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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Padre comenta evangelização no ambiente virtual


Padre Clóvis Andrade acredita ser possível verificar resultados positivos das iniciativas da Igreja Católica no ambiente virtual
Desde sua origem, a Igreja esteve presente nas realidades próprias de cada tempo, cumprindo o mandato de Jesus de ser sal da terra e luz do mundo. A Igreja esteve presente no surgimento da imprensa, depois no cinema, no rádio e na TV. Nos dias atuais, o desafio da Igreja é ser presença nas novas tecnologias que estão inovando o processo de comunicação.

TVs, rádios, sites, redes sociais e novas ferramentas tecnológicas estão à disposição da Igreja para a propagação da fé, da espiritualidade e dos valores cristãos. E é expressivo o número de organismos católicos já presentes nos meios de comunicação social, especialmente nas novas tecnologias.

De acordo com o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB, padre Clovis Andrade, da Comunidade Canção Nova, é necessário compreender as realidades do tempo presente, suas linguagens próprias e a diversidade de formas e símbolos. Entendendo estes ambientes, a Igreja é convidada a anunciar o Reino de Deus aos homens e mulheres de hoje, inseridos em uma nova cultura, em novos sujeitos e em novas relações.

Os frutos da presença da Igreja nos meios virtuais
Padre Clóvis afirma que é possível verificar resultados positivos nas diversas iniciativas da Igreja Católica nos meios virtuais. Segundo ele, estas iniciativas explicitam a forma de evangelizar na web de cada organismo religioso, que do seu jeito, constroem uma verdadeira riqueza para a Igreja e a sociedade como um todo.

Uma das iniciativas oficiais da Igreja Católica é a Rede de Informática da Igreja no Brasil (RIIBRA), organismo ligado ao Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais. Seu objetivo é viabilizar a ação evangelizadora da comunidade eclesial no Brasil, articulá-la em rede, torná-la mais dinâmica e ampliar o espaço de escuta, comunhão e colaboração entre os católicos. Atualmente, padre Clóvis Andrade é o responsável pelos trabalhos da RIIBRA.

Além desta, outras atividades como portais, sites, blogs, iniciativas de formação humana, de evangelização direta e indireta, catequese para os jovens, games educativos para crianças, uma grande diversidade de ações concretas são realizadas nos mais variados segmentos.

Segundo o padre, o grande desafio atual é fortalecer as iniciativas já existentes, gerando comunhão para que possam crescer cada vez mais e aprofundar a formação para o real sentido da presença da Igreja na Rede.
Evangelização dos jovens nas redes 
Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) mostram que 83% dos jovens brasileiros, com idade entre 15 e 16 anos, possuem perfil em alguma rede social.

Ao contrário do que se imagina, a eficácia da evangelização dos jovens nos ambientes virtuais não está primeiramente ligada às técnicas, ao potencial de marketing ou à criatividade das postagens. De acordo com padre Clóvis, o testemunho de vida fora e dentro das redes é o melhor caminho para quem quer evangelizar a juventude por meio das novas tecnologias.
“A autenticidade, a coerencia e a vivência do Evangelho são fundamentais. Arrisco dizer que sem isso, qualquer esforço seria estéril; poderia até ser bem sucedido no início, mas não resistiria à prova do tempo,” afirma o sacerdote.
Para o padre, a linguagem da Igreja precisa se adequadar à dos jovens. “Não se pode colocar vinho novo em odres velhos”, lembra o sacerdote, citando a frase de Jesus no Evangelho de Lucas (Lc 5,38). Segundo ele, é preciso questionar: será que a Igreja não está levando a graça de Deus que é sempre nova, em “recipientes velhos”, com linguagens e métodos que os jovens não entendem?

“Não tenhamos receio de buscar entender as novas linguagens deste tempo tão desafiador para todos. Com a criatividade do Espírito Santo é preciso interagir com essa multidão sedenta de Água Viva, desejosa da verdade não simulada e que busca, talvez sem ter muita consciência disso, um encontro real e presencial, num tempo em que parece prevalecer a virtualidade.”
Arquivo
Padre Pedro Gomes ressaltou a necessidade de ter cuidado para não formar uma "espiritualidade apenas virtualizada"
Desafios e riscos da evangelização virtual
Desafios e riscos também marcam esta nova forma de evangelizar. Segundo o padre Pedro Gilberto Gomes, Jesuíta, Doutor em Ciência da Comunicação e Pesquisador também na área da comunicação, deve-se ter cuidado para não formar uma “espiritualidade apenas virtualizada” e distante do concreto.

Padre Pedro recomenda um cuidado especial para não se perder o inter-relacionamento pessoal e a vida de comunidade. Para ele é necessário que se viva uma vida eclesial, que se esteja num espaço onde a formação humana e espiritual possa acontecer também frente-a-frente, num ambiente onde se possa exercitar, concretamente, os princípios cristãos.

Padre Clóvis Andrade acredita que a presença da Igreja nos meios de comunicação não trata-se de um fascínio pelas tecnologias ou um modismo desse ou daquele equipamento de última geração. Isto seria um risco para os cristãos. Segundo ele, trata-se na verdade de entender que a Igreja é chamada a fazer-se presente onde o homem se encontra e ali ajudá-lo a encontrar-se com Cristo e ter uma vida repleta de sentido.

Na opinião de padre Clóvis, estar nas novas mídias é uma maneira de formar o homem e a mulher, de modo especial os jovens, para uma visão crítica que lhes ajude a repensar alguns conceitos e até mesmo dosar o tempo que passa no ambiente virtual e o tempo que investe nos relacionamentos presenciais tão importantes e insubstituíveis.

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