Ano X - 2007/2016 - 10 ANOS NO AR - BLOG DO IVSON - "A IGREJA CATÓLICA EM NOTÍCIAS" - EDITADO POR IVSON DE MORAES ALEXANDRE - VOLTA REDONDA - RIO DE JANEIRO - BRASIL
Seja bem-vindo. Hoje é

domingo, 17 de outubro de 2010

Papa e Santa Sé

PROCLAMADOS SEIS NOVOS SANTOS: CONVITE DO PAPA A "REZAR SEM CANSAR-SE"

◊ Cidade do Vaticano, 17 out (RV) - Dezenas de milhares de fiéis e peregrinos, provenientes, em particular, da Espanha, Polônia, Canadá, Austrália e Itália, se reuniram esta manhã na Praça São Pedro, no Vaticano, para participar da missa presidida por Bento XVI, na qual proclamou seis novos santos.

Trata-se de Mary MacKillop, australiana, fundadora da Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração; do polonês Stanislaw Kazimierczyk, sacerdote da Ordem dos Cónegos Regulares Lateranenses; do canadense André Alfred Bessette, religioso; da espanhola Cándida María de Jesús, que se empenhou na formação cristã das crianças e fundou a Congregação das Filhas de Jesus; da religiosa italiana Giulia Salzano, fundadora das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração; e da italiana Battista Camilla de Varano, monja clarissa, autora de vários textos de literatura mística.

"Renova-se hoje, na Praça São Pedro, a festa da santidade": com essas palavras, o Pontífice iniciou a homilia da celebração, dando, em seguida, as boas-vindas aos presentes, muitos dos quais provenientes de muito longe.

Partindo da liturgia deste XXIX Domingo do Tempo Comum, o Santo Padre observou que ela nos oferece um ensinamento fundamental: a necessidade de rezar sempre, sem cansar-se.

Em seguida, o Papa fez uma observação: às vezes nos cansamos de rezar, temos a impressão de que a oração não é tão útil para a vida, de que ela é pouco eficaz. Por isso, somos tentados a dedicar-nos à atividade, a empregar todos os meios humanos para alcançar os nossos objetivos, e não recorremos a Deus. Jesus, ao invés, afirma que é preciso rezar sempre, e o faz através de uma parábola específica (cfr. Lc 18,1-8).

Essa parábola fala de um juiz insensato, que não teme a Deus. Outro personagem é uma viúva. "Na Bíblia, a viúva e o órfão são as categorias mais necessitadas, porque indefesas e sem meios" – observou o Papa. A viúva vai ao juiz e pede-lhe com insistência que lhe faça justiça, a ponto de tornar-se inoportuna, no final, vencendo-o pelo cansaço.

A esse ponto, Jesus faz uma reflexão: se um juiz desonesto se deixa vencer pela insistência de uma viúva, fará muito mais Deus que é bom, pois atenderá quem o invoca.

"De fato, Deus é a generosidade em pessoa, é misericordioso, e, consequentemente, está sempre disposto a ouvir as orações. Portanto, jamais devemos nos desesperar, mas insistir sempre na oração."

A conclusão do trecho evangélico fala de fé: "Mas quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?" (Lc 18, 8). É uma pergunta que quer suscitar um aumento de fé da nossa parte – explicou Bento XVI. De fato, "é claro que a oração deve ser expressão de fé, do contrário, não é verdadeira oração, se não se crê na bondade de Deus, não se pode rezar de modo verdadeiramente adequado:

"A fé é essencial como atitude de base da oração. Foi o que fizeram os seis novos Santos que hoje são propostos à veneração da Igreja presente no mundo inteiro: Stanisław Sołtys, André Bessette, Cándida María de Jesús Cipitria y Barriola, Mary MacKillop, Giulia Salzano e Battista Camilla Varano."

Em seguida – como faz habitualmente na homilia das missas de canonização – o Santo Padre passou a apresentar os novos santos, traçando o perfil de santidade de cada um deles:

"Santo Stanislaw Kazimierczyk, religioso polonês do Séc. XV, uniu toda a sua vida à Eucaristia. A comunhão foi-lhe "fonte e sinal" da prática do amor ao próximo."

"Frei André Bassette, originário do Québec, no Canadá, e religioso da Congregação da Santa Cruz, que conheceu sofrimento e pobreza, viveu a fé como escolha de "colocar-se livremente, e por amor, à disposição da vontade de Deus"."

O Papa recordou da Madre Cándida María de Jesús, espanhola, que "com a orientação de seus padres espirituais jesuítas escolheu viver somente para o Senhor".

"O corajoso e santo exemplo de zelo, perseverança e oração" da australiana Madre Mary McKillop, levou-a a dedicar-se, desde jovem, à educação dos pobres."

Depois, o pensamento do Papa voltou-se para Giulia Salzano, professora do primário na segunda metade do Séc. XIX, na Campania, região do sul da Itália:

"Madre Giulia compreendeu bem a importância da catequese na Igreja, e, unindo a preparação pedagógica ao fervor espiritual, dedicou-se a ela com generosidade e inteligência, contribuindo para a formação de pessoas de todas as idades e estratificação social."

E referindo-se a Battista Camilla Varano, monja clarissa do Séc. XV que testemunhou plenamente o sentido evangélico da vida, especialmente perseverando na oração, o Papa disse:

"Num tempo em que a Igreja sofria um descuido dos costumes, ela percorreu com decisão o caminho da penitência e da oração, animada pelo ardente desejo de renovação do Corpo místico de Cristo."

Ao término da solene celebração, teve lugar a oração mariana do Angelus. O Santo Padre renovou a saudação aos fiéis e peregrinos presentes para a canonização, falando em diversas línguas.

Em particular, falando em polonês, saudou o Presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, presente na Praça São Pedro, a quem recebera neste sábado em audiência, no Vaticano.

Em italiano, além do pensamento pelas duas santas, fez um apelo significativo no âmbito do tema da ação social e política. O Papa saudou os participantes da 46ª Semana Social dos Católicos Italianos, que se conclui neste domingo, afirmando que o evento "traçou uma agenda de esperança", e fez o seguinte auspício:

"Faço votos de que a busca do bem comum constitua sempre a referência segura para o compromisso dos católicos na ação social e política."

Dirigindo-se aos de língua espanhola, após saudar os fiéis e peregrinos, cardeais e bispos, bem como a delegação oficial da Espanha, o Pontífice disse:

"Confio as Religiosas Filhas de Jesus à intercessão de Santa Cándida, sua Fundadora. Peço a Deus também que os novos santos sirvam de modelo para o povo cristão, particularmente para os jovens, para que sejam cada vez mais numerosos os que acolhem o chamado do Senhor e entregam suas vidas por completo para proclamar a grandeza de seu amor."

O Santo Padre concluiu a celebração concedendo a todos a sua Bênção apostólica. (RL)


Igreja no Mundo

DIA MUNDIAL DE REJEIÇÃO À MISÉRIA É CELEBRADO EM MAIS DE CEM PAÍSES

◊ Cidade do Vaticano, 17 out (RV) - Celebra-se, neste domingo, o "Dia Mundial de Rejeição à Miséria", nascido por iniciativa de Pe. Joseph Wresinski, fundador do Movimento ATD-Quarto Mundo, e adotado em 1992 pela ONU.

Pe. Joseph, nascido na Polônia - mas vivido na França em condições de extrema pobreza – dedicou a sua vida em favor dos mais pobres e da partilha fraterna com os excluídos e os sem-teto da periferia parisiense.

Passados vinte anos de sua morte, o Movimento ATD-Quarto Mundo está presente, por meio de seus associados, em cerca de cento e dez países.

"No dia 17 de outubro de 1987, o fundador do ATD-Quarto Mundo reuniu cem mil pessoas no "Trocadero", em Paris. Conseguiu reunir pessoas de todas as partes do mundo, de todas as condições sociais e culturais. Pe. Wresinski queria que os homens se unissem superando as barreiras sociais para dar um testemunho comum: queremos que os direitos humanos sejam respeitados. "Onde os homens são condenados a viver na miséria, os direitos humanos são violados. Unir-se – esse é o conceito fundamental: unir-se! – para fazer com que tais direitos sejam respeitados é um dever sagrado!" Essa inscrição está gravada no pavimento do "Trocadero", e hoje também em 35 outros lugares do mundo. Esse espírito que Pe. Joseph quis manifestar naquele longínquo 17 de outubro é o que o conduziu por toda a sua vida. Hoje essa data é celebrada em mais de cem países" – é o que ressalta a responsável pela seção alemã do Movimento, Angelica Uttin, entrevistada pela Rádio Vaticano. (RL)


Formação

REFLEXÃO SOBRE A LITURGIA DO XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

◊ Cidade do Vaticano, 17 out (RV) - A primeira leitura nos relata um fato muito interessante que, em si, já contêm uma mensagem. O Povo judeu está lutando contra os amalecitas e enquanto Josué campeia contra o adversário, Moisés suplica ao Senhor pela vitória de Seu Povo.

O texto nos adverte sobre a supremacia da oração em relação à ação humana. É preciso agir, mas antes de tudo, é preciso contar com o apoio divino. Ele sustentará nossa ação. Orar sem cessar!

O fato de Moisés ficar cansado e Aarão e Hur sustentarem seus braços levantados até o final da batalha, deve ser acolhido como mensagem para estarmos sempre orando, da manhã à noite, durante toda nossa vida, sem nos deixarmos vencer pelo cansaço. Orar sem cessar, eis a força do homem!

No Evangelho Jesus responde a uma inquietação de nosso coração quando vê tantas injustiças, quando clama a Deus que ponha um fim a tanto absurdo e parece que não somos escutados. Jesus, na párabola apresentada pela liturgia deste domingo, nos dá o seguinte recado: muitas vezes, aparentemente, o Pai permanece em silêncio e demora a fazer justiça, mas essa justiça aparecerá.

No momento deveremos ser pacientes, esperar a hora da manifestação do Senhor. Não poderemos exigir que o mundo chegue à perfeição de um dia para o outro. Deus é paciente e respeita o nosso ritmo e espera que cada um se abra espontaneamente à vida. O importante é não desanimar, esperar e rezar sem cessar, isto é, manter-se em permanente diálogo com Deus. Jamais tomar alguma decisão sem antes consultar o Senhor.

Quando Moisés parava de rezar, de “consultar o Senhor”, o povo ficava em situação adversa, mas quando levantava seus braços, o Povo vencia. Devemos estar sempre com o coração e a mente voltados para o Senhor nosso Deus e nosso Pai, e então seremos sempre vitoriosos, mesmo que haja alguma demora, mas seremos possuidores da serenidade e da certeza de que o Senhor está ao nosso lado, o Senhor que é Vida, o Senhor poderoso no combate.

O Evangelho nos fala da viúva que não cessa de interpelar o iníquo juiz pedindo justiça.
Essa parábola, contada por Jesus, nos ajuda a entender que é necessário estar sempre em diálogo com o Senhor, crendo que Ele nos ama, nos escuta e nos atende, mesmo que aparentemente demore. E como diz a sabedoria dos antigos: “a justiça de Deus pode tardar, mas não falha”. O Seu tempo não é o nosso!

Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J


MISSIONÁRIOS POR VOCAÇÃO

◊ Campanha, 17 out (RV) - Estamos vivenciando o mês das missões. Todos/as batizados/as são chamados a serem discípulos missionários de Jesus Cristo. Muitos não têm consciência dessa vocação. Somos nós, pastores, que devemos formar nossos fiéis para a dimensão missionária da vida cristã. Tantas vezes nós mesmos, acomodados na mesmice de nosso dia-a-dia, temos dificuldade em nos dispormos a um trabalho mais animado e dinâmico. Precisamos imbuir-nos de ardor missionário.

Na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, o Papa Bento XVI afirma que precisamos realizar um trabalho pastoral de conjunto, para que possamos construir a comunhão eclesial. Ele a chama de “Chave da Missão”. Ao mesmo tempo diz que se faz necessária uma verdadeira conversão pastoral, como também afirma o documento de Aparecida.

Entre nós há também pessoas que, como há dois mil anos atrás, “querem ver Jesus”. Sobretudo os jovens nos questionam. Precisamos de comunidades acolhedoras, para anunciar-lhes o Senhor. Isso não acontece somente com palavras. É preciso coerência de vida. Aproveitemos os encontros de preparação para a Crisma, a fim de animar os adolescentes e jovens a se tornarem missionários de seus colegas de idade, de estudo e de trabalho. E até mesmo dentro da própria família.

Na Eucaristia, diz o Santo Padre, a Igreja torna-se comunhão de amor. Esse amor não é experiência intimista. Deve ser proclamado a todos/as, nos cinco continentes. Temos dificuldade de sair para longe. Contudo, com um pouco de esforço, poderíamos colaborar mais com a nossa Igreja-Irmã, Bragança do Pará, aonde enviamos os acólitos após a conclusão do curso de teologia...

O Papa também encoraja todos nós a orarmos e colaborarmos com as Missões. O mesmo nos pedem as Pontifícias Obras Missionárias, em Brasília, convocando-nos para a partilha. Em continuidade à Campanha da Fraternidade de 2010, lembram-nos que Deus continua ouvindo o clamor do povo que carece de libertação. Na Amazônia legal e nas periferias das cidades, existem situações deploráveis de escravidão, abandono, violência e múltiplas carências espirituais e materiais. Nosso óbolo missionário pode minorar essa realidade, patrocinando projetos de promoção e de defesa da dignidade das pessoas.


† Fr. Diamantino P. de Carvalho, ofm

Bispo da Diocese da Campanha / MG

© Rádio Vaticano 2010

Nenhum comentário: