Bento XVI no Angelus deste domingo, 26, na residência apostólica de Castel Gandolfo, onde passa um período de descanso
No Angelus deste domingo, 26, o Papa Bento XVI refletiu sobre o Evangelho de hoje (cf. Jo 6, 60-69) que descreve a reação dos discípulos de Jesus após Ele ter dito: "Eu sou o pão vivo que desceu do Céu [...] E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo" (Jo 6,51).
O Santo Padre destacou que a reação dos discípulos foi provocada conscientemente pelo próprio Cristo, e mostra que aqueles que o seguiam não compreenderam o significado das palavras que Jesus dizia.
Bento XVI explicou que a afirmação de Jesus era inaceitável para eles, porque "a entendiam em sentido material, enquanto que aquelas palavras preanunciavam o mistério pascal de Jesus, em que Ele daria a si mesmo pela salvação do mundo"
O Evangelho destaca que "a partir de então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele" (Jo 6,66).
Ao ver isso, Jesus perguntou aos apóstolos: "Também vós quereis ir embora?" (Jo 6,67), e como em outras situações, é Pedro que tomou a palavra e respondeu em nome dos doze: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus" (Jo 6,68-69).
Pedro não diz sabemos e acreditamos, mas sim acreditamos e sabemos, explicou o Papa recorrendo aos comentários de Santo Agostinho sobre esta passagem, e destacou:
“Acreditamos para poder saber: Se com efeito, tivéssemos procurado saber antes de acreditar, não teríamos conseguido nem conhecer, nem acreditar. O que acreditamos e o que soubemos? Que Tu és Cristo Filho de Deus, isto é que Tu és a vida eterna e através da tua carne e do teu sangue nos dás aquilo que tu próprio és.”
Bento XVI salientou que Jesus sabia que entre os doze apóstolos havia um que não acreditava: Judas. "Ele poderia ter ido embora, como fizeram os outros discípulos, ou melhor, deveria ter ido embora, se tivesse sido honesto".
“Ao invés, ficou com Jesus”, prosseguiu o Santo Padre. "Ficou não por causa da fé, nem por amor, mas com a intenção secreta de se vingar do Mestre. Por quê? Porque Judas se sentia traído por Jesus, e decidiu que, por sua vez, iria traí-lo", explicou.
Judas era um Zelota, e "queria um Messias vencedor, para guiar uma revolta contra os romanos. Mas Jesus tinha decepcionado essas expectativas. O problema é que Judas não foi embora, e sua culpa mais grave foi a falsidade, que é a marca do diabo. Por isso Jesus disse aos Doze: 'Um de vós é um diabo' (Jo 6,70)”, destacou Bento XVI.
O Papa concluiu com o convite a rezar a Nossa Senhora, “para que nos ajude a crer em Jesus, como São Pedro, e a sermos sempre honestos com Ele e com todos” .Em seguida concedeu a todos a sua Benção Apostólica.
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