Aparecida: Após retiro, padres retomam atividades do Encontro Nacional de Presbíteros
◊ Aparecida (RV) - Após o retiro espiritual de sábado conduzido pelo Bispo de Conceição do Araguaia, (PA), Dom Dominique Marie Jean Denis You, os mais de 400 padres presentes em Aparecida retomaram as atividades do 14º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP).
Neste domingo, os presbíteros deram início ao processo eletivo para a presidência CNP para o quadriênio de 2012 a 2016.
O atual presidente da CNP é o Padre Francisco dos Santos, que atua na comissão desde o seu início, há 27 anos. "Nossa missão é ser um ponto de apoio na pastoral presbiteral, incentivando o cuidado com os padres", conta Pe. Francisco. Ele lembra que a CNP não tem autonomia jurídica. "É um organismo da Conferência Episcopal, por isso a presidência eleita neste encontro será depois ratificada pelo Conselho Permanente da CNBB".
Neste domingo (5), os padres participaram da Celebração Eucarística, às 18h, no Altar Central do Santuário Nacional presidida pelo Arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Raymundo Damasceno Assis.
(BF)
Santuário Nacional acolherá Romaria da Pastoral da Saúde
◊ Aparecida (RV) - No dia 11 de fevereiro próximo, festa de Nossa Senhora de Lourdes, o Santuário Nacional de Aparecida será palco da próxima Romaria da Pastoral da Saúde.
Nesta data, em que se comemora também o Dia Mundial do Enfermo, centenas de agentes da pastoral da saúde, provenientes de arquidioceses e dioceses de todo o país, percorrerão a cidade em romaria.
O evento terá início às 9h com a celebração eucarística presidida por Dom Antonio Fernando Brochini, Bispo referencial da Pastoral da Saúde e Dom Francisco José Zugliani, responsável pela Pastoral da Saúde no Regional Sul 1. Ao final da procissão, os prelados abençoarão os romeiros e também darão a benção dos Enfermos.
De acordo com a Pastoral da Saúde da CNBB, após a Romaria, os agentes participarão da Assembléia do organismo no auditório. Segundo a coordenadora da Regional Sul 1, Wilda Aparecida Haynes, cerca de 1200 pessoas participarão deste evento, que terá por tema "Fraternidade e saúde pública", o mesmo da campanha da Fraternidade 2012.
(BF)
140 mil em procissão dos Navegantes em Porto Alegre
◊ Porto Alegre (RV) - Nem mesmo o forte calor afastou a multidão de fiéis da tradicional procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, que há 137 anos é o principal evento religioso da capital gaúcha. A Empresa de Transporte Público e Circulação (EPTC), órgão da Prefeitura que controla o tráfego, estimou que 140 mil pessoas tenham participado do evento nas ruas de Porto Alegre na manhã de terça-feira, dia 2 de fevereiro.
O arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati e o governador do Estado, Tarso Genro, dentre outras autoridades e padres da Arquidiocese, participaram da procissão.
A programação começou às 7h com uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, centro de Porto Alegre. Padre Irineu Brandt presidiu a primeira celebração e recordando o Evangelho, destacou que a presença de Nossa Senhora na vida das pessoas serve para apontar Jesus como a salvação: “Maria nos coloca Jesus como um farol para nossas vidas. Queremos caminhar hoje e dizer: Eu sinto que o Senhor caminha comigo, eu sinto a presença Dele na minha vida”.
Ao fim da missa, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes foi conduzida em procissão pelas ruas de Porto Alegre. No Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes, a imagem foi recebida por fiéis de todas as idades, com uma chuva de papel picado, aplausos e queima de fogos.
Uma missa campal foi celebrada e presidida por Dom Dadeus. Ele destacou que na festa de apresentação de Jesus, os cristãos devem agir como Simeão e contemplar a salvação que vem de Deus. Lembrando o tema da Festa de Navegantes e a Campanha da Fraternidade de 2012 que é “Saúde”, o Arcebispo destacou: “Temos que nos olhar como irmãos e, por isso, devemos pensar para que todos tenham acesso a uma saúde pública de qualidade” .
Antes do início da Missa Campal, a Irmandade de Nossa Senhora dos Navegantes fez a entrega da Ordem do Mérito de Nossa Senhora dos Navegantes. A homenagem é atribuída àqueles que prestam serviços inestimáveis para a realização da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, que é o primeiro patrimônio imaterial de Porto Alegre. Receberam a honraria o arcebispo Dom Dadeus, e o prefeito José Fortunati.
(CM - CNBB)
Brasília saúda Dom Baldisseri com missa na Catedral
◊ Brasília (RV) - A Catedral de Brasília foi palco neste domingo da missa de despedida do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, 71 anos. O arcebispo deixa o Brasil para assumir o posto de novo secretário da Congregação para os Bispos da Santa Sé, no Vaticano. A nomeação de Dom Lorenzo foi divulgada no último dia 11 e o Vaticano ainda não anunciou quem será o novo Núncio Apostólico.
A celebração começou às 10h da manhã e terminou duas horas e meia depois. Dentre os presentes estavam fiéis, bispos e cardeais de vários locais do Brasil, entre eles, Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Embaixadores de vários países como Grécia, Angola, Albânia, Guiné-Bissau e Timor Leste também prestigiaram a despedida, assim como o governador Agnelo Queiroz e a primeira-dama Ilza Queiroz.
Dom Lorenzo nasceu na Itália e era o Núncio do Vaticano no Brasil há nove anos. Dentre suas conquistas diplomáticas está "O Acordo Brasil-Santa Sé", assinado em 2008, que estabeleceu o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil.
O Cardeal-arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, em nota oficial divulgada por ocasião da nomeação de Dom Baldisseri, o agradeceu, em nome do episcopado brasileiro, pelo seu valioso trabalho junto ao governo e a Igreja no Brasil: “Asseguramos as nossas orações pelo êxito de sua nova missão a serviço da Igreja como secretário da Congregação para os Bispos. Temos a certeza de que a Igreja no Brasil será sempre grata pelo seu fecundo trabalho realizado como Núncio Apostólico em nosso país”.
(CM)
Espanha: "40 Dias pela Vida"
◊ Madri (RV) - Com o objetivo de lutar pela vida e contra o aborto na Espanha e no mundo, no próximo 22 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, terá início a terceira edição da campanha nacional de oração “40 Dias pela Vida”. Esta campanha de oração, que durará os 40 dias do tempo de Quaresma, é promovida por voluntários cristãos que defendem a vida desde a concepção e que sairão às ruas para rezar, em atitude pacífica, dando testemunho de sua fé e pedindo pelo fim do aborto.
Como informa o Comitê nacional de “40 Dias pela Vida” na Espanha, a campanha se realiza em 300 cidades em três continentes com a mesma intenção, durante 40 dias. “Somos voluntários e temos em comum nossa fé. Reunimo-nos para rezar. Não somos militantes de nada, não somos provocadores. Iremos somente parar durante 40 dias diante das clínicas de abortos para rezar e dar testemunho público de nossa fé e pedir ao Senhor pelo fim deste genocídio”, assinalaram os organizadores. (SP)
Bispo da Rep. Centro-Africana denuncia violações dos direitos humanos
◊ Bangui (RV) – O Bispo de Kaga-Bandoro, na Rep. Centro-Africana, Dom Albert Vanbuel, denuncia violações dos direitos humanos em andamento no norte do país: “Há vítimas entre os civis após a ofensiva militar em áreas controladas pelos rebeldes de Babá Ladé. Para apoiar os soldados em terra, participaram do ataque helicópteros de combate vindos do Chade que bombardearam de maneira indiscriminada. Mas não é tudo: houve abusos nas apreensões realizadas nas casas pelos soldados e até mesmo na cidade de Kaga-Bandoro. Com a desculpa de serem simpatizantes dos rebeldes, alguns moradores foram torturados e mortos”.
“A minha Diocese – afirma o bispo – é palco de ações dos rebeldes liderados por Baba Ladé nos últimos dois ou três anos. Neste período, causaram sofrimento à população, roubando cabeças de gado e ameaçando os fazendeiros. É uma situação difícil que precisa ser revolvida. Mas não com a violência.”
No último dia 8 de janeiro, representantes da Conferência Episcopal Centro-Africana se dirigiram ao presidente François Bozizé, pedindo uma solução ao problema da insegurança na região de Kaga-Bandoro e denunciando a dramática situação da saúde e da educação, como também a corrupção reinante.
Poucos dias depois, o governo de Bangui decidiu iniciar uma ampla ofensiva militar, com o apoio do presidente chadiano Idriss Deby Itno. Uma colaboração justificada pelo fato que Babá Ladé é cidadão do Chade, refugiado na República Centro-Africana. “A situação é muito grave, espero que a paz volte o quando antes e que parem os abusos cometidos pelos militares”, afirmou Dom Vanbuel.
Não se conhece o balanço das vítimas civis nos bombardeios e das detenções arbitrárias feitas pelos soldados centro-africanos e chadianos que atuam na Diocese de Kaga-Bandoro. (SP)
Bispos europeus e africanos reunidos em Roma
◊ Roma (RV) - Bispos da África e da Europa realizarão o seu segundo encontro em Roma entre os dias 13 e 17 de fevereiro, sobre o tema “Evangelização hoje: comunhão e colaboração pastoral entre África e Europa. O homem e Deus: a missão da Igreja de anunciar a presença e o amor de Deus”. O evento é organizado pelo Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam-Sceam) e pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (Ccee).
Participam do encontro cerca 70 bispos delegados das Conferências Episcopais da África e Europa, além de representantes de dicastérios vaticanos e organismos como Ajuda à Igreja que Sofre e Missio. O Simpósio é parte de um projeto de colaboração entre os dois organismos, que teve início após o primeiro encontro em Roma em novembro de 2004. Uma colaboração, explicam, “que visa aprofundar a comum responsabilidade dos bispos africanos e europeus em relação à evangelização e à promoção humana, nos respectivos continentes, em particular, e no mundo inteiro”.
No passado, os bispos africanos e europeus participaram de seminários sobre: a escravidão e as novas formas de escravidão, em novembro de 2007, na cidade de Elmina, Gana; as migrações como novo espaço de evangelização e de solidariedade, em novembro de 2008, em Liverpool, Reino Unido; a nova situação da missão “ad Gentes”, novembro 2010, Abidjã, Costa do Marfim.
Durante o próximo encontro em Roma, os episcopados dos dois continentes pretendem, entre outras coisas, “analisar o caminho até o momento percorrido, verificar a atual situação da comunhão pastoral entre a Europa e a África e buscar setores de colaboração para o futuro, discutir sobre o próximo Sínodo dos Bispos, que se realizará no Vaticano em outubro de 2012”.
Os trabalhos serão marcados por vários momentos de oração, de partilha de ideias e experiências através de uma reflexão, introduzida pelos bispos europeus e africanos, que partirá da pessoa humana (que são o homem e a mulher na África e na Europa) e do seu relacionamento com Deus, para chegar ao anúncio do Evangelho.
Quinta-feira, dia 16 de fevereiro, após a celebração eucarística na Basílica de São Pedro, os participantes serão recebidos em audiência pelo Santo Padre; já na sexta-feira irão em peregrinação ao Santuário da Sagrada Face de Manoppello. O encontro se realizará a portas fechadas, com exceção da abertura, segunda-feira, dia 13 de fevereiro. Os bispos concluirão o simpósio com uma mensagem conjunta. (SP)
Jesuítas reforçam assistência aos refugiados
◊ Roma (RV) – O Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS) acaba de publicar seu Quadro Estratégico para 2012-2015, que traça objetivos, valores, estratégias e resultados aguardados para os próximos quatro anos nas dez regiões onde o JRS está presente.
"Ao servir aos refugiados obrigados a viver à margem da humanidade, trabalharemos com compaixão e amor, e isso permitirá comprometermo-nos com pessoas de todas as raças, culturas e religiões de modo aberto e respeitoso", afirma Peter Balleis SJ, Diretor do JRS Internacional.
Reafirmando a missão do JRS de acompanhar, servir e defender os direitos dos refugiados, o documento precisa claramente os valores que inspiram a organização: compaixão, justiça, dignidade, solidariedade, hospitalidade e participação.
"A missão do JRS se baseia na nossa fé em Deus, que está presente na história humana, inclusive nos seus momentos mais trágicos. Apesar do seu caráter prático, o nosso serviço tem também um forte componente espiritual, porque promove a esperança e a reconciliação. Acreditamos que educar, aprender juntos e compartilhar conhecimentos sejam elementos essenciais para alimentar a esperança das pessoas", acrescenta Padre Balleis.
As finalidades retomam os temas principais que estão na base do trabalho do JRS. Para este novo quadriênio, se reforçam a resposta às necessidades dos refugiados urbanos e das pessoas vulneráveis ao tráfico de seres humanos e o papel da consultoria legal.
No prefácio do opúsculo, o Prepósito-Geral da Companhia de Jesus, Adolfo Nicolás SJ, descreve o Quadro Estratégico como um documento criativo, exaltante e repleto de desafios, que requererá um duro trabalho e um risco considerável.
"É uma grande alegria ver que este quadro foi formulado com tanta clareza e, ao mesmo tempo, com humildade, impregnado do nosso compromisso cristão e de espiritualidade inaciana", escreve Padre Nicolás.
Para acessar o documento, visite a página www.jrs.net
(BF)
Dom Braz de Aviz na África: "Diálogo e comunhão"
◊ Campala (RV) – Desde o dia 4 está em andamento na capital de Uganda a segunda reunião de religiosos e religiosas da África e do Madagascar, sob a égide da Confederação dos Superiores Maiores (COSMAM/COMSAM). Cinquenta e sete delegados, das 22 Conferências nacionais de religiosos e religiosas, analisam mecanismos, estilos e métodos para promover a compreensão e a comunicação entre o clero diante dos desafios das Igrejas e povos do continente.
O encontro tem o tema “Testemunhas da verdade a serviço da comunhão e da reconciliação na África”, e os debates são inspirados na Exortação pós-sinodal “Africae Múnus”, entregue às Igrejas africanas em novembro passado.
Estão participando representantes de 41 nações africanas, e na abertura, o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal eleito e arcebispo João Braz de Aviz presidiu uma Eucaristia no Santuário dos Mártires de Uganda.
Em sua homilia, Dom João lembrou o testemunho dos Mártires ugandenses, beatificados em 1920 pelo Papa Bento XV e canonizados por Paulo VI em 1964, “exemplos de vida de fé no espírito do amor e da comunidade”.
Dom João também sublinhou a importância da comunhão e do diálogo entre o clero, com os bispos e superiores, com outras religiões e com a cultura, citando o modelo da Santíssima Trindade, “diálogo e comunhão perfeita”.
Por sua vez, o arcebispo emérito de Campala, Cardeal Emmanuel Wamala, 85 anos, em missa na Catedral do Sagrado Coração, falou da felicidade da Igreja ugandense pelo encontro e pelo destaque dos religiosos e religiosas na evangelização do continente.
A respeito dos problemas ligados à violência em várias partes do continente, o Cardeal Wamala, citando Bento XVI, disse: “A África é chamada, em nome de Jesus, a viver a reconciliação entre as pessoas e comunidades e promover a paz e a justiça na verdade”.
(CM)
Dom Orani e o lançamento da logomarca JMJ Rio2013
◊ Cidade do Vaticano (RV) – Será apresentada nesta terça-feira, dia 7 de fevereiro, no Rio de Janeiro a Logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013. A cerimônia será às 20h no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória, onde fica a sede do Comitê Organizador Local (COL/Rio), e contará com a presença de bispos de todo o Brasil, além de autoridades e representantes da sociedade.
Na ocasião, o Presidente do Comitê e Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, irá apresentar também o autor da logo, que foi escolhida através de concurso. Para aumentar a ansiedade e curiosidade, na noite de hoje, véspera do evento, o Cristo Redentor será iluminado com as cores de 150 países que deverão participar da JMJ Rio2013.
Mas sobre o lançamento, previsto anteriormente para o dia 1º de fevereiro, o nosso colega Rafael Belincanta conversou com o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. (SP)
Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações Femininas
◊ Nova York (RV) – Mais de 140 milhões de mulheres no mundo já passaram por mutilações genitais e três milhões ainda hoje são expostas a essa prática brutal, que viola os direitos humanos. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza, a cada dia 6 de fevereiro, o Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações Femininas.
Tem-se a informação de que a idade em que essas mutilações ocorrem tem sido cada vez mais baixa. Sobre essa e outras questões, a Rádio Vaticano conversou com Augusta Angelucci, psicóloga especialista em questões femininas, funcionária das Nações Unidas que por 15 anos trabalhou na África. “No que tange as consequências psicológicas, é importante fazer uma distinção”, disse ela.
Explicou que, para as meninas que vivem nos países onde as mutilações são feitas dos seis aos oito anos, todos os anos, em um ritual mais ou menos como o da circuncisão masculina, o trauma é, em parte, recompensado pela atenção e afeto recebidos pelos seus familiares, que acompanham e participam do processo.
Já para as meninas que são enviadas a esses países e sofrem a prática, quando voltam para onde moram sentem-se desrespeitadas, traumatizadas pela violência da prática, além de perderem a confiança nos próprios pais que os submeteram a tal procedimento.
A Organização Internacional Anistia Internacional acusa a Europa de não agir com eficácia para combater essa prática. Questionada sobre qual tipo de intervenção poderia funcionar, ela responde que deveriam ser feitos “diálogos interculturais, campanhas de sensibilização e de fortalecimento do feminino, das mulheres”. Angelucci ressaltou ainda a importância de se entender as tradições culturais desses países e frear as práticas ancestrais nocivas à saúde das mulheres, mas também as que ferem a saúde dos homens, das crianças e dos idosos. (ED)
Brasil apresenta na ONU o plano "Brasil sem Miséria"
◊ Nova York (RV) - Um país emergente sem pobreza extrema. Esta é a visão do plano “Brasil sem Miséria”, apresentada pelo Governo Brasileiro à 50ª. sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social das Nações Unidas.
O evento, realizado na sexta-feira, em Nova York, contou com a presença do secretário nacional de Renda e Cidadania, Luis Henrique Paiva. Em uma entrevista à Rádio ONU, ele falou sobre a participação da sociedade na ação de combate à pobreza no país.
“A ideia é, de fato, superar a extrema pobreza, fazer com que a população brasileira possa olhar a si mesma, e ter a certeza de que a extrema pobreza faça parte do passado brasileiro e não do presente. É por isso que se está trabalhando. É por isso que o Governo Federal está fazendo parcerias com os governos estaduais, municipais, com empresas estatais. Enfim, é uma grande mobilização nacional para que a pobreza extrema faça parte do passado.”
O Plano Brasil sem Miséria inclui as ações do Bolsa Família que atendem 50 milhões de pessoas no país.
De acordo com o secretário Luis Henrique Paiva, este ano, o Bolsa Família deverá receber US$ 10 bilhões, equivalentes a R$ 17 bilhões. Ao todo, o orçamento do programa representa 0,4% do Produto Interno Bruto. (ONU)
Iemenita vencedora do Nobel da Paz pede ajuda da Itália para garantir eleições
◊ Cidade do Vaticano (RV) - Tawakol Karman, iemenita, uma das três vencedoras do Prêmio Nobel da Paz 2011, esteve em Roma nesta segunda-feira para um encontro com o Ministro das Relações Exteriores da Itália, Giulio Terzi Sant’Agata.
Rafael Belincanta acompanhou para a Rádio Vaticano.
Diante de dezenas de jornalistas italianos e também da imprensa internacional, a jornalista Tawakol Karman, 32 anos, falando em árabe e usando o véu islâmico, defendeu a juventude da primavera árabe
“Nós, jovens da primavera árabe, somos o presente e o futuro. Estamos dispostos a construir uma parceria que seja ativa em todos os campos, econômico, social e político, especialmente na luta contra o terrorismo”.
Ela nasceu no Iêmem, país do Oriente Médio, onde as mulheres não podem votar, dirigir ou dormir sozinhas num hotel mas são obrigadas aceitarem casamentos combinados ainda muito jovens. Nessa realidade, ela chamou a atenção do mundo ao se tornar militante do partido de oposição ao presidente depois de ter sido presa, em janeiro do ano passado. E ela deixou claro o que veio pedir ao governo italiano.
“Em nome dos jovens da revolução pedi apoio da Itália para congelar as contas do presidente Ali Abdallah Saleh e que ele seja julgado pela Corte Penal Internacional. Esta medida é a única que pode garantir uma transição pacífica no Iêmem, já que em 21 de fevereiro teremos eleições e o presidente usa suas finanças para disseminar a discórdia que poderá acarretar o fracasso das eleições”.
Na luta pela democracia e pelos direitos humanos, Tawakol Karman disse acompanhar atenta a situação na Síria.
“Pedi ao ministro italiano que chame de volta seu embaixador em Damasco. Acredito que seja o mínimo que se possa fazer para apoiar a grande revolução e defender o povo da Síria. Pedi ainda que o ministro também proceda ao congelamento dos bens do presidente sírio Bashar Al-Assad”.
Cuba expõe peça de arte cristã indígena mais antiga da América
◊ Havana (RV) - Um ambão considerado o exemplar mais antigo de arte cristã indígena da América está em exibição a partir deste domingo em Havana, no Museu dos Capitães Gerais do centro histórica da capital cubana.
A relíquia provavelmente pertenceu ao capelão de Cristóvão Colombo, Bartolomeo de las Heras. A peça foi emprestada durante um ano a Cuba pelo Museu Etnológico Missionário da Santa Sé.
No ato de abertura da mostra, feita no sábado, participaram o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega y Alamino; o Diretor do Museu Etnológico da Santa Sé, o Padre Nicola Mapelli; entre outros.
Padre Mapelli ressaltou que a exposição do ambão coincide com a próxima visita do Papa Bento XVI à Ilha, de 26 a 28 de março, e com o aniversário dos 400 anos da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba.
"Esta relíquia constitui um grande exemplo do encontro entre várias culturas e como a arte pode unir os povos", acrescentou o sacerdote.
O ambão foi esculpido por índios tainós na madeira, no formato de uma concha. A concha, na iconografia cristã, se associa à ressurreição e à vida eterna, e para os índios tinha um elevado valor simbólico por seu vínculo aos cultos da água e da fertilidade.
A peça foi doada em 1935 ao Museu da Santa Sé pelo Padre Ernest Baudouy, da Ordem dos Agostinianos da Assunção, com sede em Roma.
(BF)
Enviado da CNBB a Simpósio sobre abusos fala à RV
◊ Roma (RV) - Com a participação de representantes de 110 Conferências Episcopais do mundo, tem início segunda-feira, 6, na Pontifícia Universidade Gregoriana, o simpósio ‘Rumo à cura e à renovação’. Os trabalhos serão abertos pelo Cardeal William Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, uma das promotoras do encontro.
Estão presentes também os Superiores de mais de 30 ordens religiosas e cerca de 70 especialistas em direito canônico, psiquiatria e psicoterapia que trabalham com as vítimas de abusos e com os agressores.
Em declaração aos jornalistas, sexta-feira, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, observou que este será um “contributo específico” para ajudar a liderança da Igreja Católica a enfrentar estas situações.
Na agenda dos três dias de encontro e reflexão, a portas fechadas, estão previstas intervenções de especialistas em psicologia, direito canônico, teologia e pastoral da Igreja Católica. Uma vítima de abusos dará o seu testemunho, “falando aos delegados sobre a necessidade de escutar as vítimas e das mudanças necessárias para enfrentar melhor o problema”.
O prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet, vai presidir a uma “vigília penitencial”, pedindo o perdão das vítimas.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, enviou um representante para participar do simpósio: o frei carmelita Evaldo Xavier Gomes. Assessor de Direito Canônico da Conferência e pároco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Belo Horizonte, o frei adianta aos ouvintes da RV o conteúdo de um documento elaborado para orientar o episcopado brasileiro sobre como proceder diante de denúncias de abusos. Para sua formalização, aguarda-se a aprovação da Santa Sé.
Frei Evaldo explica:
“Este é um evento para o qual também foi convidada a CNBB. A presidência me indicou para representá-la, sobretudo porque a CNBB acaba de elaborar um documento para o episcopado no Brasil dando orientações sobre como proceder com relação aos abusos sexuais cometidos por membros do clero, especificamente por clérigos. O documento é muito bem elaborado, é pioneiro em sua divisão.
Este documento é dividido em cinco partes: a primeira trata dos aspectos psicológicos do problema dos abusos sexuais; a segunda parte trata dos aspectos canônicos que envolvem, seja a história da disciplina da Igreja com relação aos abusos de menores, seja a disciplina atual da Igreja, do direito canônico vigente. Aborda também os aspectos civis, do direito civil brasileiro. Em seguida, da relação entre o episcopado e a imprensa diante destes casos, que é sempre um problema gravíssimo. Este documento busca instruir o episcopado e os superiores religiosos sobre como relacionar-se com a mídia diante destes casos. Finalmente, aspectos pastorais: como lidar com este problema diante da pastoral da Igreja, da missão eclesial.
Enfim, aspectos gerais, que seriam como lidar com a pessoa, a pessoa que é vítima do abuso e com a que praticou o abuso sexual. Este é um problema muito grave, uma ferida na Igreja dos nossos tempos, uma ferida que vem à tona, que talvez tenha permanecida oculta, escondida durante séculos; seja pela disciplina seja pelo temor, pela omissão, por vários fatores, e agora vem à tona. Muita gente vê isso com maus olhos, eu acho que é muito bom. O doente só pode curar a sua doença se ele conhece a doença.
De certa forma, a Igreja descobre em si mesma uma espécie de câncer, uma doença a ser curada. Esta doença deve ser curada. O documento da CNBB insiste muito nisso: a oração, a fé, a esperança no amor de Deus como primeiro passo para a cura de todo o mal que existe na pessoa humana. Em síntese, esta mentalidade da Igreja, da nossa mentalidade como católicos. Sendo isso um grande mal, é importante que saibamos identificá-lo para poder combater e curar”.
(CM)
◊ Aparecida (RV) - Após o retiro espiritual de sábado conduzido pelo Bispo de Conceição do Araguaia, (PA), Dom Dominique Marie Jean Denis You, os mais de 400 padres presentes em Aparecida retomaram as atividades do 14º Encontro Nacional de Presbíteros (ENP).
Neste domingo, os presbíteros deram início ao processo eletivo para a presidência CNP para o quadriênio de 2012 a 2016.
O atual presidente da CNP é o Padre Francisco dos Santos, que atua na comissão desde o seu início, há 27 anos. "Nossa missão é ser um ponto de apoio na pastoral presbiteral, incentivando o cuidado com os padres", conta Pe. Francisco. Ele lembra que a CNP não tem autonomia jurídica. "É um organismo da Conferência Episcopal, por isso a presidência eleita neste encontro será depois ratificada pelo Conselho Permanente da CNBB".
Neste domingo (5), os padres participaram da Celebração Eucarística, às 18h, no Altar Central do Santuário Nacional presidida pelo Arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Raymundo Damasceno Assis.
(BF)
Santuário Nacional acolherá Romaria da Pastoral da Saúde
◊ Aparecida (RV) - No dia 11 de fevereiro próximo, festa de Nossa Senhora de Lourdes, o Santuário Nacional de Aparecida será palco da próxima Romaria da Pastoral da Saúde.
Nesta data, em que se comemora também o Dia Mundial do Enfermo, centenas de agentes da pastoral da saúde, provenientes de arquidioceses e dioceses de todo o país, percorrerão a cidade em romaria.
O evento terá início às 9h com a celebração eucarística presidida por Dom Antonio Fernando Brochini, Bispo referencial da Pastoral da Saúde e Dom Francisco José Zugliani, responsável pela Pastoral da Saúde no Regional Sul 1. Ao final da procissão, os prelados abençoarão os romeiros e também darão a benção dos Enfermos.
De acordo com a Pastoral da Saúde da CNBB, após a Romaria, os agentes participarão da Assembléia do organismo no auditório. Segundo a coordenadora da Regional Sul 1, Wilda Aparecida Haynes, cerca de 1200 pessoas participarão deste evento, que terá por tema "Fraternidade e saúde pública", o mesmo da campanha da Fraternidade 2012.
(BF)
140 mil em procissão dos Navegantes em Porto Alegre
◊ Porto Alegre (RV) - Nem mesmo o forte calor afastou a multidão de fiéis da tradicional procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, que há 137 anos é o principal evento religioso da capital gaúcha. A Empresa de Transporte Público e Circulação (EPTC), órgão da Prefeitura que controla o tráfego, estimou que 140 mil pessoas tenham participado do evento nas ruas de Porto Alegre na manhã de terça-feira, dia 2 de fevereiro.
O arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati e o governador do Estado, Tarso Genro, dentre outras autoridades e padres da Arquidiocese, participaram da procissão.
A programação começou às 7h com uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, centro de Porto Alegre. Padre Irineu Brandt presidiu a primeira celebração e recordando o Evangelho, destacou que a presença de Nossa Senhora na vida das pessoas serve para apontar Jesus como a salvação: “Maria nos coloca Jesus como um farol para nossas vidas. Queremos caminhar hoje e dizer: Eu sinto que o Senhor caminha comigo, eu sinto a presença Dele na minha vida”.
Ao fim da missa, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes foi conduzida em procissão pelas ruas de Porto Alegre. No Santuário de Nossa Senhora dos Navegantes, a imagem foi recebida por fiéis de todas as idades, com uma chuva de papel picado, aplausos e queima de fogos.
Uma missa campal foi celebrada e presidida por Dom Dadeus. Ele destacou que na festa de apresentação de Jesus, os cristãos devem agir como Simeão e contemplar a salvação que vem de Deus. Lembrando o tema da Festa de Navegantes e a Campanha da Fraternidade de 2012 que é “Saúde”, o Arcebispo destacou: “Temos que nos olhar como irmãos e, por isso, devemos pensar para que todos tenham acesso a uma saúde pública de qualidade” .
Antes do início da Missa Campal, a Irmandade de Nossa Senhora dos Navegantes fez a entrega da Ordem do Mérito de Nossa Senhora dos Navegantes. A homenagem é atribuída àqueles que prestam serviços inestimáveis para a realização da Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, que é o primeiro patrimônio imaterial de Porto Alegre. Receberam a honraria o arcebispo Dom Dadeus, e o prefeito José Fortunati.
(CM - CNBB)
Brasília saúda Dom Baldisseri com missa na Catedral
◊ Brasília (RV) - A Catedral de Brasília foi palco neste domingo da missa de despedida do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Lorenzo Baldisseri, 71 anos. O arcebispo deixa o Brasil para assumir o posto de novo secretário da Congregação para os Bispos da Santa Sé, no Vaticano. A nomeação de Dom Lorenzo foi divulgada no último dia 11 e o Vaticano ainda não anunciou quem será o novo Núncio Apostólico.
A celebração começou às 10h da manhã e terminou duas horas e meia depois. Dentre os presentes estavam fiéis, bispos e cardeais de vários locais do Brasil, entre eles, Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Embaixadores de vários países como Grécia, Angola, Albânia, Guiné-Bissau e Timor Leste também prestigiaram a despedida, assim como o governador Agnelo Queiroz e a primeira-dama Ilza Queiroz.
Dom Lorenzo nasceu na Itália e era o Núncio do Vaticano no Brasil há nove anos. Dentre suas conquistas diplomáticas está "O Acordo Brasil-Santa Sé", assinado em 2008, que estabeleceu o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil.
O Cardeal-arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, em nota oficial divulgada por ocasião da nomeação de Dom Baldisseri, o agradeceu, em nome do episcopado brasileiro, pelo seu valioso trabalho junto ao governo e a Igreja no Brasil: “Asseguramos as nossas orações pelo êxito de sua nova missão a serviço da Igreja como secretário da Congregação para os Bispos. Temos a certeza de que a Igreja no Brasil será sempre grata pelo seu fecundo trabalho realizado como Núncio Apostólico em nosso país”.
(CM)
Espanha: "40 Dias pela Vida"
◊ Madri (RV) - Com o objetivo de lutar pela vida e contra o aborto na Espanha e no mundo, no próximo 22 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, terá início a terceira edição da campanha nacional de oração “40 Dias pela Vida”. Esta campanha de oração, que durará os 40 dias do tempo de Quaresma, é promovida por voluntários cristãos que defendem a vida desde a concepção e que sairão às ruas para rezar, em atitude pacífica, dando testemunho de sua fé e pedindo pelo fim do aborto.
Como informa o Comitê nacional de “40 Dias pela Vida” na Espanha, a campanha se realiza em 300 cidades em três continentes com a mesma intenção, durante 40 dias. “Somos voluntários e temos em comum nossa fé. Reunimo-nos para rezar. Não somos militantes de nada, não somos provocadores. Iremos somente parar durante 40 dias diante das clínicas de abortos para rezar e dar testemunho público de nossa fé e pedir ao Senhor pelo fim deste genocídio”, assinalaram os organizadores. (SP)
Bispo da Rep. Centro-Africana denuncia violações dos direitos humanos
◊ Bangui (RV) – O Bispo de Kaga-Bandoro, na Rep. Centro-Africana, Dom Albert Vanbuel, denuncia violações dos direitos humanos em andamento no norte do país: “Há vítimas entre os civis após a ofensiva militar em áreas controladas pelos rebeldes de Babá Ladé. Para apoiar os soldados em terra, participaram do ataque helicópteros de combate vindos do Chade que bombardearam de maneira indiscriminada. Mas não é tudo: houve abusos nas apreensões realizadas nas casas pelos soldados e até mesmo na cidade de Kaga-Bandoro. Com a desculpa de serem simpatizantes dos rebeldes, alguns moradores foram torturados e mortos”.
“A minha Diocese – afirma o bispo – é palco de ações dos rebeldes liderados por Baba Ladé nos últimos dois ou três anos. Neste período, causaram sofrimento à população, roubando cabeças de gado e ameaçando os fazendeiros. É uma situação difícil que precisa ser revolvida. Mas não com a violência.”
No último dia 8 de janeiro, representantes da Conferência Episcopal Centro-Africana se dirigiram ao presidente François Bozizé, pedindo uma solução ao problema da insegurança na região de Kaga-Bandoro e denunciando a dramática situação da saúde e da educação, como também a corrupção reinante.
Poucos dias depois, o governo de Bangui decidiu iniciar uma ampla ofensiva militar, com o apoio do presidente chadiano Idriss Deby Itno. Uma colaboração justificada pelo fato que Babá Ladé é cidadão do Chade, refugiado na República Centro-Africana. “A situação é muito grave, espero que a paz volte o quando antes e que parem os abusos cometidos pelos militares”, afirmou Dom Vanbuel.
Não se conhece o balanço das vítimas civis nos bombardeios e das detenções arbitrárias feitas pelos soldados centro-africanos e chadianos que atuam na Diocese de Kaga-Bandoro. (SP)
Bispos europeus e africanos reunidos em Roma
◊ Roma (RV) - Bispos da África e da Europa realizarão o seu segundo encontro em Roma entre os dias 13 e 17 de fevereiro, sobre o tema “Evangelização hoje: comunhão e colaboração pastoral entre África e Europa. O homem e Deus: a missão da Igreja de anunciar a presença e o amor de Deus”. O evento é organizado pelo Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (Secam-Sceam) e pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (Ccee).
Participam do encontro cerca 70 bispos delegados das Conferências Episcopais da África e Europa, além de representantes de dicastérios vaticanos e organismos como Ajuda à Igreja que Sofre e Missio. O Simpósio é parte de um projeto de colaboração entre os dois organismos, que teve início após o primeiro encontro em Roma em novembro de 2004. Uma colaboração, explicam, “que visa aprofundar a comum responsabilidade dos bispos africanos e europeus em relação à evangelização e à promoção humana, nos respectivos continentes, em particular, e no mundo inteiro”.
No passado, os bispos africanos e europeus participaram de seminários sobre: a escravidão e as novas formas de escravidão, em novembro de 2007, na cidade de Elmina, Gana; as migrações como novo espaço de evangelização e de solidariedade, em novembro de 2008, em Liverpool, Reino Unido; a nova situação da missão “ad Gentes”, novembro 2010, Abidjã, Costa do Marfim.
Durante o próximo encontro em Roma, os episcopados dos dois continentes pretendem, entre outras coisas, “analisar o caminho até o momento percorrido, verificar a atual situação da comunhão pastoral entre a Europa e a África e buscar setores de colaboração para o futuro, discutir sobre o próximo Sínodo dos Bispos, que se realizará no Vaticano em outubro de 2012”.
Os trabalhos serão marcados por vários momentos de oração, de partilha de ideias e experiências através de uma reflexão, introduzida pelos bispos europeus e africanos, que partirá da pessoa humana (que são o homem e a mulher na África e na Europa) e do seu relacionamento com Deus, para chegar ao anúncio do Evangelho.
Quinta-feira, dia 16 de fevereiro, após a celebração eucarística na Basílica de São Pedro, os participantes serão recebidos em audiência pelo Santo Padre; já na sexta-feira irão em peregrinação ao Santuário da Sagrada Face de Manoppello. O encontro se realizará a portas fechadas, com exceção da abertura, segunda-feira, dia 13 de fevereiro. Os bispos concluirão o simpósio com uma mensagem conjunta. (SP)
Jesuítas reforçam assistência aos refugiados
◊ Roma (RV) – O Serviço Jesuíta para Refugiados (JRS) acaba de publicar seu Quadro Estratégico para 2012-2015, que traça objetivos, valores, estratégias e resultados aguardados para os próximos quatro anos nas dez regiões onde o JRS está presente.
"Ao servir aos refugiados obrigados a viver à margem da humanidade, trabalharemos com compaixão e amor, e isso permitirá comprometermo-nos com pessoas de todas as raças, culturas e religiões de modo aberto e respeitoso", afirma Peter Balleis SJ, Diretor do JRS Internacional.
Reafirmando a missão do JRS de acompanhar, servir e defender os direitos dos refugiados, o documento precisa claramente os valores que inspiram a organização: compaixão, justiça, dignidade, solidariedade, hospitalidade e participação.
"A missão do JRS se baseia na nossa fé em Deus, que está presente na história humana, inclusive nos seus momentos mais trágicos. Apesar do seu caráter prático, o nosso serviço tem também um forte componente espiritual, porque promove a esperança e a reconciliação. Acreditamos que educar, aprender juntos e compartilhar conhecimentos sejam elementos essenciais para alimentar a esperança das pessoas", acrescenta Padre Balleis.
As finalidades retomam os temas principais que estão na base do trabalho do JRS. Para este novo quadriênio, se reforçam a resposta às necessidades dos refugiados urbanos e das pessoas vulneráveis ao tráfico de seres humanos e o papel da consultoria legal.
No prefácio do opúsculo, o Prepósito-Geral da Companhia de Jesus, Adolfo Nicolás SJ, descreve o Quadro Estratégico como um documento criativo, exaltante e repleto de desafios, que requererá um duro trabalho e um risco considerável.
"É uma grande alegria ver que este quadro foi formulado com tanta clareza e, ao mesmo tempo, com humildade, impregnado do nosso compromisso cristão e de espiritualidade inaciana", escreve Padre Nicolás.
Para acessar o documento, visite a página www.jrs.net
(BF)
Dom Braz de Aviz na África: "Diálogo e comunhão"
◊ Campala (RV) – Desde o dia 4 está em andamento na capital de Uganda a segunda reunião de religiosos e religiosas da África e do Madagascar, sob a égide da Confederação dos Superiores Maiores (COSMAM/COMSAM). Cinquenta e sete delegados, das 22 Conferências nacionais de religiosos e religiosas, analisam mecanismos, estilos e métodos para promover a compreensão e a comunicação entre o clero diante dos desafios das Igrejas e povos do continente.
O encontro tem o tema “Testemunhas da verdade a serviço da comunhão e da reconciliação na África”, e os debates são inspirados na Exortação pós-sinodal “Africae Múnus”, entregue às Igrejas africanas em novembro passado.
Estão participando representantes de 41 nações africanas, e na abertura, o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal eleito e arcebispo João Braz de Aviz presidiu uma Eucaristia no Santuário dos Mártires de Uganda.
Em sua homilia, Dom João lembrou o testemunho dos Mártires ugandenses, beatificados em 1920 pelo Papa Bento XV e canonizados por Paulo VI em 1964, “exemplos de vida de fé no espírito do amor e da comunidade”.
Dom João também sublinhou a importância da comunhão e do diálogo entre o clero, com os bispos e superiores, com outras religiões e com a cultura, citando o modelo da Santíssima Trindade, “diálogo e comunhão perfeita”.
Por sua vez, o arcebispo emérito de Campala, Cardeal Emmanuel Wamala, 85 anos, em missa na Catedral do Sagrado Coração, falou da felicidade da Igreja ugandense pelo encontro e pelo destaque dos religiosos e religiosas na evangelização do continente.
A respeito dos problemas ligados à violência em várias partes do continente, o Cardeal Wamala, citando Bento XVI, disse: “A África é chamada, em nome de Jesus, a viver a reconciliação entre as pessoas e comunidades e promover a paz e a justiça na verdade”.
(CM)
Dom Orani e o lançamento da logomarca JMJ Rio2013
◊ Cidade do Vaticano (RV) – Será apresentada nesta terça-feira, dia 7 de fevereiro, no Rio de Janeiro a Logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013. A cerimônia será às 20h no auditório do Edifício João Paulo II, na Glória, onde fica a sede do Comitê Organizador Local (COL/Rio), e contará com a presença de bispos de todo o Brasil, além de autoridades e representantes da sociedade.
Na ocasião, o Presidente do Comitê e Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, irá apresentar também o autor da logo, que foi escolhida através de concurso. Para aumentar a ansiedade e curiosidade, na noite de hoje, véspera do evento, o Cristo Redentor será iluminado com as cores de 150 países que deverão participar da JMJ Rio2013.
Mas sobre o lançamento, previsto anteriormente para o dia 1º de fevereiro, o nosso colega Rafael Belincanta conversou com o Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. (SP)
Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações Femininas
◊ Nova York (RV) – Mais de 140 milhões de mulheres no mundo já passaram por mutilações genitais e três milhões ainda hoje são expostas a essa prática brutal, que viola os direitos humanos. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza, a cada dia 6 de fevereiro, o Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações Femininas.
Tem-se a informação de que a idade em que essas mutilações ocorrem tem sido cada vez mais baixa. Sobre essa e outras questões, a Rádio Vaticano conversou com Augusta Angelucci, psicóloga especialista em questões femininas, funcionária das Nações Unidas que por 15 anos trabalhou na África. “No que tange as consequências psicológicas, é importante fazer uma distinção”, disse ela.
Explicou que, para as meninas que vivem nos países onde as mutilações são feitas dos seis aos oito anos, todos os anos, em um ritual mais ou menos como o da circuncisão masculina, o trauma é, em parte, recompensado pela atenção e afeto recebidos pelos seus familiares, que acompanham e participam do processo.
Já para as meninas que são enviadas a esses países e sofrem a prática, quando voltam para onde moram sentem-se desrespeitadas, traumatizadas pela violência da prática, além de perderem a confiança nos próprios pais que os submeteram a tal procedimento.
A Organização Internacional Anistia Internacional acusa a Europa de não agir com eficácia para combater essa prática. Questionada sobre qual tipo de intervenção poderia funcionar, ela responde que deveriam ser feitos “diálogos interculturais, campanhas de sensibilização e de fortalecimento do feminino, das mulheres”. Angelucci ressaltou ainda a importância de se entender as tradições culturais desses países e frear as práticas ancestrais nocivas à saúde das mulheres, mas também as que ferem a saúde dos homens, das crianças e dos idosos. (ED)
Brasil apresenta na ONU o plano "Brasil sem Miséria"
◊ Nova York (RV) - Um país emergente sem pobreza extrema. Esta é a visão do plano “Brasil sem Miséria”, apresentada pelo Governo Brasileiro à 50ª. sessão da Comissão para o Desenvolvimento Social das Nações Unidas.
O evento, realizado na sexta-feira, em Nova York, contou com a presença do secretário nacional de Renda e Cidadania, Luis Henrique Paiva. Em uma entrevista à Rádio ONU, ele falou sobre a participação da sociedade na ação de combate à pobreza no país.
“A ideia é, de fato, superar a extrema pobreza, fazer com que a população brasileira possa olhar a si mesma, e ter a certeza de que a extrema pobreza faça parte do passado brasileiro e não do presente. É por isso que se está trabalhando. É por isso que o Governo Federal está fazendo parcerias com os governos estaduais, municipais, com empresas estatais. Enfim, é uma grande mobilização nacional para que a pobreza extrema faça parte do passado.”
O Plano Brasil sem Miséria inclui as ações do Bolsa Família que atendem 50 milhões de pessoas no país.
De acordo com o secretário Luis Henrique Paiva, este ano, o Bolsa Família deverá receber US$ 10 bilhões, equivalentes a R$ 17 bilhões. Ao todo, o orçamento do programa representa 0,4% do Produto Interno Bruto. (ONU)
Iemenita vencedora do Nobel da Paz pede ajuda da Itália para garantir eleições
◊ Cidade do Vaticano (RV) - Tawakol Karman, iemenita, uma das três vencedoras do Prêmio Nobel da Paz 2011, esteve em Roma nesta segunda-feira para um encontro com o Ministro das Relações Exteriores da Itália, Giulio Terzi Sant’Agata.
Rafael Belincanta acompanhou para a Rádio Vaticano.
Diante de dezenas de jornalistas italianos e também da imprensa internacional, a jornalista Tawakol Karman, 32 anos, falando em árabe e usando o véu islâmico, defendeu a juventude da primavera árabe
“Nós, jovens da primavera árabe, somos o presente e o futuro. Estamos dispostos a construir uma parceria que seja ativa em todos os campos, econômico, social e político, especialmente na luta contra o terrorismo”.
Ela nasceu no Iêmem, país do Oriente Médio, onde as mulheres não podem votar, dirigir ou dormir sozinhas num hotel mas são obrigadas aceitarem casamentos combinados ainda muito jovens. Nessa realidade, ela chamou a atenção do mundo ao se tornar militante do partido de oposição ao presidente depois de ter sido presa, em janeiro do ano passado. E ela deixou claro o que veio pedir ao governo italiano.
“Em nome dos jovens da revolução pedi apoio da Itália para congelar as contas do presidente Ali Abdallah Saleh e que ele seja julgado pela Corte Penal Internacional. Esta medida é a única que pode garantir uma transição pacífica no Iêmem, já que em 21 de fevereiro teremos eleições e o presidente usa suas finanças para disseminar a discórdia que poderá acarretar o fracasso das eleições”.
Na luta pela democracia e pelos direitos humanos, Tawakol Karman disse acompanhar atenta a situação na Síria.
“Pedi ao ministro italiano que chame de volta seu embaixador em Damasco. Acredito que seja o mínimo que se possa fazer para apoiar a grande revolução e defender o povo da Síria. Pedi ainda que o ministro também proceda ao congelamento dos bens do presidente sírio Bashar Al-Assad”.
Cuba expõe peça de arte cristã indígena mais antiga da América
◊ Havana (RV) - Um ambão considerado o exemplar mais antigo de arte cristã indígena da América está em exibição a partir deste domingo em Havana, no Museu dos Capitães Gerais do centro histórica da capital cubana.
A relíquia provavelmente pertenceu ao capelão de Cristóvão Colombo, Bartolomeo de las Heras. A peça foi emprestada durante um ano a Cuba pelo Museu Etnológico Missionário da Santa Sé.
No ato de abertura da mostra, feita no sábado, participaram o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega y Alamino; o Diretor do Museu Etnológico da Santa Sé, o Padre Nicola Mapelli; entre outros.
Padre Mapelli ressaltou que a exposição do ambão coincide com a próxima visita do Papa Bento XVI à Ilha, de 26 a 28 de março, e com o aniversário dos 400 anos da imagem de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba.
"Esta relíquia constitui um grande exemplo do encontro entre várias culturas e como a arte pode unir os povos", acrescentou o sacerdote.
O ambão foi esculpido por índios tainós na madeira, no formato de uma concha. A concha, na iconografia cristã, se associa à ressurreição e à vida eterna, e para os índios tinha um elevado valor simbólico por seu vínculo aos cultos da água e da fertilidade.
A peça foi doada em 1935 ao Museu da Santa Sé pelo Padre Ernest Baudouy, da Ordem dos Agostinianos da Assunção, com sede em Roma.
(BF)
Enviado da CNBB a Simpósio sobre abusos fala à RV
◊ Roma (RV) - Com a participação de representantes de 110 Conferências Episcopais do mundo, tem início segunda-feira, 6, na Pontifícia Universidade Gregoriana, o simpósio ‘Rumo à cura e à renovação’. Os trabalhos serão abertos pelo Cardeal William Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, uma das promotoras do encontro.
Estão presentes também os Superiores de mais de 30 ordens religiosas e cerca de 70 especialistas em direito canônico, psiquiatria e psicoterapia que trabalham com as vítimas de abusos e com os agressores.
Em declaração aos jornalistas, sexta-feira, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, observou que este será um “contributo específico” para ajudar a liderança da Igreja Católica a enfrentar estas situações.
Na agenda dos três dias de encontro e reflexão, a portas fechadas, estão previstas intervenções de especialistas em psicologia, direito canônico, teologia e pastoral da Igreja Católica. Uma vítima de abusos dará o seu testemunho, “falando aos delegados sobre a necessidade de escutar as vítimas e das mudanças necessárias para enfrentar melhor o problema”.
O prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Marc Ouellet, vai presidir a uma “vigília penitencial”, pedindo o perdão das vítimas.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, enviou um representante para participar do simpósio: o frei carmelita Evaldo Xavier Gomes. Assessor de Direito Canônico da Conferência e pároco da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Belo Horizonte, o frei adianta aos ouvintes da RV o conteúdo de um documento elaborado para orientar o episcopado brasileiro sobre como proceder diante de denúncias de abusos. Para sua formalização, aguarda-se a aprovação da Santa Sé.
Frei Evaldo explica:
“Este é um evento para o qual também foi convidada a CNBB. A presidência me indicou para representá-la, sobretudo porque a CNBB acaba de elaborar um documento para o episcopado no Brasil dando orientações sobre como proceder com relação aos abusos sexuais cometidos por membros do clero, especificamente por clérigos. O documento é muito bem elaborado, é pioneiro em sua divisão.
Este documento é dividido em cinco partes: a primeira trata dos aspectos psicológicos do problema dos abusos sexuais; a segunda parte trata dos aspectos canônicos que envolvem, seja a história da disciplina da Igreja com relação aos abusos de menores, seja a disciplina atual da Igreja, do direito canônico vigente. Aborda também os aspectos civis, do direito civil brasileiro. Em seguida, da relação entre o episcopado e a imprensa diante destes casos, que é sempre um problema gravíssimo. Este documento busca instruir o episcopado e os superiores religiosos sobre como relacionar-se com a mídia diante destes casos. Finalmente, aspectos pastorais: como lidar com este problema diante da pastoral da Igreja, da missão eclesial.
Enfim, aspectos gerais, que seriam como lidar com a pessoa, a pessoa que é vítima do abuso e com a que praticou o abuso sexual. Este é um problema muito grave, uma ferida na Igreja dos nossos tempos, uma ferida que vem à tona, que talvez tenha permanecida oculta, escondida durante séculos; seja pela disciplina seja pelo temor, pela omissão, por vários fatores, e agora vem à tona. Muita gente vê isso com maus olhos, eu acho que é muito bom. O doente só pode curar a sua doença se ele conhece a doença.
De certa forma, a Igreja descobre em si mesma uma espécie de câncer, uma doença a ser curada. Esta doença deve ser curada. O documento da CNBB insiste muito nisso: a oração, a fé, a esperança no amor de Deus como primeiro passo para a cura de todo o mal que existe na pessoa humana. Em síntese, esta mentalidade da Igreja, da nossa mentalidade como católicos. Sendo isso um grande mal, é importante que saibamos identificá-lo para poder combater e curar”.
(CM)
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