Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Papa e Santa Sé

BENTO XVI: IGREJA NÃO PODE FICAR INDIFERENTE DIANTE DOS MALES DA SOCIEDADE

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, ao meio-dia desta segunda-feira, no Vaticano, o novo Embaixador de El Salvador junto à Santa Sé, Manuel Roberto López Barrera, para a apresentação de suas credenciais.

No discurso endereçado ao diplomata salvadorenho, o Santo Padre ressalta o precioso patrimônio cristão do país e o importante papel da Igreja na promoção da paz e do desenvolvimento. Também em El Salvador – recorda o Papa – a Igreja promove, "no âmbito de suas específicas competências, com autonomia e liberdade... o bem comum em todas as suas dimensões".

Através do anúncio do Evangelho e testemunhando o amor de Deus sem fazer exclusões, a Igreja contribui para "erradicar a pobreza" e para "lutar contra a violência, a impunidade e o narcotráfico, que estão causando tantas devastações, em particular, entre os jovens".

El Salvador, saído em 1992 de uma desastrosa guerra civil que durou mais de dez anos, está prosseguindo o processo de pacificação interna: mas a situação permanece frágil, com uma economia fraca, baseada numa agricultura ligada ao latifúndio, uma dívida externa muito elevada, uma alta taxa de criminalidade e um analfabetismo que supera 20%.

O Papa recorda que a Igreja "não pode olhar com indiferença" para tudo isso e, em particular, não pode silenciar quando são atingidas "exigências fundamentais como a justa distribuição da riqueza, a honestidade no exercício das funções públicas ou a independência dos juízes".

Em seguida, o Pontífice lança um apelo a se trabalhar pela definitiva reconciliação, reiterando que "com a violência não se alcança nada, mas tudo piora", porque "é um beco sem saída, um mal detestável e inadmissível", uma sedução que engana a pessoa e a deixa indignada.

Em seguida, o Pontífice faz referência ao papel das forças de polícia e de segurança, chamadas a assegurar, "no quadro da legalidade, o bem-estar da população". Ao mesmo tempo, evoca "a inviolável dignidade da vida humana desde sua concepção até seu término natural – assim como também a Constituição do país proclama – o valor da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher e o direito dos pais a educar os filhos segundo as suas convicções morais e espirituais".

Por fim, o Papa ressalta "a presença agressiva das seitas, que se mostram como uma fácil e cômoda resposta religiosa", mas que "minam a cultura e os costumes que ao longo dos séculos plasmaram a identidade salvadorenha, ofuscando a beleza da mensagem evangélica". (RL)


PAPA: IGREJA CONTINUARÁ OFERECENDO MELHOR DE SI AO POVO COLOMBIANO

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - Bento XVI recebeu, na manhã desta segunda-feira, o Embaixador da Colômbia junto à Santa Sé, César Mauricio Velásquez Ossa, para a apresentação das credenciais.

Em seu discurso, o pontífice recordou que este ano a Colômbia celebra o Bicentenário de Independência e que tal comemoração deve intensificar iniciativas e medidas em favor da segurança, paz, concórdia e o desenvolvimento integral de todos os colombianos.

O Papa ressaltou que a Igreja Católica sempre esteve presente nos acontecimentos históricos da Colômbia, desempenhando sempre um papel importante e decisivo. "O abnegado trabalho de tantos bispos, presbíteros, religiosos e leigos deixou marcas indeléveis em vários setores de seu país, como a cultura, a arte, a saúde, a convivência social e a construção da paz" – disse o pontífice ao embaixador.

O Santo Padre reiterou que a Igreja continuará oferecendo o melhor de si ao povo colombiano, sendo solidária às suas aspirações. "A Igreja deseja somente servir aos fiéis e todos aqueles que a ela abrirem as portas de seus corações, com mãos estendidas e sempre disposta a fortalecer tudo aquilo que promove a educação das novas gerações, o cuidado para com os enfermos, o respeito pelos povos indígenas e suas tradições, a erradicação da pobreza, do narcotráfico e da corrupção, a atenção aos encarcerados, desprezados, emigrantes e trabalhadores, como também a assistência às famílias necessitadas" – frisou Bento XVI.

O Papa recordou que este ano completam-se 165 anos de cooperação e cordiais relações entre Colômbia e Santa Sé.

Bento XVI lembrou as pessoas que na Colômbia foram cruelmente privadas da liberdade e prometeu rezar pelas vítimas da violência, em todas as suas formas, para que Deus ponha fim a tanto sofrimento e que todos os colombianos possam viver reconciliados e em paz em sua abençoada terra. (MJ)


PAPA ESCREVE CARTA AOS SEMINARISTAS

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - Foi publicada nesta segunda-feira, dia 18 de outubro, a Carta que Bento XVI escvreveu aos seminaristas de todo o mundo. Publicamos o texto na íntegra.

Queridos Seminaristas,

Em Dezembro de 1944, quando fui chamado para o serviço militar, o comandante de companhia perguntou a cada um de nós a profissão que sonhava ter no futuro. Respondi que queria tornar-me sacerdote católico. O subtenente replicou: Nesse caso, convém-lhe procurar outra coisa qualquer; na nova Alemanha, já não há necessidade de padres. Eu sabia que esta «nova Alemanha» estava já no fim e que, depois das enormes devastações causadas por aquela loucura no país, mais do que nunca haveria necessidade de sacerdotes. Hoje, a situação é completamente diversa; porém de vários modos, mesmo em nossos dias, muitos pensam que o sacerdócio católico não seja uma «profissão» do futuro, antes pertenceria já ao passado. Contrariando tais objecções e opiniões, vós, queridos amigos, decidistes-vos a entrar no Seminário, encaminhando-vos assim para o ministério sacerdotal na Igreja Católica. E fizestes bem, porque os homens sempre terão necessidade de Deus – mesmo na época do predomínio da técnica no mundo e da globalização –, do Deus que Se mostrou a nós em Jesus Cristo e nos reúne na Igreja universal, para aprender, com Ele e por meio d’Ele, a verdadeira vida e manter presentes e tornar eficazes os critérios da verdadeira humanidade. Sempre que o homem deixa de ter a noção de Deus, a vida torna-se vazia; tudo é insuficiente. Depois o homem busca refúgio na alienação ou na violência, ameaça esta que recai cada vez mais sobre a própria juventude. Deus vive; criou cada um de nós e, por conseguinte, conhece a todos. É tão grande que tem tempo para as nossas coisas mais insignificantes: «Até os cabelos da vossa cabeça estão contados». Deus vive, e precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros. Sim, tem sentido tornar-se sacerdote: o mundo tem necessidade de sacerdotes, de pastores hoje, amanhã e sempre enquanto existir.

O Seminário é uma comunidade que caminha para o serviço sacerdotal. Nestas palavras, disse já algo de muito importante: uma pessoa não se torna sacerdote, sozinha. É necessária a «comunidade dos discípulos», o conjunto daqueles que querem servir a Igreja de todos. Com esta carta, quero evidenciar – olhando retrospectivamente também para o meu tempo de Seminário – alguns elementos importantes para o vosso caminho a fazer nestes anos.

1. Quem quer tornar-se sacerdote, deve ser sobretudo um «homem de Deus», como o apresenta São Paulo (1 Tm 6, 11). Para nós, Deus não é uma hipótese remota, não é um desconhecido que se retirou depois do «big-bang». Deus mostrou-Se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo, vemos o rosto de Deus. Nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco. Por isso, o elemento mais importante no caminho para o sacerdócio e ao longo de toda a vida sacerdotal é a relação pessoal com Deus em Jesus Cristo. O sacerdote não é o administrador de uma associação qualquer, cujo número de membros se procura manter e aumentar. É o mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si. Por isso, queridos amigos, é muito importante aprenderdes a viver em permanente contacto com Deus. Quando o Senhor fala de «orar sempre», naturalmente não pede para estarmos continuamente a rezar por palavras, mas para conservarmos sempre o contacto interior com Deus. Exercitar-se neste contacto é o sentido da nossa oração. Por isso, é importante que o dia comece e acabe com a oração; que escutemos Deus na leitura da Sagrada Escritura; que Lhe digamos os nossos desejos e as nossas esperanças, as nossas alegrias e sofrimentos, os nossos erros e o nosso agradecimento por cada coisa bela e boa, e que deste modo sempre O tenhamos diante dos nossos olhos como ponto de referência da nossa vida. Assim tornamo-nos sensíveis aos nossos erros e aprendemos a trabalhar para nos melhorarmos; mas tornamo-nos sensíveis também a tudo o que de belo e bom recebemos habitualmente cada dia, e assim cresce a gratidão. E, com a gratidão, cresce a alegria pelo facto de que Deus está perto de nós e podemos servi-Lo.

2. Para nós, Deus não é só uma palavra. Nos sacramentos, dá-Se pessoalmente a nós, através de elementos corporais. O centro da nossa relação com Deus e da configuração da nossa vida é a Eucaristia; celebrá-la com íntima participação e assim encontrar Cristo em pessoa deve ser o centro de todas as nossas jornadas. Para além do mais, São Cipriano interpretou a súplica do Evangelho «o pão nosso de cada dia nos dai hoje», dizendo que o pão «nosso», que, como cristãos, podemos receber na Igreja, é precisamente Jesus eucarístico. Por conseguinte, na referida súplica do Pai Nosso, pedimos que Ele nos conceda cada dia este pão «nosso»; que o mesmo seja sempre o alimento da nossa vida, que Cristo ressuscitado, que Se nos dá na Eucaristia, plasme verdadeiramente toda a nossa vida com o esplendor do seu amor divino. Para uma recta celebração eucarística, é necessário aprendermos também a conhecer, compreender e amar a liturgia da Igreja na sua forma concreta. Na liturgia, rezamos com os fiéis de todos os séculos; passado, presente e futuro encontram-se num único grande coro de oração. A partir do meu próprio caminho, posso afirmar que é entusiasmante aprender a compreender pouco a pouco como tudo isto foi crescendo, quanta experiência de fé há na estrutura da liturgia da Missa, quantas gerações a formaram rezando.

3. Importante é também o sacramento da Penitência. Ensina a olhar-me do ponto de vista de Deus e obriga-me a ser honesto comigo mesmo; leva-me à humildade. Uma vez o Cura d’Ars disse: Pensais que não tem sentido obter a absolvição hoje, sabendo entretanto que amanhã fareis de novo os mesmos pecados. Mas – assim disse ele – o próprio Deus neste momento esquece os vossos pecados de amanhã, para vos dar a sua graça hoje. Embora tenhamos de lutar continuamente contra os mesmos erros, é importante opor-se ao embrutecimento da alma, à indiferença que se resigna com o facto de sermos feitos assim. Na grata certeza de que Deus me perdoa sempre de novo, é importante continuar a caminhar, sem cair em escrúpulos mas também sem cair na indiferença, que já não me faria lutar pela santidade e o aperfeiçoamento. E, deixando-me perdoar, aprendo também a perdoar aos outros; reconhecendo a minha miséria, também me torno mais tolerante e compreensivo com as fraquezas do próximo.

4. Mantende em vós também a sensibilidade pela piedade popular, que, apesar de diversa em todas as culturas, é sempre também muito semelhante, porque, no fim de contas, o coração do homem é o mesmo. É certo que a piedade popular tende para a irracionalidade e, às vezes, talvez mesmo para a exterioridade. No entanto, excluí-la, é completamente errado. Através dela, a fé entrou no coração dos homens, tornou-se parte dos seus sentimentos, dos seus costumes, do seu sentir e viver comum. Por isso a piedade popular é um grande património da Igreja. A fé fez-se carne e sangue. Seguramente a piedade popular deve ser sempre purificada, referida ao centro, mas merece a nossa estima; de modo plenamente real, ela faz de nós mesmos «Povo de Deus».

5. O tempo no Seminário é também e sobretudo tempo de estudo. A fé cristã possui uma dimensão racional e intelectual, que lhe é essencial. Sem tal dimensão, a fé deixaria de ser ela mesma. Paulo fala de uma «norma da doutrina», à qual fomos entregues no Baptismo (Rm 6, 17). Todos vós conheceis a frase de São Pedro, considerada pelos teólogos medievais como a justificação para uma teologia elaborada racional e cientificamente: «Sempre prontos a responder (…) a todo aquele que vos perguntar “a razão” (logos) da vossa esperança» (1 Ped 3, 15). Adquirir a capacidade para dar tais respostas é uma das principais funções dos anos de Seminário. Tudo o que vos peço insistentemente é isto: Estudai com empenho! Fazei render os anos do estudo! Não vos arrependereis. É certo que muitas vezes as matérias de estudo parecem muito distantes da prática da vida cristã e do serviço pastoral. Mas é completamente errado pôr-se imediatamente e sempre a pergunta pragmática: Poderá isto servir-me no futuro? Terá utilidade prática, pastoral? É que não se trata apenas de aprender as coisas evidentemente úteis, mas de conhecer e compreender a estrutura interna da fé na sua totalidade, de modo que a mesma se torne resposta às questões dos homens, os quais, do ponto de vista exterior, mudam de geração em geração e todavia, no fundo, permanecem os mesmos. Por isso, é importante ultrapassar as questões volúveis do momento para se compreender as questões verdadeiras e próprias e, deste modo, perceber também as respostas como verdadeiras respostas. É importante conhecer a fundo e integralmente a Sagrada Escritura, na sua unidade de Antigo e Novo Testamento: a formação dos textos, a sua peculiaridade literária, a gradual composição dos mesmos até se formar o cânon dos livros sagrados, a unidade dinâmica interior que não se nota à superfície, mas é a única que dá a todos e cada um dos textos o seu pleno significado. É importante conhecer os Padres e os grandes Concílios, onde a Igreja assimilou, reflectindo e acreditando, as afirmações essenciais da Escritura. E poderia continuar assim: aquilo que designamos por dogmática é a compreensão dos diversos conteúdos da fé na sua unidade, mais ainda, na sua derradeira simplicidade, pois cada um dos detalhes, no fim de contas, é apenas explanação da fé no único Deus, que Se manifestou e continua a manifestar-Se a nós. Que é importante conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica, não será preciso que vo-lo diga expressamente. Quão importante seja hoje a teologia ecuménica, conhecer as várias comunidade cristãs, é evidente; e o mesmo se diga da necessidade duma orientação fundamental sobre as grandes religiões e, não menos importante, sobre a filosofia: a compreensão daquele indagar e questionar humano ao qual a fé quer dar resposta. Mas aprendei também a compreender e – ouso dizer – a amar o direito canónico na sua necessidade intrínseca e nas formas da sua aplicação prática: uma sociedade sem direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O direito é condição do amor. Agora não quero continuar o elenco, mas dizer-vos apenas e uma vez mais: Amai o estudo da teologia e segui-o com diligente sensibilidade para ancorardes a teologia à comunidade viva da Igreja, a qual, com a sua autoridade, não é um pólo oposto à ciência teológica, mas o seu pressuposto. Sem a Igreja que crê, a teologia deixa de ser ela própria e torna-se um conjunto de disciplinas diversas sem unidade interior.

6. Os anos no Seminário devem ser também um tempo de maturação humana. Para o sacerdote, que terá de acompanhar os outros ao longo do caminho da vida e até às portas da morte, é importante que ele mesmo tenha posto em justo equilíbrio coração e intelecto, razão e sentimento, corpo e alma, e que seja humanamente «íntegro». Por isso, a tradição cristã sempre associou às «virtudes teologais» as «virtudes cardeais», derivadas da experiência humana e da filosofia, e também em geral a sã tradição ética da humanidade. Di-lo, de maneira muito clara, Paulo aos Filipenses: «Quanto ao resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, nobre e justo, tudo o que é puro, amável e de boa reputação, tudo o que é virtude e digno de louvor, isto deveis ter no pensamento» (4, 8). Faz parte deste contexto também a integração da sexualidade no conjunto da personalidade. A sexualidade é um dom do Criador, mas também uma função que tem a ver com o desenvolvimento do próprio ser humano. Quando não é integrada na pessoa, a sexualidade torna-se banal e ao mesmo tempo destrutiva. Vemos isto, hoje, em muitos exemplos da nossa sociedade. Recentemente, tivemos de constatar com grande mágoa que sacerdotes desfiguraram o seu ministério, abusando sexualmente de crianças e adolescentes. Em vez de levar as pessoas a uma humanidade madura e servir-lhes de exemplo, com os seus abusos provocaram devastações, pelas quais sentimos profunda pena e desgosto. Por causa de tudo isto, pode ter-se levantado em muitos, e talvez mesmo em vós próprios, esta questão: se é bom fazer-se sacerdote, se o caminho do celibato é sensato como vida humana. Mas o abuso, que há que reprovar profundamente, não pode desacreditar a missão sacerdotal, que permanece grande e pura. Graças a Deus, todos conhecemos sacerdotes convincentes, plasmados pela sua fé, que testemunham que, neste estado e precisamente na vida celibatária, é possível chegar a uma humanidade autêntica, pura e madura. Entretanto o sucedido deve tornar-nos mais vigilantes e solícitos, levando precisamente a interrogarmo-nos cuidadosamente a nós mesmos diante de Deus ao longo do caminho rumo ao sacerdócio, para compreender se este constitui a sua vontade para mim. É função dos padres confessores e dos vossos superiores acompanhar-vos e ajudar-vos neste percurso de discernimento. É um elemento essencial do vosso caminho praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus que Se manifestou em Cristo, e deixar-se incessantemente purificar por Ele.

7. Hoje os princípios da vocação sacerdotal são mais variados e distintos do que nos anos passados. Muitas vezes a decisão para o sacerdócio desponta nas experiências de uma profissão secular já assumida. Frequentemente cresce nas comunidades, especialmente nos movimentos, que favorecem um encontro comunitário com Cristo e a sua Igreja, uma experiência espiritual e a alegria no serviço da fé. A decisão amadurece também em encontros muito pessoais com a grandeza e a miséria do ser humano. Deste modo os candidatos ao sacerdócio vivem muitas vezes em continentes espirituais completamente diversos; poderá ser difícil reconhecer os elementos comuns do futuro mandato e do seu itinerário espiritual. Por isso mesmo, o Seminário é importante como comunidade em caminho que está acima das várias formas de espiritualidade. Os movimentos são uma realidade magnífica; sabeis quanto os aprecio e amo como dom do Espírito Santo à Igreja. Mas devem ser avaliados segundo o modo como todos se abrem à realidade católica comum, à vida da única e comum Igreja de Cristo que permanece uma só em toda a sua variedade. O Seminário é o período em que aprendeis um com o outro e um do outro. Na convivência, por vezes talvez difícil, deveis aprender a generosidade e a tolerância não só suportando-vos mutuamente, mas também enriquecendo-vos um ao outro, de modo que cada um possa contribuir com os seus dotes peculiares para o conjunto, enquanto todos servem a mesma Igreja, o mesmo Senhor. Esta escola da tolerância, antes do aceitar-se e compreender-se na unidade do Corpo de Cristo, faz parte dos elementos importantes dos anos de Seminário.

Queridos seminaristas! Com estas linhas, quis mostrar-vos quanto penso em vós precisamente nestes tempos difíceis e quanto estou unido convosco na oração. Rezai também por mim, para que possa desempenhar bem o meu serviço, enquanto o Senhor quiser. Confio o vosso caminho de preparação para o sacerdócio à protecção materna de Maria Santíssima, cuja casa foi escola de bem e de graça. A todos vos abençoe Deus omnipotente Pai, Filho e Espírito Santo.
Vaticano, 18 de Outubro – Festa de São Lucas, Evangelista – do ano 2010.

Vosso no Senhor

Benedictus PP XVI

RÉQUIEM DE VERDI EM HOMENAGEM AO PAPA

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - “Um momento de verdadeira beleza capaz de elevar nosso espírito”: foi o disse o Papa falando brevemente em alemão na conclusão da execução da Missa de Réquiem de Giuseppe Verdi, na noite de sábado na Sala Paulo VI. O concerto, com a presença dos padres sinodais, foi oferecido ao Pontífice pelo diretor e compositor Enoch Zu Guttenberg, que dirigiu a Comunidade Coral de Neubeuern e a Orquestra de Klang-Verwaltung

Nas palavras de agradecimento proferidas no final do concerto Bento XVI definiu a Missa de Requiem de Verdi “uma tentativa de superar o grito do desespero perante a morte, para encontrar o desejo de vida que se torna premente e silenciosa oração.

“Libera me, Domine….Esta catedral musical – acrescentou o Papa – revela-se como descrição do drama espiritual do homem diante de Deus Onipotente, do homem que não pode iludir a pergunta eterna sobre a própria existência. O grande afresco musical desta tarde – disse o Papa a concluir - renova em nós a certeza das palavras de Santo Agostinho: “Inquietum est cor nostrum, donec requiescat in te - O nosso coração está inquieto enquanto não repousa em ti!”.

A Missa de Requiem de Giuseppe Verdi, dirigida por Guttenberg teve como solistas: Susanne Bernhard, soprano; Gerhild Romberger meio soprano; o tenor Reto Rosin, e Yorck Felix Speer, baixo. (SP)

CORAL DA CAPELA SISTINA TEM NOVO DIRETOR

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - Bento XVI nomeou diretor da Capela Musical Pontifícia, chamada de “Capela Sistina”, o salesiano Padre Massimo Palombella, professor da Pontifícia Universidade Salesiana, fundador e diretor do Coro Inter-Universitário de Roma.

Padre Palombella, que sucede no cargo Mons. Giuseppe Liberto – responsável pelo Coral da Capela Sistina, desde 1997 - nasceu em Turim em 25 de dezembro de 43 anos atrás. Sacerdote da Congregação dos Salesianos no dia 7 de setembro de 1996, estudou filosofia e teologia, obtendo um Doutorado em teologia. (SP)

SÍNODO DOS BISPOS: CRISTÃOS DO ORIENTE MÉDIO NÃO ESTÃO SOZINHOS

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - O Sínodo para o Oriente Médio, em andamento no Vaticano com o tema "comunhão e testemunho", teve uma manhã densa de trabalhos nesta segunda-feira.

De fato, na presença do Papa, o Patriarca de Alexandria dos Coptas no Egito e relator do Sínodo, Antonios Naguib, e o Arcebispo de Chipre dos Maronitas e Secretário especial do Sínodo, Joseph Soueif, apresentaram o "Relatório após a discussão" em que foram resumidos os temas principais tratados até então no Sínodo, baseado nos quais serão elaboradas as Proposições finais.

Na parte da tarde, os trabalhos prosseguiram, a portas fechadas, com os Círculos menores.

Segundo o Relatório do Patriarca Naguib, os temas até então tratados são muitos, mas há uma única certeza: os cristãos do Oriente Médio não estão sozinhos.

Parte-se da importância da Palavra de Deus, do fato que ser cristãos significa ser missionários e que o anúncio religioso pacífico não é proselitismo, porque Jesus pede aos cristãos não que convençam, mas que testemunhem o Evangelho com alegria.

Em seguida, foram reiteradas a liberdade religiosa e de consciência, a igualdade dos cidadãos diante da lei, a importância da mídia – instrumento potente e precioso na difusão da mensagem evangélica. Destacadas também as escolas e universidades – lugar privilegiado da coexistência pacífica – que devem ser apoiadas.

No espaço reservado à política, condena-se a violência, venha de onde vier; expressa-se solidariedade aos palestinos, cuja situação atual – lê-se no Relatório – favorece o fundamentalismo, e se pede à comunidade internacional que considere a dramática situação dos cristãos no Iraque.

Apresenta-se também como central, no Relatório, o tema da emigração: é um direito natural, diz o Sínodo, mas não deve ser encorajado como escolha preferível, mais que isso, é preciso favorecer a paz e o desenvolvimento, para que os cristãos permaneçam no Oriente Médio.

O olhar da Assembléia sinodal estende-se também à diáspora, fazendo votos para que as Igrejas do Oriente mantenham os contatos com os fiéis também fora do país de origem. E a questão da migração diz respeito também àqueles que migram na região, como os africanos e os asiáticos, que muitas vezes são explorados no âmbito do trabalho, ao tempo em que, ao invés, devem ser acolhidos e ajudados.

Dá-se atenção também aos jovens e às mulheres, força do presente e do futuro, bem como aos leigos e às novas realidades eclesiais, e ao valor da vida monástica contemplativa, que deve ser redescoberta.

O Relatório sugere também uma espécie de "banco de sacerdotes" e um "banco para os leigos", de modo a se ter sempre "pessoas prontas a irem até os fiéis presentes nas áreas em dificuldades".

Quanto ao diálogo ecumênico, os padres sinodais reiteram – na esteira de Bento XVI – que sem comunhão não há testemunho e que a divisão é um escândalo. É preciso fazer um esforço sincero para superar os preconceitos – diz a Assembléia sinodal.

Em seguida, propõem a participação dos patriarcas no Conclave (assembleia de cardeais para a eleição do Papa, ndr) e a se pensar uma forma nova do exercício do primado que não prejudique a missão do Bispo de Roma e que se inspire nas formas eclesiais do Primeiro milênio. Trata-se de um tema delicado – reconhece o Sínodo – que poderia ser estudado por uma comissão pluridisciplinar formada para isso, encarregada pelo Papa. (RL)

SÍNODO: OS CRISTÃOS SÃO PARTE ESSENCIAL DO MUNDO ÁRABE

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - O Vigário General do Patriarcado de Babilônia dos Caldeus (Jordânia), Pe. Raymond Moussalli; e o Conselheiro político do grão muftí do Líbano, Muhammad Al-Sammak, falaram nos dias passados ao Padres Sinodais no âmbito do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio que se realiza no Vaticano. Ambos afirmaram que os cristãos são parte essencial do mundo árabe.

Padre Moussalli assinalou em seu discurso: “nós cristãos, somos parte da história e da cultura desta região do Oriente Médio e se fossemos obrigados a abandoná-la, perderíamos nossa identidade já na próxima geração. Por isso espero que do Sínodo brote a necessidade de estabelecer uma colaboração mais estreita entre os chefes das várias Igrejas no diálogo recíproco com os irmãos muçulmanos moderados”.

Em seguida o sacerdote denunciou que “existe uma campanha deliberada para mandar os cristãos para fora do país. Existem também planos demoníacos de grupos fundamentalistas, não apenas contra os cristãos no Iraque, mas contra os cristãos em todo o Oriente Médio”.

Finalmente expressou a necessidade de “sensibilizar a comunidade internacional para que não permaneça em silêncio diante do massacre dos cristãos do Iraque e dos países de tradição católica, para que façam algo pelos cristãos iraquianos, começando pela pressão sobre o governo local. Estamos atravessando um tempo dramático por causa da emigração das famílias e da perda de nosso povo que ainda usa a língua aramaica falada por nosso Senhor Jesus Cristo”.

Por sua vez o líder muçulmano Al-Sammak denunciou a “falta de respeito pelos direitos dos cidadãos com plena igualdade diante da lei de alguns países” e ressaltou que os cristãos são considerados no Corão como "os mais amigos dos crentes".

No seu discurso ele rechaçou o extremismo e reafirmou a necessidade de difundir uma cultura de moderação. Também explicou que “a presença cristã no Oriente, que atua junto com os muçulmanos, é uma necessidade tanto cristã como islâmica. É uma necessidade não somente para o Oriente mas para o mundo inteiro". (SP)

OS JOVENS E O ECUMENISMO

◊ Cidade do Vaticano, 18 out (RV) - O esboço da Mensagem final apresentada pelo Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio é um longo apelo: um apelo aos fiéis a que perseverem nas dificuldades e se empenhem no testemunho do amor a Deus.

As religiões podem viver juntas, não obstante as feridas, afirma o Sínodo. As igrejas e as mesquitas sejam abertas a todos e sejam um espaço de reconciliação e de perdão.

Neste cenário de diálogo inter-religioso o nosso olhar se volta também para os jovens da Terra Santa, esperança de que o cristianismo continue presente nos Lugares Santos. Certamente os jovens são uma realidade importante para aquela terra, mas não somente, são importantes para todas as realidades da Igreja presente em todo o mundo. Uma realidade importante também para o diálogo ecumênico. Mas qual é o papel do jovem neste diálogo. Quem nos responde é o Padre Dehoninano, Macial Maçaneiro, especialista em ecumenismo. (SP)


Igreja no Mundo

LISBOA: MISSA CELEBRADA DE CAPACETE EM SINAL DE PROTESTO

◊ Lisboa, 18 out (RV) - Na igreja paroquial de Santo Antônio de Campolide, em Lisboa, foi celebrada, neste domingo, uma missa muito particular, com o sacerdote, Pe. João Nogueira, e os fieis – cerca de 150 – todos de capacete na cabeça, em sinal de protesto pelo estado de degradação a que o Governo deixou o imóvel chegar.

Os 120 capacetes encomendados pelo pároco não bastaram para todos os interessados, mas houve quem viesse precavido de casa, como uma família de cinco pessoas, que levou consigo as proteções normalmente utilizadas para andar de bicicleta.

Com exceção de uma ou outra cabeça descoberta, da entrada da igreja –classificada como imóvel de interesse público – podia-se ver, na manhã de ontem, uma mancha compacta de reluzentes capacetes brancos, do tipo utilizado nas construções.

Essa foi a forma encontrada pelo pároco, Pe. João Nogueira, para dar visibilidade à luta que vem travando há mais de 12 anos, para que o imóvel seja restaurado. Em causa está não só a degradação da igreja, mas também o fato de o Ministério da Fazenda recusar-se a restituir, gratuitamente, ao Patriarcado de Lisboa, a igreja que foi confiscada pelo Estado, três dias após a instauração da República.

"Há 100 anos, este templo pede que se faça justiça; e há 100 anos, essa justiça não vem sendo feita" – disse o pároco de Campolide, em sua homilia, na qual teceu fortes críticas à atitude do ministro Teixeira dos Santos, acusando-o de usar de "hipocrisia".

Equipado, ele também, de capacete branco, Pe. João Nogueira sublinhou o avançado estado de degradação em que se encontra a igreja que, segundo ele, está "prestes a ruir".
As duras palavras de Pe. João Nogueira – que não havia informado da iniciativa o cardeal-patriarca de Lisboa, José da Cruz Policarpo – foram recebidas com entusiasmo pela plateia de fieis, que não resistiu a brindá-lo com uma sonora e sentida salva de palmas. (AF)

ALEMANHA: DEBATE SOBRE IMIGRAÇÃO

◊ Berlim, 18 out (RV) - O atual debate sobre imigração e sobre o islamismo na Alemanha atingiu o tom de alarme, e isso impede o processo de integração. A denúncia é do Presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZDK), Alois Glück, em entrevista à agência de imprensa católica alemã KNA. “Qualquer pessoa que age somente de acordo com seu humor - disse Glück -, somente ajuda os populistas”. “Os imigrantes e os muçulmanos que já estão integrados ou querem se integrar são colocados no mesmo nível e criticados. Não há reconhecimento por aquilo que fazem. E na população se difundem imagens e ideias negativas, como se cada muçulmanos fosse um problema e um suspeitado. A grande tarefa de integração é sobrecarregada por uma discussão indiferenciada”.

Sobre as atividades da Igreja a esse respeito, Glück disse: “As igrejas desempenham um importante trabalho de integração concreta através de seus serviços sociais”. “O que é importante - acrescentou – é enfrentar de forma aberta e honesta problemas e diversidades de pontos de vista e que os representantes do Islã na Alemanha analisem o que eles precisam mudar e sobre como criar confiança”. (SP)


Atualidades

EUA: DALAI LAMA APELA POR EQUILÍBRIO ENTRE CIÊNCIA E RELIGIÃO

◊ Atlanta, 18 out (RV) - O Dalai Lama Tenzin Gyatso está visitando um curso universitário na Geórgia, que busca promover o equilíbrio entre ciência e espiritualidade. O líder político e espiritual tibetano concedeu uma entrevista coletiva neste domingo, na Universidade de Emory, Atlanta, EUA, sede da Iniciativa de Ciência Emory-Tibete, agora em seu terceiro ano.

A iniciativa trabalha num currículo de ciências para os monges budistas e religiosos da Índia. O reitor da Universidade de Emory, James W. Wagner, apresentou ao Dalai Lama, neste domingo, os livros didáticos traduzidos para o idioma tibetano.

Durante a visita de três dias, o Dalai Lama ensinará, fará palestras e se atualizará sobre os rumos da Iniciativa de Ciência Emory-Tibete. Ele foi nomeado professor honorário da Universidade de Emory, e a visita foi o único compromisso em Universidades que o Dalai Lama aceitou. Sua última visita ao campus foi há três anos. (AF)


AFEGANISTÃO: FALTA DE ÁGUA E SABÃO NAS ESCOLAS PROVOCA DOENÇAS MORTAIS

◊ Cabul, 18 out (RV) - Milhões de crianças em todo o mundo aderiram ao Dia Mundial de Lavar as Mãos, celebrado no último dia 15.

As crianças se empenharam a lavar as mãos com sabão, como gesto simbólico, evidenciando a importância deste costume para prevenir o contágio de doenças muitas vezes mortais.

No Afeganistão, as escolas não dispõem de água potável suficiente para os quatro mil alunos matriculados e podem obtê-la somente em baldes dispostos ao ar livre, sem possibilidade de lavar as mãos. Em Cabul, a situação é particularmente grave nas áreas rurais. Em todo o país, existem cerca de doze mil e seiscentas escolas estatais, com mais de 7 milhões de alunos, 35% dos quais, meninas. A metade das escolas, principalmente nas áreas rurais, não possui um edifício e as aulas são feitas ao ar livre ou debaixo de tendas.

Segundo o UNICEF, a diarreia causada por água ou alimentos contaminados, causa a morte de cerca de 67.500 crianças afegãs a cada ano. Apenas 18% da população rural do país tem acesso a fontes de água seguras, como poços ou sistemas de encanamento hídrico, e uma a cada 10 famílias possui e utiliza serviços higiênicos como banheiros.

Nenhuma escola dispõe de sabão, mas um grupo de estudantes de 1.700 escolas de diversas áreas do país celebrou o dia com o sabão doado pelo UNICEF. Lavar as mãos com sabão na hora do almoço e após o uso do banheiro pode reduzir os índices de diarréia a mais de 40%. (MJ)

QUÊNIA: DÉCADA DA MULHER AFRICANA

◊ Nairóbi, 18 out (RV) - Realiza-se em Nairóbi, no Quênia, o fórum intitulado "Década da mulher africana" que conta com a participação de várias mulheres do mundo inteiro.

O evento, que se concluirá na próxima quinta-feira, pretende ver engajada a União Africana (UA) numa maciça campanha de apoio, até 2020, à iniciativas mantidas por mulheres para realizar pelo menos 53 projetos por ano a favor da igualdade de gênero.

A ministra queniana de Desenvolvimento Social, Infância e Gênero, Naomi Shaban, disse que "todo o continente africano precisa implantar medidas concretas para promover a igualdade de gênero. Se continuar ignorando o problema das mulheres na África, não poderá nunca se desenvolver rapidamente" – frisou Shaban.

A conferência pretende avaliar os progressos realizados a esse respeito e desenvolver ações concretas para acelerar a execução de metas articuladas em várias declarações e convenções

O fórum "Década da mulher africana" foi promovido pelo órgão "Mulheres da União Africana e Diretório de Desenvolvimento de Gênero", ligado à UA e aprovado, em outubro de 2009, pelos chefes de Estado da UA a fim de que os Estados membros possam ter, até 2020, uma representação equilibrada de mulheres e homens na política e cargos de decisão. (MJ)

BRASIL ELOGIADO EM RELATÓRIO DA ONU

◊ Nova York, 18 out (RV) – Em relação aos direitos humanos no Brasil, um relatório das Nações Unidas, apresentado durante a Assembléia Geral, elogiou o país em matéria de proteção aos direitos das crianças e adolescentes. O documento traz dados sobre abusos a menores constatados em todo o planeta e as ações dos diferentes governos contra esses episódios.

Segundo a Secretaria de Direitos Humanos, o Brasil tornou-se uma referência internacional por conta do serviço de denúncia Disque 100 e pela organização do 3º Congresso Mundial da Criança em 2008. Para os próximos anos, a preocupação será com a Copa de 2014, pois há uma relação histórica entre turismo e exploração sexual de crianças e adolescentes.

O relatório ressalta, porém, que as ações governamentais, em diversos países, contra a exploração sexual são muito fragmentadas, pouco eficazes e que, em muitos casos, se desconhece a magnitude do problema. (ED)

BRASIL: REFUGIADOS EM DEBATE

◊ São Paulo, 18 out (RV) - A semana começa, em São Paulo, com uma importante questão em debate: os refugiados. As Nações Unidas e organizações parceiras estão promovendo um simpósio, que se desenvolve hoje, dia 18, na capital paulista, sobre a situação dos refugiados no Brasil.

Segundo dados do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), o Brasil tem hoje mais de 4 mil refugiados, dos quais 1850 vivem em São Paulo, capital.

Provenientes de 80 países diferentes, a maioria vem de Angola, Colômbia, República Democrática do Congo, Libéria e Iraque. De acordo com a Rádio ONU, muitas dessas pessoas foram obrigadas a abandonar seus países e buscar um novo lar no exterior por motivos de conflitos, guerras e perseguições.

Para o chefe do Acnur, António Guterres, o mundo está vivendo uma crise global de refugiados, devido a conflitos prolongados em várias partes do mundo, a exemplo da Somália e do Afeganistão. (ED)


PARAÍBA: MEDIDA PROVISÓRIA EM PROTEÇÃO A MENORES

◊ João Pessoa, 18 out (RV) – Assinada a Medida Provisória que instituirá uma Comissão para o Enfrentamento à Violência Letal Contra Crianças e Adolescentes no Estado da Paraíba. O ato de assinatura realizou-se nesta sexta-feira, dia 15, e contou com a participação do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A comissão tem por objetivo fornecer ao Estado melhores condições para a promoção de estratégias de enfrentamento à violência que leva ao óbito crianças e adolescentes, e busca atender, em especial, o interior da Paraíba.

Instituída a comissão, o estado tem um prazo de 90 dias para a elaboração de um regimento interno. (ED)


RDC: MARCHA FEMININA LEVA 20 MIL MULHERES ÀS RUAS

◊ Bukavu, 18 out (RV) – Neste domingo, as ruas da cidade de Bukavu, na República Democrática do Congo, foram tomadas por milhares de mulheres que marchavam em prol dos direitos de todas as mulheres do mundo. A manifestação marcou o encerramento de cinco dias de debates entre associações e delegações de países dos cinco continentes.

De acordo com as organizadoras, aproximadamente 20 mil mulheres marcharam pela cidade, cantando e dançando. As participantes eram de diversas nacionalidades.

A iniciativa foi da Marcha Mundial das Mulheres, um movimento feminista nascido no Canadá há dez anos. Segundo o Movimento, a cidade de Bukavu, capital do estado de Sud-Kivu, foi escolhida por ser a região do mundo mais afetada pelas violências sexuais perpetradas, quase diariamente, contra mulheres, por grupos armados.

As organizadoras entregaram um memorando à primeira-dama do país, Olive Lembe Kabila, que prometeu reportá-lo ao presidente, Joseph Kabila. Para elas, deve-se intensificar a luta contra a impunidade, pois as violações são numerosas e cotidianas no leste do Congo, mas há pouquíssimas investigações e menos ainda condenações pelos crimes. (ED)

RCA: REBELDES DO LRA ESTÃO INDO PARA DARFUR

◊ Bangassou, 18 out (RV) - O Bispo de Bangassou, na República Centro-Africana, Dom Juan José Aguirre Muñoz, disse que os rebeldes da guerrilha Exército de Resistência do Senhor (LRA) estão se dirigindo rumo à região do Darfur, no sul do Sudão.

Segundo o prelado, os rebeldes atacaram recentemente a cidade de Birao, situada a dois mil quilômetros de Bangassou. "O LRA deixou a área de minha diocese e se dirigiu rumo ao norte" – ressaltou Dom Muñoz – acrescentando que a recente série de ataques perpetrada pelos guerrilheiros, mostra sua progressão para o norte.

"Nos últimos meses, os rebeldes atacaram cidades como Yalinga, para depois prosseguirem rumo ao norte até Birao, que faz fronteira com o Chade e Darfur. Trata-se de uma área onde não existe controle nas fronteiras e onde atuam outros grupos guerrilheiros centro-africanos" – sublinhou o prelado.

O LRA nasceu no norte de Uganda e tornou-se um problema na região. Hoje o grupo age, sobretudo, na República Centro-Africana, na República Democrática do Congo e no sul do Sudão.

"O que mais nos entristece é saber que entre os homens do LRA que atacaram Birao estão várias garotas, jovens e rapazes seqüestrados em algumas localidades de minha diocese nos últimos meses" - disse o bispo.

Dom Muñoz falou sobre o testemunho de Germaine, uma garota que conseguiu fugir das mãos dos seqüestradores e foi encontrada depois de vagar durante 9 dias na floresta.

"Germaine foi seqüestrada em março de 2007, em Obo, na República Centro-Africana no confim com a República Democrática do Congo. Na época contava apenas 15 anos de idade. Em setembro deste ano, conseguiu fugir. Durante três anos foi escrava sexual do líder do LRA"– frisou o bispo.

"Agora Germaine está num centro de acolhimento, em Bangassou. Espero que ela possa reencontrar a serenidade de uma vida normal" - concluiu Dom Muñoz. (MJ)


EMBAIXADOR DE ISRAEL NA ONU: SÓ A PAZ PODE DETER A COLONIZAÇÃO

◊ Nova York, 18 out (RV) - Israel não porá fim à sua política de construção de colônias nos territórios palestinos ocupados, enquanto os próprios palestinos não chegarem a um acordo de paz, disse o embaixador israelense na Onu, Meron Reuben, em entrevista à agência de notícias Associated France Press.

"A única forma de deter a colonização é alcançar um acordo. Se os palestinos estabelecerem um Estado palestino numa zona bem delimitada, penso que as construções nessa zona cessariam definitivamente" – disse o diplomata israelense.

Mas Israel veria com inquietação o fato de os países árabes continuarem com sua campanha para obter o reconhecimento de um Estado palestino por parte das Nações Unidas, antes mesmo de se chegar a um acordo de paz, disse Reuben.

Os Estados Unidos e a maior parte dos países do mundo se uniram aos palestinos, para reivindicar de Israel, o congelamento da colonização nos territórios ocupados.

Os palestinos retiraram-se, há duas semanas, das negociações de paz diretas com Israel, orquestradas pelos Estados Unidos, depois que chegou ao fim a moratória israelense de 10 meses, sobre a colonização.

Israel relançou, nesta sexta-feira, a colonização em Jerusalém Oriental, com o convite a novas licitações, provocando a ira da Autoridade Nacional Palestina.

O embaixador Meron Reuben disse que as construções israelenses no deserto do Sinai não impediram que se alcançasse um acordo de paz com o Egito, em 1979, sublinhando que tais construções "foram demolidas em seguida". (AF)

© Rádio Vaticano 2010

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