctorum" promulgado em 1983, e a Instrução "Sanctorum Mater".

Dom Angelo Amato lembrou com entusiasmo a piedade do povo brasileiro a José de Anchieta. (MJ/CNBB)

NA RETA FINAL, VISITA "AD LIMINA" DOS BISPOS DO RIO DE JANEIRO

◊ Cidade do Vaticano, 28 set (RV) - Os vinte e um prelados do Regional Leste 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Regional formado pelo Estado do Rio de Janeiro, celebraram a santa missa, às 16h locais desta terça-feira, na Basílica papal de São João de Latrão – sede da Diocese de Roma, no âmbito de sua quinquenal visita "ad Limina".

A Eucaristia foi presidida pelo Bispo de Itaguaí e vice-Presidente do Regional, Dom José Ubiratan Lopes, que fez também a homilia da celebração.

Nosso colega Alberto Goroni entrevistou o Bispo de Duque de Caxias, Dom José Francisco Rezende Dias, que nos falou sobre a visita "ad Limina" de seu Regional destacando o encontro coletivo dos bispos do Rio de Janeiro com o Santo Padre, sábado passado, e a exortação do Pontífice à evangelização dos jovens através do Sacramento da Reconciliação: (RL)

DOM REDRADO: PESSOA DO DOENTE ESTÁ NO CENTRO DAS OBRAS ASSISTENCIAIS DA IGREJA

◊ Brescia, 28 set (RV) - As obras assistenciais católicas devem distinguir-se por algo de "diferente", de modo que os doentes, fiéis e não-fiéis, consigam sentir-se como que "envolvidos pela caridade de Deus". Foi o que disse na manhã desta terça-feira o Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Dom José Redrado.

O prelado celebrou uma santa missa em Brescia, norte da Itália, no âmbito do X Congresso nacional da Afar (sigla em italiano de Associação "Fazei o bem irmãos" para a Pesquisa)
Em sua homilia, Dom Redrado evidenciou as qualidades necessárias para um agente de saúde, ou seja, "aquele dom do Espírito que é amor, alegria, paz, paciência, bondade, fidelidade, misericórdia, humildade e simplicidade".

Desse modo, as obras assistenciais da Igreja tornam-se "obras de evangelização, onde a pessoa enferma encontra-se no centro, é assistida integralmente, onde se presta atenção particular aos colaboradores; a administração é exercida segundo os valores da justiça e da equidade e se respiram os valores do Evangelho traduzidos em amor, solidariedade, atenção pessoal, humanização e dimensão ética e pastoral".

Em seguida, Dom Redrado lançou um convite a anunciar "a fé, a esperança e o amor" suscitando "coragem, entusiasmo, abertura de mente e coração" nos doentes, olhando para a "fantasia da caridade" no serviço aos enfermos.

Buscando Deus e testemunhando Cristo, acrescentou o prelado, o encontro com o doente torna-se humano e integral e as obras de saúde não correm o risco de se tornar meros "serviços técnicos".

De fato, graças à fidelidade a Deus, a missão hospitalar não é "reduzida à simples materialidade, como um vaso de perfume que não difunde fragrância", a fragrância do Espírito Santo.

Em seguida, o bispo citou os muitos "santos da caridade", como São João de Deus, Camilo de Lellis, Vicente de Paulo, e Santa Paula de Rosa, recordando que, no seguimento deles, os agentes de saúde podem ser verdadeiros "especialistas do Espírito, impregnados de "misericórdia, perdão, acolhimento, hospitalidade e amor", porque são os novos samaritanos que se comovem diante das pessoas feridas".

Por fim, o Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde invocou a proteção de Maria, "saúde dos enfermos", exortando os agentes de saúde "a não desistirem em fazer o bem e a fazê-lo com alegria, entusiasmo e amor". (RL)

DECLARAÇÃO DE DOM TOMASI PARA A 15ª SESSÃO DO CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DA ONU

◊ Genebra, 28 set (RV) - O Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, em Genebra, arcebispo Silvano Maria Tomasi, pronunciou-se por ocasião da 15ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que está sendo realizado na cidade suíça.

De acordo com Dom Tomasi, “a religião tem ganhado maior visibilidade pública nos últimos anos, entretanto, tem-se alargado também uma atitude ‘anti-religião’, relacionada às discriminações e aos preconceitos”.

“Minha delegação – continuou o observador para a Santa Sé – gostaria de esclarecer a inter-relação e a contradição entre reclamações abstratas e violações reais de direitos que aparecem em diversos níveis do discurso público sobre religião.”

O arcebispo falou sobre o benefício e o avanço social que representam as liberdades de pensamento e de expressão, ressaltando que as opiniões manifestadas em debate público a respeito da religião não podem ser consideradas ofensas quando feitas com respeito e justiça.

Propôs – na conclusão das suas colocações – que sejam encontradas novas formas de diálogo e educação, no sentido de identificar e promover valores compartilhados e princípios universais, consistentes com a dignidade e a natureza da pessoa humana, dirigidos para o bem comum. Em suas palavras: “existem muitas áreas nas quais a Igreja Católica, outras religiões e as autoridades públicas podem trabalhar juntas pelo bem dos cidadãos”. (ED)

Igreja no Brasil

SEMANA NACIONAL DA VIDA

◊ Brasília, 28 set (RV) - Com o tema "Vida, Ecologia Humana e Meio Ambiente", a Igreja no Brasil promove de 1° a 7 de outubro próximo, a Semana Nacional da Vida.

Segundo a pastoral familiar, o tema foi escolhido com o incentivo da proposta da encíclica Centesimus Annus do Papa João Paulo II de 1991. Neste documento, o pontífice fala sobre a necessidade de uma ecologia humana e sobre o atraso em compreender que não é possível utilizar todo o poder da natureza de forma desregrada.

O Papa Bento XVI, na mensagem para o Dia mundial da Paz, em 2007, ratificou que "a destruição do meio ambiente, um uso impróprio ou egoísta do mesmo e a apropriação violenta dos recursos da terra são fruto de um conceito desumano de desenvolvimento".

Neste período, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre o direito a vida e a preservação da dignidade humana.

A Semana Nacional da Vida foi criada, em 2005, pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. (MJ/CNBB)

NOTA DE REPÚDIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

◊ São Paulo, 28 set (RV) – Diante da negativa da Bienal de retirar as obras da série “Inimigos” de Gil Vicente, na qual o artista se mostra assassinando líderes mundiais incluindo o Papa Bento XVI, a Arquidiocese de São Paulo através do Vicariato para a Comunicação lançou uma nota de repúdio à exibição de obras que são uma “apologia à violência”, que ademais ofendem os sentimentos católicos. A Arquidiocese manifestou formalmente este seu entendimento perante o Ministério Público de São Paulo no dia 24 deste mês, solicitando a atenção deste órgão público.

Destacamos abaixo a nota da Arquidiocese assinada pelo Cônego Antônio Aparecido Pereira, Porta-voz da Arquidiocese e do seu Assessor de Imprensa, Rafael Alberto.

“Em nome do mesmo princípio da liberdade de expressão, que permite aos artistas a livre manifestação da sua arte, a Arquidiocese de São Paulo vem a público para manifestar sua estranheza, desconforto e repúdio diante da série de telas “Inimigos”, do artista plástico Gil Vicente, expostas na Bienal de São Paulo, com auto-retratos do artista em cenas de extrema violência contra personalidades públicas, como o Presidente da República e o Papa Bento XVI.

São cenas de um narcisismo chocante, de um mau gosto repugnante e de implícita apologia à violência. Nenhum diretor de escola ou professor de bom senso permitiria expor tais cenas em sala de aula, pois seriam consideradas deseducativas. Cenas de execução de condenados à morte seriam, certamente, evitadas nos meios de comunicação de massa. Numa sociedade já marcada por conflitos e ferida por tanta violência, é altamente questionável que, em nome da arte sejam expostas cenas que sugerem o desafogo do próprio ódio contra supostos inimigos. Trata-se de um péssimo serviço à arte, uma lamentável falta de respeito pela dignidade humana e uma ameaça à paz no convívio social. Violência real, ou apenas sugerida, gera mais violência.

De modo particular, a comunidade católica sente-se ofendida e triste com o desrespeito ao Papa Bento XVI, que peregrina pelo mundo em missão de justiça e de paz. Sugerir ou imaginar violência contra o Papa causa tristeza e indignação. Que ninguém, em nenhuma parte do mundo, tenha a insana iniciativa de consumar as cenas chocantes retratadas na tela! Deus proteja nosso Papa Bento XVI, o Presidente da República e toda pessoa contra os desatinos da violência!

A Arquidiocese de São Paulo manifestou formalmente este seu entendimento perante o Ministério Público de São Paulo em 24.09.2010, solicitando a atenção deste órgão público”. (SP)

Igreja na América Latina

MÉXICO: SACERDOTE DENUNCIA MASSACRE DE USUÁRIOS DE DROGA

◊ Cidade do México, 28 set (RV) - O sacerdote mexicano Pe. Guilherme Flores denunciou o assassinato de usuários de droga em Ciudad Juarez, que mais sofre por causa da violência do narcotráfico no país.

Segundo o sacerdote, assassinatos e seqüestros de usuários de droga acontecem em todo país, parecendo uma limpeza social. "Eles são a parte mais vulnerável da cadeia do narcotráfico e da violência que vivemos e por isso são eliminados" – denunciou o sacerdote, responsável pela casa "Fuente de Vida", localizada em Guadalupe.

Segundo o sacerdote, a venda da droga tornou-se agora um verdadeiro e grande comércio para Los Zetas, um dos maiores grupos de traficantes que dominam o mercado em Ciudad Juarez, segundo a polícia.

As drogas são vendidas em armazéns, perfumarias, frutarias, bares e casas noturnas. Segundo uma recente pesquisa, 8% dos mexicanos estão sob total controle das redes de tráfico.

A maioria das clínicas de desintoxicação e recuperação no México é particular. Estima-se que a cada ano mais de 100 mil pessoas são internadas para tratamento. A Igreja Católica também neste campo tem um papel pioneiro. Na Arquidiocese de Cidade do México, a Caritas oferece um programa completo para libertar as pessoas que caíram no mundo das drogas, chamado "Ame a Vida". (MJ)

IGREJA UNIDA NA RECONSTRUÇÃO DO HAITI

◊ Miami, 28 set (RV) - Realizou-se em Miami, Estados Unidos, um encontro entre os bispos do Haiti, episcopados de vários países e instituições financeiras, que abordou a questão da reconstrução religiosa no país caribenho. Na ocasião foi assinado um acordo que estabeleceu formalmente um órgão consultivo internacional responsável pela avaliação e realização de cerca 70 igrejas destruídas pelo terremoto do ano passado e de todas as estruturas religiosas.

Participarão do projeto, guiado pelo episcopado do Haiti, a conferência dos bispos americanos, o Catholic Relief Services, a Conferência dos Religiosos do Haiti, a Agência para a solidariedade na América Latina da Conferência Episcopal da Alemanha e a Sociedade São Vicente de Paulo.

O jornal vaticano L'Osservatore Romano informou que a atenção será concentrada na avaliação da realização dos projetos enquanto o objetivo é envolver a população local, com a finalidade de que a mesma se torne independente das ajudas externas. “Também será possível aos doadores acompanhar em detalhes o progresso feito na reconstrução”, disse o Núncio Apostólico no Haiti, Dom Bernard C. Auza, “mas, apesar dos 33 milhões dólares recolhidos, seriam necessários ulteriores fundos”. Sobre os projetos, que prevêem a reconstrução de todas as estruturas religiosas, no entanto, ainda não foi aberto nenhum canteiro de obras. (SP)

BOLÍVIA: PROJETO CONTRA DISCRIMINAÇÃO E RACISMO

◊ La Paz, 28 set (RV) - A Conferência Episcopal da Bolívia entregou um documento ao Governo contendo algumas observações sobre o projeto de lei contra a discriminação e o racismo, que estão aumentando no país.

No documento intitulado "As leis a serviço do bem comum" os bispos fazem uma reflexão crítica sobre estes problemas em vista da construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

Os prelados reiteram que "a Igreja rechaça toda forma de discriminação e racismo, comportamentos que violam a liberdade e a igualdade das pessoas, e renova seu compromisso na lei natural universal e nos valores de nossas culturas, porque somos filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança e, portanto, iguais em dignidade" – frisam os bispos.

Segundo a Conferência Episcopal boliviana, uma nação que busca superar formas de discriminação se compromete a construir uma sociedade onde todos sejam um no respeito pela diversidade.

"É necessário lutar contra a discriminação em nossa sociedade e também garantir que qualquer legislação a respeito seja compatível com os princípios da pluralidade, liberdade de pensamento e expressão, promovendo a educação aos valores e não a restrição de direitos e liberdades fundamentais" – ressaltam os bispos bolivianos.

Segundo os prelados, a imposição de um pensamento único e uma visão única da pessoa e da sociedade ameaçam uma vida social saudável e o sistema democrático.

A Conferência Episcopal da Bolívia convida os cidadãos a terem mais interesse pelo conteúdo e conseqüências de um projeto de lei que, não obstante pretenda erradicar a discriminação da sociedade boliviana, assim como foi redigido pode criar sérios riscos para o exercício dos direitos fundamentais das pessoas e instituições sociais. (MJ)

IGREJA NA BOLÍVIA SE PREPARA PARA O MÊS DAS MISSÕES

◊ La Paz, 28 set (RV) - A Igreja na Bolívia está se preparando para celebrar outubro, mês das Missões.

Com o tema "Somos missionários, mostremos Jesus" a Igreja na Bolívia lembra que somos discípulos missionários e devemos renovar nosso compromisso de proclamar o Evangelho e sermos suas testemunhas.

O Dia Mundial das Missões será celebrado no domingo, 17 de outubro, por toda a Igreja e em todas as paróquias serão realizadas coletas em favor das missões. Os cristãos são chamados a dar sua contribuição para ajudar a atividade missionária da Igreja no mundo.

A Arquidiocese de Cochabamba está promovendo várias atividades de 11 a 17 de outubro, como noite cultural, noite de oração e uma conferência sobre "A Missão Permanente na Bolívia".

Além disso, no domingo 17 de outubro, será realizada a marcha missionária, em Cochabamba, e a celebração da missa para o Dia Mundial das Missões. (MJ)

Igreja no Mundo

SONHO DE MADRE TERESA: UMA CASA PARA DOENTES TERMINAIS

◊ Calcutá, 28 set (RV) - Madre Teresa de Calcutá, fundadora das Missionárias da Caridade, queria que em Ayodhya, cidade localizada no Estado de Uttar Pradesh, na Índia, fosse construído um centro de acolhimento para pobres e doentes terminais de todas as religiões.

Segundo a religiosa, este era um modo para atenuar o conflito entre hinduístas e muçulmanos naquela região. O arcebispo emérito de Calcutá, Dom Henry Sebastian D'Souza, frisou que pouco depois da destruição da mesquita de Babri e da violência sucessiva, Madre Teresa pediu-lhe para que a acompanhasse ao primeiro-ministro ou ao presidente da Índia para dizer que naquele terreno, origem de tanta violência, ela gostaria de construir um centro de acolhimento para um serviço à humanidade sofredora.

"As Missionárias da Caridade estavam dispostas a administrar esta casa. Embora apreciando a ideia, disse-lhes que, sinceramente, não tinha intenção de entrar nessa questão que na época era extremamente politizada, mas as incentivei a prosseguirem em seu projeto" – frisou o prelado.

"Penso que transformar aquele local num centro de assistência aos pobres e sofredores seria uma ótima maneira para acabar com o conflito e gerar um bem para toda a nação a partir de um caso que causou tanto ódio e sangue" – disse ainda o bispo.

Os confrontos de Ayodhya causaram, em 1992, mais de 2 mil mortos depois que os fundamentalistas hinduístas destruíram a mesquita de Babri, reivindicando a presença antecedente de um templo do deus Rama naquele local. Após um longo processo, o episódio parecia estar próximo da conclusão, mas no último dia 24 a Suprema Corte marcou uma nova audiência para hoje, dia 28.

A audiência poderá durar alguns dias. As partes em causa desejam uma sentença, mas as autoridades civis temem que a decisão possa provocar novas tensões entre hinduístas e muçulmanos. (MJ)

Atualidades

ISRAEL: CORTE SUPREMA DECIDE PELO FIM DA SEGREGAÇÃO EM BAIRRO ULTRA-ORTODOXO

◊ Israel, 28 set (RV) - A Corte Suprema de Israel declarou hoje a ilegalidade da prática em uso no bairro histórico ultra-ortodoxo de Mea Sharim, segundo a qual homens e mulheres devem andar em calçadas separadas. A Corte autorizou ainda que um grupo feminista realize amanhã a marcha de protesto que organizou contra a segregação para essa área de Jerusalém.

O veredicto é uma resposta a uma ação apresentada à Corte por esse grupo feminista. De acordo com os juízes que julgaram o caso, a imposição de calçadas separadas para homens e mulheres viola o princípio do Estado de Direito e da Igualdade de Gêneros.

A Corte também deu ordens às autoridades de segurança pública para que impeçam a tentativa de ação de um grupo instruído pelos rabinos de Mea Sharim, cuja incumbência é manter o respeito às normas e às restrições dos líderes religiosos ultra-ortodoxos do bairro, entre elas, não permitir que homens e mulheres andem pela mesma calçada.

Quanto à marcha do grupo feminista, o maior órgão judicial de Israel julgou ser um ato legítimo de defesa dos direitos das mulheres. Por isso, a manifestação vai ser acompanhada pela polícia, que deverá garantir a segurança dos participantes e a ordem pública. (ED)

REINO UNIDO: JEJUM EM PROL DAS CRIANÇAS DE RUANDA

◊ Londres, 28 set (RV) - Na próxima sexta-feira, 1º de outubro, a Igreja inglesa celebra o “Harvest fast day”, o dia dedicado ao jejum e à coleta de fundos promovido pela Cafod, a mais importante instituição de caridade católica do país para as ajudas ao Terceiro Mundo.

Milhares, nas escolas e paróquias do Reino Unido, renunciarão a uma refeição para doar o seu valor monetário às crianças vítimas do genocídio em Ruanda, às quais é dedicada à edição deste ano. Em 2009 – destaca a agência Sir – a iniciativa recolheu cerca de 1,7 milhões de euros.

Símbolo da campanha 2010 é Jeanne, como explica Lucy Cork, porta-voz da CAFOD: “Ajudamos Jeanne desde quando ela tinha três anos. Os pais de Jeanne foram mortos diante de seus olhos, durante o genocídio em Ruanda, que causou a morte de um milhão de pessoas em 100 dias.

“Hoje Jeanne tem 18 anos, começou a trabalhar e é membro de uma família, mas os efeitos do trauma tornam ainda a sua vida difícil”. O exemplo de Jeanne mostra como a CAFOD ajuda durante anos as pessoas com necessidade. No site (www.cafod.org.uk), onde há subsídios para as escolas e paróquias que organizarão atividades relacionadas com o Harvest fast day, a Charity recorda, no entanto, que não é só o dinheiro que muda a vida, mas que através da oração e da participação em eventos como esse, todos podem fazer sua parte para derrotar a pobreza. (SP)

BURUNDI: ASSASSINATOS EM SÉRIE EM ALGUMAS PARTES DO PAÍS

◊ Roma, 28 set (RV) - “É uma situação preocupante que ameaça nos levar de volta aos anos sombrios da guerra civil”, afirma à agência Fides uma fonte da Igreja de Bujumbura, capital do Burundi, que por motivos de segurança não quis ser citada. Uma série de assassinatos em algumas partes do país está causando consternação entre a população. Nas últimas semanas, foram encontrados corpos mutilados de dezenas de pessoas ao longo do rio Rusizi, no oeste do país. A área era o feudo das Forças Nacionais de Libertação (FNL), o último grupo guerrilheiro a assinar um acordo de paz com o Estado em 2005.

“O governo afirma que esses atos violentos são cometidos por bandidos, porque os crimes são acompanhados de roubo de animais e destruição das colheitas, mas a população sabe que é um grupo de rebeldes que está agindo dessa maneira”, disse a fonte da Fides. Entre os meses de maio e julho no Burundi foram realizadas eleições locais, presidenciais e legislativas, marcadas por ataques e pelo boicote de uma dezena de partidos da oposição, que acusaram o partido do Presidente Pierre Nkurunziza, de fraude nas eleições de 24 de maio. Nkurunziza foi reeleito chefe de Estado nas eleições de 28 de junho.

“Temo que a exclusão da normal corrida eleitoral de vários partidos levou a parte mais radical da oposição a recorrer à violência. Os bispos após as eleições tinham declarado que, naquilo que eles foram capazes de verificar, através de observadores eleitorais da igreja, as eleições tinham sido regulares; mas convidaram a maioria a buscar o diálogo com a oposição, que havia boicotado o voto”, recorda a fonte da Fides. O ex-chefe das Forças Nacionais de Libertação, Agathon Rwasa, dirigiu um apelo ao Secretário Geral da ONU a intervir para impedir que o Burundi afunde em uma guerra civil.

Enquanto isso, no leste do país, uma série de incêndios ameaça o ecossistema. Em Cankuzo e no parque Ruvuvu o fogo destruiu inteiras colinas. Os incêndios são causados pela forte seca, mas sobretudo pela imperícia do homem. “São os criadores de gado, que em busca de novas pastagens queimam a floresta, porque, depois a grama cresce rapidamente”, diz a fonte da Fides. Os criadores são incentivados a agir desse modo, também pelo fato de que o exército fechou algumas áreas tradicionais de pastagem, para utilizá-las em exercícios militares para os soldados a serem enviados em missões de paz no exterior. (SP)

© Rádio Vaticano 2010

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